Apostas em PetroRecôncavo (RECV3) e em inflação persistente: as visões da Mar Asset, “a gestora dos gestores”

Bruno Coutinho, CEO e gestor da Mar Asset e Philippe Perdigão, gestor da Mar Asset, são os convidados do Stock Pickers 168

Rafaella Bertolini

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“Os surfistas sentam no lineup e ficam olhando para o horizonte, tentando enxergar as ondas, e quem se posiciona antes para pegá-las é que consegue melhor surfá-las”.

No mercado muito ouvimos sobre ondas, timing, posicionamentos. Não à toa, as lições aprendidas no surfe cabem perfeitamente ao ofício dos investimentos e servem como norte aos gestores Bruno Coutinho e Philippe Perdigão, da Mar Asset, conhecida como “gestora dos gestores” e a convidada do podcast Stock Pickers.

Durante a entrevista, os gestores expuseram suas teses em relação à conjuntura brasileira e global, posições preferidas no momento, perspectivas e muito mais.

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Cenário macro e inflação à vista 

Muito tem se falado que o problema que mais afeta as economias mundiais é a inflação. Bruno Coutinho, CEO e gestor da Mar Asset, não discorda, mas traz uma abordagem que difere do consenso para a questão.

“Achamos muito curioso como o mercado para para analisar a inflação como um evento exógeno. O que a gente entende é que estamos vivendo as ondas secundárias do grande acontecimento, que foi a pandemia”, afirma.

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De acordo com o gestor, o choque de demanda que o mundo sofreu por conta dos estímulos monetários e fiscais, adotados durante o período do coronavírus, é o que ainda reverbera na economia em forma de uma inflação estrutural.

“O processo de subir juros para inflação cair não é automático. Nesta estrutura, a etapa que é necessária a ser observada após a subida dos juros é a desaceleração da demanda, e não tem demanda desacelerando em lugar nenhum do mundo ainda”.

Portanto, a gestora ainda não enxerga um processo desinflacionário, visto que temos um cenário em que o juro sobe e a demanda não desacelera.

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“Estamos em uma situação em que a inflação de serviços está em 8,5%, o juro alto há 12 meses, a demanda acelerando, mas todo mundo acredita em um processo desinflacionário no próximo ano. Nós não vemos desta forma”.

De olho no micro 

Atualmente, na Mar Asset, 20% do fundo está concentrado em energia, tendo como principal posição a PetroRecôncavo (RECV3). De acordo com Philippe Perdigão “a empresa não é uma Junior Oil do mesmo grupo que todas as outras” e está uma precificação muito baixa.

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Para Perdigão, o maior diferencial da companhia é a questão do gás: “A agenda ESG que te obriga a sair do carvão, óleo diesel, etc, também traz consequências para a matriz energética e elétrica brasileira”.

Neste cenário, a defesa da energia, sobretudo quando há falta dela, são as termelétricas, que podem ser: nuclear, por biomassa, à base de carvão, ou  gás — e o gás acaba sendo o combustível fóssil limpo que permite a transição energética da matriz elétrica global.

“Quando se olha para reserva de gás no Brasil, há uma complexidade de infraestrutura para trazê-la, no que tange o gás onshore, as empresas que possuem reserva são a Eneva ENEV3 e a PetroRecôncavo, que tem 40% de sua reserva em gás”, complementa Rodrigo.

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Com isso, a PetroRecôncavo, que nas contas da Mar Asset, negocia a 1,5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) esperado para 2025-2026, pode vir a negociar 10 vezes o Ebitda.

Posições da casa

Para saber mais sobre as posições da Mar Asset, não deixe de assistir ao episódio 168 do Stock Pickers no vídeo acima.

Rafaella Bertolini

Editora de redes sociais do Stock Pickers e Do Zero ao Topo. Escreve reportagens sobre empreendedorismo, gestão, inovação e mercados para o InfoMoney.