“Tocar violino durante a pandemia” pode custar a Bolsonaro sua reeleição, diz The Economist

"À medida que o sofrimento se espalhar, o custo político para Bolsonaro ficará mais claro", afirma a publicação

Equipe InfoMoney

O presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa (Foto: Carolina Antunes/PR)
O presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa (Foto: Carolina Antunes/PR)

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SÃO PAULO – A postura do presidente Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus pode custar algo, politicamente falando, segundo a nova edição da revista The Economist.

Com o título de “Presidente brasileiro toca violino enquanto pandemia explode”, a publicação critica as atitudes tomadas pelo presidente nas últimas semanas, que vão na contramão de outros líderes globias. O texto ainda chama Bolsonaro de “BolsoNero”, fazendo alusão ao imperador romando Nero, que teria tocado uma lira enquanto Roma pegava fogo.

A Economist começa destacando que, diferente da Itália, onde o coronavírus se espalhou entre gerações que vivem juntas, passando dos mais novos para os mais velhos, no Brasil a disseminação se deu entre as classes sociais, que convivem próximas.

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“Um vetor [para a doença] pode ser o presidente populista Jair Bolsonaro”, segue o texto, ressaltando que no dia 15 de março ele ignorou os pedidos de quarentena e foi tirar fotos e tocar nas mãos de seus seguidores no Palácio do Planalto. “Quando o primeiro brasileiro morreu de covid-19 no dia seguinte, ele denunciou ‘histeria’ sobre o vírus”, diz a matéria.

O texto destaca ainda que, apesar do tom adotado pelo presidente, medidas vêm sendo tomadas em todo país para conter os efeitos da escalado do coronavírus, como isolamento social, pacotes de ajuda econômica e uso de estádios como hospitais.

Apesar disso, o custo econômico será bastante alto, mostra a Economist, destacando que o isolamento social segue como a melhor estratégia para conter o vírus.

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“Até o governo atingir sua meta de testar de 30.000 a 50.000 pessoas por dia, o que pode levar meses, o ‘lockdown’ [isolamento] é a única maneira de retardar a transmissão. Isso é especialmente difícil nas favelas”, ressalta a matéria.

A publicação ainda diz que o comércio nas regiões mais pobres segue funcionando, porque “as pessoas precisam trabalhar” e a ajuda que o governo vai oferecer, de R$ 300, pode não ser suficiente.

“À medida que o sofrimento se espalhar, o custo político para Bolsonaro ficará mais claro”, afirma a Economist, lembrando que 23 pessoas da comitiva do presidente aos EUA testaram positivo para covid-19 e que até agora ele não mostrou o resultado de seu exame.

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Por fim, o texto mostra que muitas pessoas que votaram em Bolsonaro estão mudando de opinião, como mostram os panelaços e recentes pesquisas. “Tocar o violino enquanto uma pandemia se aproxima pode custar-lhe a reeleição em 2022”, conclui.

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