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Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que movimentações financeiras identificadas em relatórios de inteligência financeira (RIFs) que estão em posse da CPMI do 8 de Janeiro, decorrem de uma espécie de consórcio entre militares, gerenciado por ele. Confrontado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD) durante depoimento nesta quinta-feira (24), ele disse que outras movimentações tiveram origem em venda de um carro que teria feito para o tenente-coronel Mauro Cid. Outro montante seria referente a benefícios como férias, licenças e pecúnia no âmbito do Exército.
No entanto, para a relatora, as informações dos RIFs e o depoimento reforçam a existência de um emaranhado de transações atípicas no entorno do ex-presidente da República. Somente em relação a Luis Marcos dos Reis, reforçou Eliziane, os relatórios apontam que, de fevereiro de 2022 a janeiro de 2022, teria sido movimentado algo em torno de R$ 3 milhões, o que, na visão dela, seria incompatível com uma remuneração de cerca de R$ 10 mil a R$ 13 mil.
Ainda de acordo com a relatora, é importante avançar nas investigações dessas movimentações para buscar identificar possíveis relações com eventuais financiadores dos atos do 8 de Janeiro. Ela levantou dados dos RIFs sobre repasses feitos pela empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção na conta do sargento. A mesma empresa, conforme investigações da Polícia Federal (PF), tem como sócio, Vanderlei Cardoso de Barros, ex-auxiliar da presidência no Palácio da Alvorada. A mesma empresa também tinha contratos com o governo federal, entre eles, com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
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“A Cedro do Líbano é uma empresa investigada que, na verdade […] fez uma movimentação de mais de R$ 32 milhões de 2020 a 2023. Segundo o Coaf, e por isso a atipicidade desses RIFs que chegaram à CPMI, ela é incompatível com o porte e a estrutura da empresa. Essa empresa, o capital dessa empresa é de R$ 15 mil. Olha a movimentação milionária dela. E, esta mesma empresa, para desenhar aí para quem está incomodado, esta mesma empresa transfere entre o titular da empresa e a própria empresa o equivalente a R$ 74.280 para o senhor Dos Reis”, apontou Eliziane.
Sobre essa relação, o depoente disse que não tinha conhecimento de que a empresa pertencia a Vanderlei Cardoso de Barros, no entanto, não quis mais responder porque as informações fazem parte de inquérito na Polícia Federal. Ele negou ter feito pagamentos para a ex-primeira dama Michele Bolsonaro.
O ex-assessor de Bolsonaro também não respondeu sobre investigações a respeito do esquema de falsificação de cartões de vacina do ex-presidente, familiares dele e assessores, mas negou qualquer participação.
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Luis Marcos dos Reis foi preso em maio, durante as investigações de um esquema de falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente.
A CPMI segue com os parlamentares inquirindo o depoente.
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