Rodrigo Garcia recebe Bolsonaro em local usado por Doria para entrevistas durante a pandemia

Jantar no Palácio dos Bandeirantes também contou com a presença do candidato do Republicanos ao governo do estado, Tarcísio de Freitas

Fábio Matos

O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

Depois de declarar “apoio incondicional” ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno das eleições, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), fez questão de receber os dois novos aliados em um jantar no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na noite de quinta-feira (20).

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Bolsonaro foi recebido, literalmente, com um tapete vermelho estendido no hall nobre do palácio. Garcia ganhou do presidente uma camisa da seleção brasileira com o número 22 – que é o do Partido Liberal (PL), atual legenda de Bolsonaro.

Garcia, Tarcísio e Bolsonaro tiraram fotos e subiram para a ala residencial, onde aconteceu o jantar.

A recepção ao chefe do Executivo aconteceu exatamente no local em que o ex-governador de São Paulo João Doria – que deixou o PSDB nesta semana – concedeu mais de 250 entrevistas coletivas durante a pandemia de Covid-19.

Nesses atendimentos à imprensa, Doria relatava as principais ações do governo paulista no combate ao coronavírus, atualizava os dados sobre infectados e mortos e não economizava nas críticas a Bolsonaro. Aliados em 2018, os dois se tornaram adversários políticos e desafetos.

Criticado por quadros históricos do PSDB pelo apoio a Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva e a Tarcísio contra Fernando Haddad, Rodrigo Garcia afirmou que a decisão é coerente com sua trajetória política, marcada pelo antagonismo ao PT.

O governador conta com o apoio da maioria da bancada tucana no Congresso e de vários prefeitos do interior, que também se alinharam a Bolsonaro no segundo turno.

Em maio de 2021, Garcia deixou o Democratas (DEM, antigo PFL) após 27 anos no partido e se filiou ao PSDB, a convite de Doria, para disputar a sucessão estadual. Quando o ex-governador deixou o cargo para tentar concorrer à Presidência da República, Garcia, então vice, assumiu o governo do estado.

No estado de São Paulo, Jair Bolsonaro foi o mais votado no primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. O presidente recebeu 12,2 milhões de votos (47,41%), ante 10,4 milhões de Lula (40,89%).

Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, Rodrigo Garcia terminou em terceiro lugar, com 4,2 milhões de votos (18,4%), atrás de Tarcísio (42,32%) e Haddad (35,7%).

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