A prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) continua repercutindo no mundo político e atingiu em cheio a campanha eleitoral. Nesta segunda-feira (24), o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a atuação política do ex-parlamentar, hoje aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), é a “fotografia” do atual governo.
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“O Roberto Jefferson é praticamente a fotografia e o resultado do que acontece no governo Bolsonaro”, disse Lula. “Ele é o resultado de tudo o que é plantado neste país. É resultado de um momento de muitas mentiras no Brasil.”
Ainda segundo o ex-presidente, Jefferson pode ser considerado um “aliado de todas as horas” de Bolsonaro.
Lula citou ainda o candidato derrotado do PTB à Presidência, Padre Kelmon, que substituiu Jefferson como o postulante do partido ao Planalto, depois que a candidatura do ex-parlamentar foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Sabemos que até o padre foi levado como laranja para o debate. Ele tem tudo com Roberto Jefferson”, afirmou Lula.
“Temos de restabelecer a normalidade democrática com uma certa urgência. As pessoas precisam ser mais sérias, as pessoas precisam parar de mentiras, as instituições precisam voltar a funcionar”, prosseguiu o candidato do PT.
Lula disse ainda que “Roberto Jefferson é coisa passageira”, e o foco da campanha do PT será tratar das questões econômicas nesta última semana antes da votação em segundo turno, no domingo (30).
“A economia é o centro do nosso debate, porque é da economia que a sociedade brasileira sobrevive”, afirmou o ex-presidente.
Apesar do discurso de Lula, a campanha petista já começou a explorar a prisão de Jefferson e sua proximidade com Bolsonaro. Em um vídeo que circulou nesta segunda, os dois aparecem em fotos juntos. O locutor da propaganda do PT diz: “Roberto Jefferson, um dos principais aliados de Bolsonaro e condenado por corrupção, atirou na Polícia Federal”.
Jefferson foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio, ao resistir à prisão no domingo (23), quando agentes da corporação foram à sua residência, em Comendador Levy Gasparian (RJ), para cumprir determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-deputado fez uma série de disparos e chegou a lançar três granadas contra os policiais. Dois agentes ficaram feridos com estilhaços. Outros dois, que estavam em uma viatura alvejada pelos disparos, não sofreram ferimentos.
Apesar da proximidade com Bolsonaro, Jefferson já integrou a base de apoio do governo de Lula. Em 2005, o então deputado delatou o chamado “mensalão” petista – esquema de compra de apoio de parlamentares no Congresso Nacional que atingiu algumas das principais figuras do PT e do governo.
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