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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou que a Polícia Federal abra inquérito para investigar o ex-ministro Antônio Palocci.
Moro atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF) para aprofundar as investigações, remetidas em maio à Justiça Federal em Curitiba, após decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou abertura de investigação no Supremo.
Conforme requisitado pelo MPF, intime-se a autoridade policial para que instaure inquérito policial, por dependência a estes autos, destinado a aprofundar as investigações sobre os fatos constantes do presente procedimento. Em 15 dias deverá indicar nestes autos o número que tomou o novo inquérito”, decidiu Moro.
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As suspeitas contra Palocci surgiram a partir de depoimento de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele disse que recebeu pedido para repassar R$ 2 milhões do caixa do PP para financiar a campanha de 2010 da presidente Dilma Rousseff à Presidência da República.
No depoimento, o ex-diretor disse acreditar que Palocci não ocupava mais nenhum cargo no governo federal quando fez a solicitação. Costa declarou ainda não ter certeza se o pedido foi feito pessoalmente por Palocci ou por um assessor. As declarações de Costa não foram confirmadas por outro delator da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef.
Em maio, ao julgar o pedido da PGR, Zavascki seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decidiu que não há indícios que envolvam Dilma. Dessa forma, o ministro remeteu a parte da investigação que envolve Palocci para a Justiça Federal no Paraná, pois o ex-ministro não tem foro privilegiado.
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A defesa de Palocci sustenta que os delatores não dizem a verdade, e diz que o ex-ministro não tem envolvimento com os fatos investigados na Lava Jato. Os advogados de Palocci pedem reiteradamente acesso à investigação, e apontam vazamentos ilícitos para a imprensa.
“Urge que esse douto Juízo, que por força do controle jurisdicional das investigações, tem o domínio desses fatos, expeça provisão para restabelecer a ordem jurídica violada e assegure os direitos fundamentais do investigado”, argumenta a defesa.
R$ 35 milhões quando deputado
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, documentos entregues ela Receita Federal à investigação conduzida pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal sobre o ex-ministro revelam que sua consultoria faturou R$ 34,9 milhões entre 2007 e 2010, época em que era deputado federal.
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No período, sua empresa, a Projeto, recebeu de 60 clientes de diferentes setores da economia, como firmas de planos de saúde, de alimentação e incorporadoras de imóveis. Os principais clientes da Projeto foram a Amil, o escritório de advocacia do também ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e a Caoa Montadora de Veículos, todos com pagamentos acima de R$ 5 milhões.
A assessoria de imprensa de Palocci informou que os serviços de sua consultoria “variavam de acordo com as exigências de cada cliente” e que, em nenhum caso houve interferência ou confusão com sua atuação parlamentar.
(Com Agência Brasil)
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