Para 61%, enfrentamento do coronavírus por Bolsonaro é ruim ou péssimo; percepção para economia também piora

Percentual de negacionistas da eficácia da vacina contra Covid-19 cai para 6%; pessoas acham que têm mais chances de perder emprego e ter mais dívidas

Anderson Figo

(Gerd Altmann/Pixabay)
(Gerd Altmann/Pixabay)

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SÃO PAULO — Para 61% dos brasileiros, o enfrentamento do coronavírus pelo presidente Jair Bolsonaro é ruim ou péssimo. É o que mostra a rodada de março da pesquisa XP/Ipespe. Foi um aumento de oito pontos percentuais sobre o levantamento do mês passado (53%).

Ao mesmo tempo, a avaliação ótima e boa sofreu uma queda, passando de 22% para 18% — mesmo patamar do parecer regular ao enfrentamento da pandemia pelo presidente. Do total de entrevistados, 3% não souberam ou não quiseram responder (antes eram 2%).

A XP/Ipespe ouviu 800 pessoas entre os dias 9 e 11 de março de 2021, em entrevistas telefônicas realizadas por operadores, em todo o território nacional. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

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Ainda sobre coronavírus, a maioria dos entrevistados (77%) disseram que vão se vacinar contra a doença, mesmo percentual de fevereiro. No começo do ano, eram 69%. O percentual de pessoas que responderam que com certeza não vão se vacinar baixou de 9% em fevereiro para 6% em março. No primeiro mês do ano estava em 11%.

Entre o total de entrevistados, apenas 4% disseram que já tomaram pelo menos uma dose da vacina contra o coronavírus e 1% não souberam ou não quiseram responder.

O percentual de pessoas que estão com muito medo do surto de coronavírus disparou de 39% em fevereiro para 49 na pesquisa de março, segundo a XP/Ipespe. Em sentido oposto, as pessoas que declararam estar com pouco medo da doença foram 30%, ante 36% no mês passado.

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Já aqueles que declararam que não estão com medo do surto de coronavírus foram 18% do total. Em fevereiro, eram 24% e, em janeiro, 22%. Ao todo, 3% dos entrevistados não quiseram ou não souberam responder esta pergunta.

A condução do enfrentamento da pandemia pelo governo tem sido alvo de muitas críticas desde o ano passado — as quais se intensificaram nesta semana com o discurso do ex-presidente Lula atacando diretamente a falta de ações efetivas do presidente Jair Bolsonaro contra a disseminação da doença.

Os especialistas em infectologia e a Organização Mundial da Saúde mantêm a posição de que o distanciamento social, o uso de máscaras e álcool em gel e a vacinação contra da Covid-19 são fundamentais para o combate à pandemia.

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No Brasil, o número de negacionistas que não acreditam na eficácia da vacina está em queda, e o país já vacinou mais de 9 milhões de pessoas. Percentualmente é um número baixo comparado ao total de brasileiros e, segundo especialistas, a falta de empenho do governo na compra de mais vacinas e insumos atrasa o processo de imunização da população, que já foi temporariamente paralisado em diversos estados.

Enquanto isso, o vírus continua sendo disseminado no Brasil, que passou os Estados Unidos nesta semana em número de novos casos diários de infecções, com média superior a 60.000 por dia. As UTIs em vários estados estão perto de colapso, o que motivou governadores a decretar novas medidas de restrição de circulação de pessoas.

Economia

Em meio à piora da pandemia no Brasil, a percepção dos brasileiros sobre a economia também piorou. Para 63% dos entrevistados, a economia no Brasil está no caminho errado — em fevereiro, o percentual era de 57% e em janeiro, 54%.

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Em sentido oposto, aqueles que acreditam que a economia no Brasil está no caminho certo foram 27% da amostra, contra 30% no mês passado. Do total, 10% das pessoas ouvidas pela XP/Ipespe não souberam ou não quiseram responder esta questão.

O percentual de brasileiros que acreditam que há uma chance muito grande de manter seus empregos nos próximos seis meses ficou em 52%, caindo oito pontos percentuais sobre fevereiro (60)%. Já os que acreditam que há uma chance pequena ou muito pequena de estarem empregados até setembro foram 40% dos entrevistados, ante 35% no mês passado.

O medo também se refletiu nas avaliações sobre as dívidas: aqueles que acreditam que elas vão aumentar mais ou muito mais nos próximos seis meses foram 37% dos entrevistados, ante 31% em fevereiro. Já os que acham que elas vão permanecer no mesmo patamar até setembro foram 32%, ante 35% na pesquisa anterior.

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Apenas 18% das pessoas ouvidas disseram acreditar que suas dívidas vão diminuir mais ou muito mais nos próximos seis meses, contra 24% em fevereiro. Do total, 10% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder esta pergunta.

Sobre o auxílio emergencial, 54% dos entrevistados disseram que não receberam o benefício do governo federal, enquanto 44% confirmaram que sim. Do total de entrevistados, 90% estão cientes das discussões sobre a criação de uma nova rodada de auxílio, mas apenas 70% deles acredita que irá receber o benefício.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.