Os 10 maiores riscos para o mundo em 2019, de acordo com a Eurasia

O ambiente geopolítico é o mais perigoso em décadas e ocorre justamente em um momento em que a economia global está se saindo bem

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A consultoria de risco político Eurasia tradicionalmente publica no início de cada ano um relatório apontando os 10 tendências políticas e geopolíticas mais desafiadoras para os investidores globais.

Neste ano, eles apontaram, na voz do presidente da instituição Ian Bremmer: “a perspectiva de risco político para 2019 é razoavelmente boa”. Mas fez um alerta: “quase todos os desenvolvimentos geopolíticos que importam estão seguindo agora na direção errada. Isso é algo sem precedentes em toda a minha vida. Essas questões, se não forem abordadas, levarão a grandes problemas no futuro. É uma mudança climática geopolítica”.

Para a Eurasia, o ambiente geopolítico é o mais perigoso em décadas e ocorre justamente em um momento em que a economia global está se saindo bem. Por enquanto, a fotografia do momento não aponta nada errado, mas indícios sinalizam que o mundo se encaminha para sérios problemas de longo prazo.

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Além dos problemas iminentes, o time da Eurasia aponta também alguns temas que, embora estejam recebendo muita atenção da imprensa, não devem representar ameaça significativa ou provocar instabilidades em 2019. O cenário político no Brasil é um desses casos. 

Veja os 10 principais riscos para 2019, segundo a Eurasia: 

1 – Sementes ruins

Os líderes mundiais estão tão ocupados lidando com crises locais que estão ignorando problemas muito maiores no futuro. Assim, 2019 é o ano em que “sementes ruins” estão sendo plantadas, o que acabará por ameaçar toda a ordem global. 

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Exemplos disso são as instituições políticas em todas as democracias avançadas do mundo, como a aliança transatlântica, a Otan, a União Europeia, o G20, a Organização Mundial do Comércio, a Rússia e o Ocidente… nada disso explodirá neste ano, mas cada um deles está indo na direção errada, avalia a consultoria. 

2 – EUA e China

O relacionamento entre Estados Unidos e China está partido e mesmo uma trégua na guerra comercial não resolverá isso. A confiança entre os dois lados está quase no fim. Democratas e republicanos concordam que a China representa ameaças. Os chineses acreditam que não podem se dar ao luxo de recuar. Ambos os lados trabalharão para se tornarem menos vulneráveis um ao outro, reduzindo as conexões que até agora os uniram.

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3 – Lutas cibernéticas

Os hackers desenvolvem novas habilidades, ao mesmo tempo em que nossa dependência digital se aprofunda e ainda não há regras realistas para ajudar a evitar conflitos cibernéticos. É difícil interromper um ataque. “Você não sabe se é um governo, um ladrão, um terrorista ou anarquista que está atirando em você. Suas defesas cibernéticas rapidamente se tornam obsoletas. E 2019 será o ano em que, se o governo dos Estados Unidos for ofendido, os resultados serão perigosos”, avalia a consultoria.

4 – Populismo europeu

A União Europeia realizará eleições parlamentares em maio e os populistas ganharão mais cadeiras do que nunca. Eles também desempenharão papéis mais significativos na Comissão Europeia e no Conselho Europeu, ajudando-os a desafiar a atual política europeia sobre migração, comércio e aplicação das regras dentro dos Estados membros. Desentendimentos internos também perturbarão a capacidade da União Europeia de reagir rapidamente a crises.

5 – Estados Unidos e o aumento na disputa

A conquista da maioria na Câmara dá poder real aos democratas pela primeira vez desde que Donald Trump se tornou presidente e, embora ele provavelmente não seja afastado do cargo, as lutas internas em Washington serão especialmente intensas em 2019. Trump enfrentará desafios vindos dos democratas, da mídia, dos tribunais, e um número crescente de investigações de sua administração, sua campanha, seus negócios e sua família. Trump vai responder com “fogo”, aumentando o risco de uma crise constitucional. Os mercados podem permanecer voláteis.

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6 – Inverno da inovação

Temores relacionados à segurança levam os governos a evitar fornecedores estrangeiros em áreas críticas para a segurança nacional. As preocupações com a privacidade levam à regulamentação rigorosa sobre como os dados dos cidadãos podem ser usados e as preocupações econômicas levam à construção de barreiras para proteger as empresas de tecnologia contra os concorrentes estrangeiros. Vemos essas tendências nas relações EUA e China, mas a Europa e o Japão também estão impondo novas restrições. Brasil, Índia e até mesmo a Califórnia adotaram, ou estão considerando, novas e rígidas regras de proteção de dados. A inovação depende de cooperação. Espere muito menos disso em 2019.

7 – Coalizão de má vontade

Donald Trump agora tem imitadores, afirma a Eurasia, apontando que o italiano Matteo Salvini e o brasileiro Jair Bolsonaro usaram uma cartilha como a do presidente americano para vencer eleições. O russo Vladimir Putin, o turco Recep Erdogan e o norte-coreano Kim Jong-un têm razões táticas para promover o presidente dos Estados Unidos. Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita, e Bibi Netanyahu, de Israel, precisam de seu apoio. Esses líderes não saúdam uma bandeira comum, mas cada um deles reforçará o desafio de Trump ao status quo internacional.

8 – México

O novo presidente Andrés Manuel Lopez Obrador é popular e seu partido tem grande maioria parlamentar, mas sua tentativa de reverter a abertura da economia do México, as políticas macroeconômicas ortodoxas, as privatizações e a desregulamentação ameaçam um retorno à década de 1960. Em 2019, ele vai gastar o dinheiro que o México não tem em problemas como pobreza e segurança que resistem a soluções simples. E, à medida que ele centraliza o poder, a formulação de políticas se tornará mais errática.

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9 – Ucrânia

Vladimir Putin não irá se comprometer com a Ucrânia, o vizinho mais importante da Rússia. Ele quer uma palavra decisiva sobre o futuro do país. A Ucrânia realizará eleição presidencial em março e eleições parlamentares no outono. A Rússia irá interferir em um grau muito maior do que nas eleições dos Estados Unidos e da Europa. Ambos os governos têm incentivos políticos para escolher brigas com o outro. Embora ambos desejem manter suas batalhas dentro dos limites, o conflito pode adquirir vida própria.

10 – Nigéria

A Nigéria enfrenta sua eleição mais disputada desde que se tornou uma democracia em 1999. Conforme afirma a Eurasia, o presidente Muhammadu Buhari não tem energia e habilidade para atender às necessidades da Nigéria. Seu oponente, Atiku Abubakar, quer enriquecer a si mesmo e a seus aliados. Se Buhari vencer, reformas muito necessárias devem esperar e os ataques de militantes à indústria do petróleo vão piorar. Seus problemas de saúde poderiam aumentar as disputas políticas. Uma vitória da oposição poderia levar a uma governança mais predatória e populista. Há também um risco curinga: um resultado inconclusivo das eleições pode criar o caos.

Risco bônus: Brexit

Três anos após a votação, quase todos os resultados do Brexit permanecem possíveis. O desafio da liderança remendada protegeu a primeira-ministra, por enquanto. No entanto, sem o apoio dos parlamentares, Theresa May quase não tem chance de aprovar seu acordo impopular. Isso promete um 2019 muito confuso.

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Parecem problemas, mas não são…

>> De acordo com a Euraria, o novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pode ser nacionalista e ex-oficial do Exército, mas o público, a mídia e as instituições políticas do Brasil não permitem espaço para qualquer centralização perigosa de poder.

>> O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman fez muitos inimigos nos últimos anos, mas ele não vai a lugar nenhum, e nem ele e nem o reino que ele lidera enfrentam sérios riscos em 2019.

>> A necessidade do Irã de aguentar as sanções dos Estados Unidos protegendo as relações com a Europa limitará a agressividade do país. Sua política externa mantém a cabeça baixa e tenta esgotar o relógio na administração Trump.

>> A desconfiança e a concorrência entre a Rússia e a China garantirão que elas não se movam em direção a uma genuína aliança antiocidental.

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