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A Nigéria, o mais populoso país africano, vai eleger um novo presidente e o Parlamento no sábado (28), depois de um adiamento de seis semanas para combater o grupo radical islâmico Boko Haram, que aterroriza sobretudo o Norte do país.
Cerca de 68,8 milhões de nigerianos são chamados às urnas para as eleições presidenciais e legislativas, enquanto os governadores dos estados e os parlamentos locais serão escolhidos em 11 de abril.
Os candidatos à chefia do Estado são 14. Entre eles há, pela primeira vez, uma mulher, mas a disputa acirrada envolve o atual presidente Goodluck Jonathan e o ex-general Muhammadu Buhari, que dirigiu a Nigéria à frente de uma junta militar de 1983 a 1985.
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Jonathan, de 57 anos, um cristão do Sul, da etnia ijaw, tem sido muito criticado pela incapacidade de conter a atuação do Boko Haram que, em seis anos, causou cerca de 13 mil mortos.
O presidente, candidato do Partido Democrático Popular (PDP, no poder), também não tem bons resultados para mostrar em termos econômicos, até porque a queda dos preços do petróleo tem tirado do país uma parte de suas receitas.
Buhari, de 72 anos, já tentou três vezes ser eleito para a presidência, tendo sido escolhido agora pelo Congresso Progressista (APC, coligação de quatro partidos da oposição) para disputar o cargo.
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O general é um muçulmano da etnia fulani, originário do Norte, que construiu uma reputação de incorruptível.
A segurança das eleições é motivo de preocupação. O Boko Haram, que considera a democracia e o governo secular uma forma de “paganismo”, prometeu impedir a votação de sábado.
Segundo o Ministério do Interior, o presidente determinou o fechamento das fronteiras marítimas e terrestres até sábado “para permitir o desenrolar pacífico das eleições”.
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Ainda que nas últimas semanas tenha perdido a maioria das localidades que ocupava no Nordeste, sob pressão de uma força que juntou os exércitos da Nigéria, do Chade, de Camarões e do Níger, o grupo aliado dos jihadistas do Estado Islâmico continua a ser um risco.
Nnamdi Obasi, especialista do Centro de Reflexão International Crisis Group, considera que os combatentes do Boko Haram “talvez não sejam capazes de tomar novos territórios, mas podem enviar suicidas para locais públicos, como as assembleias de voto”.
“Em numerosas áreas do estado de Borno”, de onde é originário o grupo fundamentalista, “a situação continua a ser precária em termos de segurança e os deslocados” não poderão “participar da votação”, enquanto em outras “as eleições vão se realizar, mas em uma atmosfera de preocupação”, adianta Obasi.
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Há ainda o temor da violência política pós-eleitoral, depois das presidenciais de 2011 terem custado a vida a cerca de mil nigerianos.
O chefe da Comissão Eleitoral, Attahiru Jega, insistiu que “tudo o que é humanamente possível” foi feito para garantir eleições credíveis, mas a oposição alertou que os resultados serão pouco credíveis se os milhões de deslocados do Norte não puderem votar.
As Nações Unidas avisaram que será responsabilizado quem contestar os resultados eleitorais pela violência.
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A posse do novo presidente da Nigéria está marcada para 29 de maio.
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