Novo diretor-geral da PF afirma que não vai permitir interferência na corporação

Em referência à invasão dos Três Poderes, ele disse que sedes das instituições foram atacadas por criminosos e que a violência virtual mostrou sua face real

Reuters

Sede da Polícia Federal em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Sede da Polícia Federal em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BRASÍLIA (Reuters) – Em discurso de posse, o novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, prometeu nesta terça-feira que não vai permitir que interferências ou pressões de agentes públicos pautem a atuação da corporação ao destacar que não vai tolerar desvios de finalidade e que o compromisso da instituição é estritamente pelo cumprimento da lei.

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“Não permitiremos que projetos pessoais, interferências ou pressões de agentes públicos, grupos ou holofotes da mídia pautem qualquer ação institucional”, disse ele. “Absolutamente nenhum desvio de finalidade será tolerado”, reforçou.

O novo diretor-geral da PF foi chefe da equipe de segurança do então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a campanha de 2022.

No mandato passado, sob o então presidente Jair Bolsonaro, houve uma série de pressões para mudar de lugar delegados e travar o rumo de investigações. Isso chegou a culminar na demissão do ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de tentar interferir na PF, levando à abertura de um inquérito criminal contra o presidente, que corre no Supremo Tribunal Federal.

Rodrigues também assume uma corporação que foi alvo de críticas do PT durante a Operação Lava Jato, que provocou a prisão de integrantes do partido, inclusive Lula –que teve a condenação por corrupção anulada porque a o Supremo Tribunal Federal avaliou que o juiz Moro foi parcial ao julgá-lo.

Em referência à invasão dos Três Poderes, Rodrigues disse que as sedes das instituições foram atacadas por criminosos e que a “violência virtual mostrou sua face real e materializou-se perigosamente diante de todos nós”.

“As palavras de ódio se concretizaram em ações tangíveis que ameaçaram o edifício do Estado Democrático de Direito. Felizmente nossas instituições resistiram”, afirmou.

“Desinformação em massa, manipulação, ameaças e mesmo ações terroristas não intimidaram os órgãos responsáveis pela guarda da Constituição Federal e pela garantia do respeito à soberania popular”, ressaltou.

Andrei Rodrigues fez um afago ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral dizendo que as cortes tiveram um olhar atento e ação firme, desempenhando um papel essencial para a história do país com atuação de “forma enérgica e à altura dos riscos envolvidos”.

“Não posso deixar de fazer menção ao ministro Alexandre de Moraes que, com muita coragem e determinação, tem sido um grande defensor da democracia neste país”, disse.

Além de Moraes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, participaram da solenidade, entre outros, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Moraes fez um duro discurso contra a invasão das sedes dos Poderes no domingo.

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