New York Times diz que há ameaça de “golpe militar” no Brasil para manter Bolsonaro no poder

Jornal afirma que o alto escalão do oficialato brasileiro está de olho em uma brecha para "acabar com a democracia"

Equipe InfoMoney

(Crédito: Fotos Públicas)
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SÃO PAULO – O jornal americano The New York Times publicou nesta quarta-feira (10) uma reportagem em que afirma que há a possibilidade de um “golpe militar” no Brasil para garantir a manutenção do presidente da República, Jair Bolsonaro, no poder.

No texto, assinado pelos repórteres Simon Romero, Letícia Casado e Manuela Andreoni, o jornal destaca que Bolsonaro está sendo pressionado por todos os lados por conta do aumento nas mortes diárias provocadas pelo coronavírus e das investigações contra seus filhos e aliados.

“A crise cresceu de forma tão intensa que que algumas das mais poderosas figuras do País estão emitindo alertas de instabilidade – sinalizando que podem tomar o controle e acabar com a maior democracia da América Latina”, escrevem.

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Os jornalistas lembram da declaração que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) deu recentemente de que não haveria mais uma questão sobre se uma ruptura democrática iria ocorrer, mas quando.

Sem citar fontes, a reportagem informa que alguns oficiais dentro do Planalto estão ativamente examinando cenários nos quais os militares poderiam intervir.

“Um oficial que não foi autorizado a falar publicamente disse que uma intervenção está fora do radar por ora, mas certos movimentos do Judiciário como ordenar uma busca e apreensão na residência oficial de Jair Bolsonaro como parte das investigações poderia mudar este quadro.”

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De acordo com o New York Times, o Brasil representou uma esperança para o mundo emergente nas últimas décadas, com uma economia pujante e a atração dos holofotes com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas desde então o País foi abalado por uma crise econômica e por graves escândalos de corrupção envolvendo figuras políticas proeminentes.

Bolsonaro teria surgido então, de acordo com a reportagem, como uma promessa de restaurar a ordem que flerta com o passado de ditadura militar do País. Porém, desde então ele se tornou alvo de críticas por minimizar a pandemia de Covid-19, sabotar medidas de isolamento e “capitanear uma das maiores contagens de mortos do mundo”.

Tudo isso ocorre ao mesmo tempo em que a família do presidente é acusada de abuso de poder, corrupção e disseminação de fake news.

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Recentemente, a casa de análises Rosa & Roubini, dos economistas Brunello Rosa e Nouriel Roubini, escreveu que Bolsonaro tem tido comportamentos cada vez mais autocráticos e o Financial Times apontou que Bolsonaro “acendeu o medo” na democracia brasileira.

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