Não há mais espaço para postergar a reabertura da economia, insiste Bolsonaro

O presidente recebeu, nesta quinta, representantes da indústria e em seguida foi ao STF para uma visita surpresa ao ministro Dias Toffoli

Estadão Conteúdo

(Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou, nesta quinta-feira (7), que não há mais espaço para postergar a reabertura da economia. Acompanhado de empresários e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o mandatário falou com jornalistas na saída do Supremo Tribunal Federal (STF), onde se reuniram de última hora com o presidente Dias Toffoli.

“A indústria, a atividade comercial está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não há mais espaço para postergar”, afirmou Bolsonaro.

O presidente recebeu nesta quinta, no Palácio do Planalto, representantes da indústria e em seguida foi ao Supremo. “Há dois meses eu venho falando que a economia não pode parar porque a economia também é vida”, disse.

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Bolsonaro destacou que o posicionamento da indústria é que “abertura gradual e responsável tem que começar o mais rápido possível”. Se isso não acontecer, o presidente afirmou que “fica impossível (o País) voltar a ser o que era em janeiro do corrente ano”.

Repetindo o que disse na reunião não programada com Toffoli, Bolsonaro afirmou ainda que a responsabilidade de combate à crise do novo coronavírus é uma responsabilidade de todos, e citou: “Executivo, Legislativo, Judiciário, governadores, prefeitos, empresários.”

Demanda

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“Nós da indústria, além do enfrentamento da covid-19, estamos enfrentando uma severa, profunda crise de demanda”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, que falou em nome dos empresários na reunião.

O impacto na demanda foi causado pelas decisões sobre o fechamento “da ponta do comércio”, segundo o empresário. O grupo que participou do encontro hoje representa 13 setores e 45% do PIB da indústria.

Marco Polo destacou que, de março para abril, as vendas caíram 50% e a indústria, de maneira geral, opera com 60% de ociosidade. “A indústria está na UTI e precisa sair. Para sair, precisa que ocorram as flexibilizações de maneira que a roda volte a rodar”, disse.

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‘Engrenagem econômica’

Em concordância, o ministro Paulo Guedes reforçou que “embora preservados os sinais de vida” da indústria e comércio, a economia “do ponto de vista de organização e engrenagem econômica” se encaminha para a UTI.

Ele alertou para o risco de desorganização da produção brasileira nos próximos 30 dias. “O alerta que eles (representantes da indústria) deram é muito importante. Embora haja proteção e o povo ainda tenha o dinheiro na mão, daqui a 30 dias pode ser que comece a falta (abastecimento) nas prateleiras.”

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Guedes afirmou ainda que em um cenário de produção desorganizada, o País pode “entrar em um sistema não só de colapso econômico, mas de desorganização social”.

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