Na presidência do G20, Brasil pode destravar questões fundamentais e definir agenda, diz Haddad

Chefe da Fazenda defendeu correção de desigualdades e fechamento de brechas que permitem a evasão fiscal

Estadão Conteúdo

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)
Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou, nesta quinta-feira (23), a relevância do Brasil assumir a presidência do G20 e listou as prioridades do País na trilha financeira, que será coordenada pela Pasta e o Banco Central, durante evento de instalação da comissão nacional do G20, realizado no período da manhã desta quinta. O discurso foi divulgado pelo Planalto após o encontro.

“Com a crise do multilateralismo pela qual passamos, o G20 é o fórum mundial político com mais impacto no mundo, onde podemos destravar politicamente questões fundamentais de interesse do Brasil para depois avançar em outros fóruns como ONU, FMI, Banco Mundial, OMC e assim por diante. Nossa presidência do G20 será oportunidade única para definirmos agenda global em direção que interesse ao Brasil e ao mundo”, disse o ministro.

Haddad lembrou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já havia listado prioridades do Brasil no comando do G20, como inclusão social e combate à fome, transição energética e desenvolvimento sustentável e reforma das instituições de governança global. “A trilha financeira do G20 existe para criar meios concretos para realizar essas prioridades. Será fundamental mobilização maciça de recursos internacionais que devem vir principalmente do Norte para o Sul global”, disse.

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Na trilha financeira, Haddad listou uma série de itens prioritários e que serão trabalhados pela Fazenda e Banco Central, com destaque para uma nova abordagem de tributação internacional justa e soluções para correção de desigualdades e fechamento de brechas que permitem a evasão fiscal.

Ele ainda destacou a prevenção de riscos por meio de coordenação eficaz de políticas econômicas e financeiras, a desigualdade no centro da agenda macroeconômica, aprofundamento da reforma de instituições financeiras, a promoção de fluxo de recursos para países mais pobres e avanço na solução da dívida externa, sobretudo de países africanos. Mencionou também a criação de mecanismos apropriados de compartilhamento de riscos entre capital público e privado para promover transformações ambientais.

Mudanças

O ministro ainda voltou a falar sobre um novo modelo de globalização, e que o G20 é uma oportunidade de pôr “a mão na massa” para fazer o motor externo funcionar. Ele frisou que, no cenário internacional, há fatores sobre os quais não se tem controle, como conflitos, guerras, tensões geopolíticos, a ascensão internacional de forças extremistas e a crise do multilateralismo.

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“Estamos propondo que o Brasil lidere a reglobalização sustentável do ponto de vista ambiental e social”, disse ele, destacando a necessidade de voltar o olhar para o aspecto social e ambiental.

Haddad também mencionou o desafio logístico de organizar o G20 no Brasil em 2024, com centenas de reuniões em todo o País.

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