“Mercado não está punindo a instabilidade política, está sendo benevolente”, diz LCA

As recentes denúncias de corrupção contra Michel Temer e alterações nos ministérios não devem alterar o quadro de expectativa de retomada da economia

Estadão Conteúdo

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Recentes denúncias de corrupção envolvendo o presidente em exercício Michel Temer e mudanças feitas às pressas em alguns Ministérios não devem alterar o quadro de expectativa de retomada da economia, na opinião de Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores. “O mercado não está punindo as instabilidades políticas do governo; está sendo benevolente”, afirma.

Dados da Sondagem Industrial divulgados na sexta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que as expectativas dos industriais melhoraram em relação aos próximos seis meses em todos os indicadores pesquisados. No quesito demanda, subiu de 47,8 pontos em maio para 51 pontos, ultrapassando a barreira dos 50 pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2015.

Sinais de que a depressão caminha para ser estancada também aparecem nas previsões do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A entidade espera estagnação dos investimentos em 2017, em US$ 410 milhões, após três anos seguidos de queda. O número de postos de trabalho também deve ser mantido no setor, depois de sair de 199,5 mil trabalhadores em 2014 para previstos 164 mil neste ano (35,5 mil a menos).

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Gastos públicos

O presidente do Sindipeças, Dan Iochpe, lembra que a recuperação econômica está condicionada à adoção de medidas que controlem os gastos públicos do governo e estimulem a demanda. “Se não tivermos grandes erros daqui para frente é provável que a recuperação aconteça”, diz. O executivo ressalta, contudo, que qualquer alteração na atual política macroeconômica será um “desastre”.

Na visão do economista Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada no Ibre/FGV, os índices divulgados até agora “ainda são expectativas pessimistas se tornando menos pessimistas.” Ele avalia que “são empresas que achavam que a coisa continuaria piorando e agora acham que vai estabilizar”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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