Lula volta a criticar juros altos e diz que BC tem que dar explicações ao Senado e ao povo

Em live transmitida pelo seu canal no YouTube, presidente diz que manutenção da Selic em 13,75% ao ano "não tem explicação"

Marcos Mortari

Publicidade

A dois dias de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciar o novo patamar da taxa básica de juros (a Selic), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a intensificar as críticas à condução da política monetária e ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Na segunda edição da live “Conversa com o Presidente”, transmitida nesta segunda-feira (19), em seu canal do YouTube e redes sociais, Lula disse que a manutenção da Selic no atual patamar de 13,75% ao ano “não tem explicação”.

A expectativa da maioria dos agentes econômicos é que o Copom mantenha os juros na próxima reunião e apenas inicie um ciclo de afrouxamento monetário no segundo semestre.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Durante a transmissão, Lula comemorou o melhor desempenho da economia brasileira, chamando atenção para a desaceleração da inflação e exaltou a redução dos preços de alguns alimentos, citando a carne, o arroz e o óleo de soja, e a queda recente do dólar.

“A inflação está abaixando. O dólar está caindo. Apenas o juro precisa baixar, porque também não tem explicação”, afirmou.

“O presidente do Banco Central precisa explicar, não a mim, porque já sei por que ele não baixa, mas ao povo brasileiro e ao Senado que o elegeu por que ele mantém essas taxas de juros de 13,75% em um país que está com uma inflação anual de 5%”, prosseguiu.

Continua depois da publicidade

Na live, Lula disse que o governo irá apresentar, no segundo semestre, um conjunto de metas a serem executadas até 2026. Mesmo sem apresentar detalhes, ele reforçou o compromisso de ampliar o programa Minha Casa Minha Vida, prometendo a entrega de mais de 2 milhões de casas até o fim do mandato, e repetiu a intenção de criar um instrumento que contemple faixas mais altas da classe média.

“Nós vamos inaugurar casas e ao mesmo tempo vamos lançar um programa de fazer, até dia 31 de dezembro de 2026, mais de 2 milhões de casas. E essas casas serão não apenas para as pessoas mais pobres, mas também vamos construir casas para o setor médio da sociedade − aquele trabalhador que ganha R$ 8 mil, R$ 9 mil, aquele pequeno empreendedor, aquela pessoa que trabalha por conta própria”, disse.

“Nós vamos tentar criar condições de fazer uma casa para quem pode pagar um pouco melhor também ter condições de fazer um financiamento”, pontuou.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.