Lula recebe repatriados e diz que Brasil tentará trazer mais famílias da Faixa de Gaza

Presidente voltou a afirmar que Israel comete atos de terrorismo ao bombardear hospitais

Equipe InfoMoney

Brasileiros resgatados da Faixa de Gaza chegam à base aérea de Brasília. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite de segunda-feira (13), ao receber 32 brasileiros repatriados da Faixa de Gaza, que o país continuará tentando buscar todos os que quiserem sair da região do conflito e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acompanhar os parentes brasileiros.

“A gente vai tentar fazer todo o esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para trazer todos os brasileiros que lá estão e que querem vir para o Brasil, inclusive alguns companheiros que tinham parentes eu pedi para trazer os parentes mesmo que não fossem brasileiros, que a gente trataria de legalizar aqui no Brasil”, prometeu.

Os repatriados aguardavam há mais de um mês para deixar a região do conflito entre Israel e Hamas. “Agradecemos muito do fundo do coração a todos que ajudaram a gente a chegar aqui. Não estou acreditando ainda que estou aqui, que estou viva”, disse a jovem Shahed Al-Banna, de 18 anos.

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Hassan Rabee, um dos repatriados que foram recepcionados por Lula, disse ao presidente diante da imprensa que acompanhava a chegada que o que está acontecendo em Gaza é um “massacre” e pediu que o governo brasileiro ajude a trazer sua mãe para o Brasil. Ele mora em São Paulo e foi a Gaza para um casamento.

“O que está acontecendo lá é um massacre. É difícil para todos vocês entenderem o que a gente passa lá, as bombas caem por todo lado, as minhas filhas ficaram muito chocadas lá, muito tristes. Na primeira e na segunda semana a gente ficava mentindo, falava que os ataques, as bombas, eram explosões de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar muito tempo”, contou.

“Quando elas começaram a entender o que estava acontecendo, quando passava um avião militar israelense elas fechavam a janela achando que quando fechavam a janela estavam protegidas.”

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A ofensiva israelense foi uma resposta a ataques realizados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, nos quais 1.200 pessoas foram mortas e 240 sequestradas e levadas como reféns para Gaza. O ataque do Hamas foi classificado por Lula, em mais de uma ocasião, como um ato terrorista. Na segunda-feira, o presidente brasileiro voltou a afirmar que o Estado de Israel comete atos de terrorismo no enclave palestino ao matar crianças e mulheres e ao bombardear hospitais.

“Eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes”, disse Lula, referindo-se aos ataques israelenses no enclave que já mataram mais de 11 mil pessoas, 40% delas crianças.

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra”, prosseguiu.

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Lula afirmou que tentará nesta terça-feira (14) fazer um telefonema com o presidente da China, Xi Jinping, para manter a pressão no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em busca da preservação da vida de civis no conflito. O colegiado está atualmente sobre presidência rotativa chinesa.

Mesmo com a demora ao concretizar a saída dos brasileiros, especialistas em relações exteriores consideraram a operação uma “vitória diplomática”. O grupo que desembarcou na Base Aérea de Brasília ficará hospedado por, pelo menos, dois dias em alojamento da FAB, onde receberá apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Depois desse período, o grupo vai se dividir Brasil afora.

Vinte e quatro pessoas irão para São Paulo, sendo que 12 ficarão na casa de parentes e outros 12 em um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior do estado. Quatro ficarão em Brasília, dois seguirão para Florianópolis (SC), um irá para Cuiabá (MT) e outro para Novo Hamburgo (RS).

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(Com Agências)

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