Lula exalta UE e critica soluções militares para problemas atuais

Declarações vêm após ele se tornar alvo de críticas por afirmar que tanto Rússia quanto Ucrânia eram responsáveis pela guerra

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros e presidentes dos demais Poderes, no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros e presidentes dos demais Poderes, no Palácio do Planalto (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou a União Europeia e criticou os que acreditam em soluções militares para os problemas atuais durante discurso ao Parlamento de Portugal nesta terça-feira (25), dia em que os portugueses comemoram o 49º aniversário da Revolução dos Cravos, que colocou fim a décadas de regime autoritário no país europeu.

As declarações de Lula vêm após ele se tornar alvo de críticas por afirmar que tanto Rússia quanto Ucrânia eram responsáveis pela guerra iniciada em fevereiro do ano passado, quando tropas russas invadiram o território ucraniano, e também por declarar que Estados Unidos e UE contribuem para o prolongamento do conflito ao fornecerem armas à Ucrânia.

“Eu considero a integração resultante da União Europeia um patrimônio democrático da humanidade. E eu vi no Brasil, a consequência trágica que sempre acontece quando se nega a política, se nega o diálogo”, disse Lula.

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“Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História. Nenhuma solução de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política”, defendeu.

Em seu discurso, Lula afirmou ainda que condena a violação da integridade territorial da Ucrânia e defendeu a necessidade de falar sobre a paz.

“O Brasil compreende a apreensão causada pelo retorno da guerra à Europa. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia. Acreditamos em uma ordem internacional fundada no respeito ao Direito Internacional e na preservação das soberanias nacionais”, disse.

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“Ao mesmo tempo, é preciso admitir que a guerra não poderá seguir indefinidamente. A cada dia que os combates prosseguem, aumenta o sofrimento humano, a perda de vidas, a destruição de lares.”

Lula tem defendido que um grupo de países que não estão envolvidos na guerra faça a mediação de negociações de paz entre russos e ucranianos. Ele tratou do assunto em encontros que teve com os presidentes dos EUA, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron, e da China, Xi Jinping, além do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Lula teve ainda um telefonema com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.

As declarações recentes de Lula sobre a guerra, e o fato de ter recebido em Brasília o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no entanto, geraram críticas dos Estados Unidos e da União Europeia, que apontaram que o Brasil estaria alinhado a Moscou, o que o governo brasileiro nega.

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