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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume a Presidência da República neste domingo (1º), será organizado em 37 ministérios, secretarias e órgãos com status ministeriais.
Serão 14 pastas a mais em comparação com a gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL), em uma repetição dos números de 2007 a 2010, durante o segundo mandato do petista.
Durante os trabalhos da transição, Lula salientou que as indicações seguem o arranjo de forças políticas que deram sustentação à frente ampla que o acompanhou na corrida eleitoral de 2022.
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Mas algumas dessas legendas, como PV, Solidariedade e Pros, acabaram alijadas de postos no primeiro escalão da próxima administração.
A distribuição de espaços no novo governo contemplou, por outro lado, forças políticas que embarcaram na coalizão vitoriosa somente após a confirmação do resultado das urnas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dois meses atrás.
Foi o caso de MDB, PSD e União Brasil, que juntos conquistaram 8 pastas na próxima administração. A avaliação do entorno de Lula é que as três siglas serão fundamentais na construção de uma base sólida de apoio no Congresso Nacional. Juntas, elas terão 143 deputados e 31 senadores na próxima legislatura.
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Veja a lista e um breve perfil dos indicados para cada uma das pastas:
Fernando Haddad (PT): Ministério da Fazenda
Ministro da Educação durante boa parte dos governos de Lula e Dilma Rousseff, Fernando Haddad foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2016 e candidato à Presidência da República nas eleições de 2018 − substituindo o próprio Lula, na época barrado pela Lei da Ficha Limpa.
É professor de ciência política da Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu graduação em Direito, mestrado em Economia e se tornou doutor em Filosofia. Crítico de algumas teses caras ao chamado “socialismo real”, sempre foi de esquerda, mas tinha um perfil considerado heterodoxo e não dogmático.
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Trabalhou como analista de investimento no Unibanco e foi Subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo durante a administração de Marta Suplicy (hoje no MDB). Integrou o Ministério do Planejamento no primeiro mandato de Lula e foi nomeado ministro da Educação em julho de 2005, permaneceu no cargo até janeiro de 2012.
Muitas vezes é chamado como “o mais tucano dos petistas” por seu perfil moderado, pelo bom trânsito em grupos políticos mais resistentes ao seu partido e o perfil acadêmico.
Considerado homem de alta confiança de Lula, foi um dos principais responsáveis pela construção da “frente ampla” em torno da candidatura petista nas últimas eleições, desde a formalização da chapa com Geraldo Alckmin até a aproximação com Marina Silva e a conquista de apoio de economistas liberais.
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Saiba mais: Fernando Haddad: como o ‘mais tucano dos petistas’ se tornou fiel escudeiro de Lula
Esther Dweck: Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos
A economista Esther Dweck foi assessora econômica e secretária de Orçamento Federal nos governos da presidente Dilma Rousseff (PT). A indicação de seu nome para chefiar a nova pasta de Gestão obteve apoio do Movimento “Elas no Orçamento”, iniciativa colaborativa, apartidária e voluntária criada por mulheres da área de planejamento, orçamento e finanças públicas.
Crítica do teto de gastos, Esther é doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde desde 2009 é professora adjunta do Instituto de Economia. Também foi professora substituta na Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
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No meio acadêmico, tem se dedicado a estudar aspectos sobre crescimento e desenvolvimento econômico e sobre o papel do Estado nesse processo. É organizadora, ao lado dos economistas Pedro Rossi e Ana Luiza Matos de Oliveira, do livro “Economia Pós-Pandemia – Desmontando os Mitos da Austeridade Fiscal e Construindo um Novo Paradigma Econômico”, que defende a tese de que a crise sanitária teria demolido a ideia de que o gasto público era o grande problema do Brasil.
Simone Tebet (MDB): Ministério do Planejamento e Orçamento
Primeira mulher eleita como senadora pelo Mato Grosso do Sul, Simone Tebet teve atuação destacada durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investigou ações e omissões do governo federal na gestão da crise sanitária.
Candidata à presidência nas últimas eleições, teve 4,9 milhões de votos no primeiro turno, sendo a terceira mais votada, e apoiou Lula no segundo, com participação intensa em carreatas e comícios para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição.
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Tebet estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em 1992, e fez mestrado em Direito do Estado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concluído em 1998. Deu aulas de Direito Público e Administrativo ao longo de 12 anos. Trabalhou como consultora jurídica na Assembleia Legislativa de MS, onde também ocupou o cargo de diretora técnica legislativa.
Antes de assumir a cadeira do Senado, foi prefeita de Três Lagoas por dois mandatos, deputada estadual e vice-governadora. Como parlamentar, liderou a primeira bancada feminina da história e tornou-se presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Foi também a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e a disputar o comando da casa legislativa em 198 anos.
Saiba mais: Quem é Simone Tebet? Conheça a nova ministra do Planejamento do governo Lula
Rui Costa (PT): Casa Civil da Presidência da República
Conhecido pela habilidade em negociar com segmentos de perfis e ideologias diferentes, Rui Costa é economista de formação pela UFBA e governador da Bahia desde 2015.
Seu nome chegou a ser mencionado para ser ministro na área econômica, mas a capacidade de articulação pode ter pesado para que fosse indicado ao ministério responsável por coordenar os trabalhos de todas as outras pastas.
Na campanha eleitoral, o diálogo com prefeitos baianos − uma vez que o PSD é a sigla que lidera o número de municípios sob gestão no Estado − foi decisivo para que Lula chegasse a 72% de votos no quarto maior colégio eleitoral brasileiro.
No pleito, por uma costura política no Estado, que inclusive envolveu a candidatura de Otto Alencar (PSD-BA) à reeleição no Senado Federal, abriu mão de disputar um cargo e se manteve no comando do governo local durante a campanha. Sua postura foi fundamental para a vitória de Jerônimo Rodrigues (PT) sobre ACM Neto (União Brasil), franco favorito de acordo com as pesquisas de intenções de voto.
É aliado de primeira hora do senador Jaques Wagner (PT-BA), seu antecessor no governo da Bahia e braço-direito de Lula, e de quem foi secretário de Relações Institucionais e da Casa Civil.
Como gestor público, destacou-se pelo perfil pragmático e pelo incentivo às chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Flávio Dino (PSB): Ministério da Justiça e Segurança Pública
Um dos principais quadros da esquerda no Nordeste, Flávio Dino foi um dos integrantes de destaque do grupo técnico que discutiu Justiça e Segurança Pública no governo de transição.
Filho de advogados, é formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e mestre pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Antes de ingressar na política, foi juiz federal de 1994 a 2006, atuou como secretário‐geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e assessor da presidência do Supremo Tribunal Federal.
Em 2006, foi eleito deputado federal pelo PCdoB. Presidiu a Embratur, entre 2011 e 2014, durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Foi eleito governador do Maranhão em 2014, em uma vitória expressiva sobre o clã de José Sarney (MDB), e reeleito.
Como governador, destacou-se por políticas públicas voltadas à Educação, como os programas Bolsa Escola e Escola Digna, além de um conjunto de ações voltadas aos municípios mais pobres do Estado.
No último pleito, foi eleito senador com 2.125.811 votos (o equivalente a 62% dos votos válidos), pelo PSB. Mas logo foi chamado para ocupar a Esplanada dos Ministérios do governo Lula. Em declarações recentes, defendeu a revogação de uma série de decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armas de fogo no país.
José Múcio: Ministério da Defesa
Ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio deu os primeiros passos na política na década de 1980, ao ser eleito vice-prefeito de Rio Formoso (PE). Foi deputado federal por cinco legislaturas consecutivas. No segundo mandato de Lula, foi de líder do governo na Câmara a ministro Relações Institucionais.
Engenheiro de formação, assumirá o cargo com o desafio de conter o que muitos entendem como um envolvimento excessivo das Forças Armadas no processo político, inclusive com o aumento da ocupação de cargos no Poder Executivo por militares.
Embora não tenha construído sua trajetória na área de Defesa, é conhecido pela capacidade de diálogo com figuras de diferentes espectros ideológicos.
Filiado ao PTB na época do escândalo do Mensalão, atuou como defensor do então presidente da sigla, Roberto Jefferson (RJ), que acabou tendo o mandato de deputado federal cassado.
Mauro Vieira: Ministério das Relações Exteriores
Ex-ministro das Relações Exteriores durante o governo de Dilma Rousseff (PT), atual embaixador do Brasil na Croácia e ex-embaixador na Argentina e nos Estados Unidos, o diplomata de carreira Mauro Vieira vai comandar novamente a pasta sediada no Palácio do Itamaraty.
Vieira se formou no Instituto Rio Branco em 1974. Como embaixador, esteve entre 1982 e 1985, na Missão do Brasil junto à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), no Uruguai. Na década de 1990, foi chefe da embaixada do Brasil na Cidade do México e em Paris. Também foi representante do Ministério das Relações Exteriores no Conselho de Administração da Itaipu Binacional.
Alexandre Padilha (PT): Secretaria de Relações Institucionais
Médico formado pela Unicamp, Alexandre Padilha foi ministro de Relações Institucionais no Governo Lula e ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff.
Como ministro, foi o responsável pela implantação do programa Mais Médicos, desenvolvido com objetivo de aumentar o número de profissionais em regiões mais pobres e com carência de atendimento e que contava com importante participação de profissionais estrangeiros.
Durante a gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo, atuou como secretário de Saúde.
Nas eleições de 2014, Padilha concorreu ao Governo de São Paulo e acabou derrotado nas urnas por Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito na chapa de Lula nas eleições de 2022.
Geraldo Alckmin (PSB): Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Formado em Medicina, Geraldo Alckmin é um dos fundadores do PSDB e era considerado um dos principais quadros da sigla, até deixar o partido no final de dezembro de 2021.
Pela legenda, disputou a Presidência da República em duas ocasiões: em 2006 − quando foi derrotado por Lula no segundo turno − e 2018, quarto colocado no pleito que teve a vitória de Jair Bolsonaro.
Veterano com trajetória de cinco décadas na política, foi deputado federal, deputado estadual, prefeito de Pindamonhangaba, no interior paulista, vereador da mesma cidade, vice-governador e governador de São Paulo. Durante boa parte deste tempo, esteve em campo oposto ao PT.
Mas, em manobra impensável há pouco mais de um ano, fragilizado após a perda de espaços no PSDB, Alckmin passou a manter conversas com aliados de Lula. Ainda que tucanos e petistas tenham se engalfinhado durante a maior parte dos últimos 30 anos, os dois chegaram a um denominador comum para lançar uma chapa que traduzisse a ideia de uma frente ampla contra Bolsonaro.
O nome de Alckmin ampliou as condições de acesso a Lula a um eleitorado de perfil mais conservador, sobretudo no estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O atual vice tem sólida formação religiosa, é popular no conservador interior paulista e defensor de privatizações, concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
Inicialmente, Lula não planejava ter seu vice à frente de uma pasta, mas, diante de uma série de negativas de pretendentes para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a “solução caseira” pareceu a melhor opção.
O primeiro grande desafio do vice será representar o Brasil, em janeiro, no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). A ideia de Lula é que Alckmin use sua capacidade de interlocução com investidores e o setor produtivo para atrair investimentos e garantir novas oportunidades para os negócios no país. O presidente eleito tem dito que espera ter um comportamento de “mascate” do vice na pasta.
Saiba mais: Geraldo Alckmin, ex-tucano e adversário do PT por décadas, vira vice de Lula
Camilo Santana (PT): Ministério da Educação
Superintendente do Ibama no Ceará entre 2003 e 2004, Camilo Santana foi servidor público federal concursado. Dois anos mais tarde, assumiu a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Agrário no governo de Cid Gomes (PDT), irmão de Ciro Gomes.
Ex-deputado estadual, Camilo também trabalhou como secretário das Cidades do governo do pedetista em 2012. Governador eleito por dois mandatos, foi o candidato mais votado para a vaga do Ceará em disputa no Senado Federal, em 2022.
No comando do Ministério da Educação, terá o desafio de coordenar uma pasta fundamental do novo governo em um contexto de significativas perdas de aprendizagem de jovens na pandemia de Covid-19.
Uma de suas missões será de aproveitar os bons resultados educacionais obtidos pelo Ceará nas últimas administrações como modelo para políticas públicas em coordenação com Estados e municípios.
Luciana Santos (PCdoB): Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Ex-prefeita de Olinda (PE), Luciana Santos é presidente nacional do PCdoB, um dos partidos que estiveram com Lula na campanha eleitoral (inclusive, como integrante de federação partidária com PT e PV) e que integrarão a base parlamentar do petista. Engenheira de formação, ela começou sua trajetória política no movimento estudantil.
Natural do Recife (PE), foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora no Estado, eleita em 2018 junto com Paulo Câmara (PSB). Ambos encerram o mandato neste mês. A futura ministra também já exerceu os cargos de deputada estadual e deputada federal.
Ela é a primeira mulher negra a comandar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil. Confirmada na pasta, a política disse que uma de suas prioridades será reajustar as bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cujos valores se mantêm desde 2013.
Margareth Menezes: Ministério da Cultura
Nascida em Salvador, a artista Margareth Menezes tem engajamento em obras sociais, promovendo o desenvolvimento de jovens por meio de cursos profissionalizantes e oficinas de arte. Ela terá o desafio de liderar a pasta extinta durante o governo de Jair Bolsonaro e alocada no Ministério do Turismo.
Como cantora e expoente da música brasileira, Margareth colecionou 23 turnês internacionais, 15 álbuns e quatro indicações ao Grammy Awards. Sua carreira é marcada por trabalhos realizados com diversos artistas, como Gilberto Gil e Carlinhos Brown.
Anielle Franco: Ministério da Igualdade Racial
Irmã de Marielle Franco − vereadora carioca morta a tiros em 2018 junto com o motorista Anderson Gomes em crime que segue sem resolução na Justiça −, Anielle Franco nasceu na Maré, conjunto de comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro.
É bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Após a morte da irmã, criou o Instituto Marielle Franco — entidade que desde então, entre outras atividades, promove oficinas educacionais para crianças, como rodas de conversa, contação de histórias e lançamentos de livros. Desde então, intensificou ações em causas da população negra, das periferias e da comunidade LGBTQIA+.
Como ministra, terá como missão trazer para o centro do debate do novo governo ações de enfrentamento ao racismo e a promoção de políticas públicas em direção à justiça racial e reparação de injustiças históricas.
Cida Gonçalves: Ministério das Mulheres
Especialista em gênero e violência contra mulher, Cida Gonçalves foi secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef (PT).
É consultora em políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica e participou dos trabalhos de transição do novo governo.
Cida também teve participação ativa na coordenação do processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil. Ela foi candidata pelo PT à deputada constituinte, em 1986.
Luiz Marinho (PT): Ministério do Trabalho e Emprego
Formado em Direito, Luiz Marinho foi prefeito de São Bernardo do Campo e comandou o Ministério do Trabalho durante o governo Lula, além de ter atuado como ministro da Previdência Social.
À frente da pasta do Trabalho na próxima gestão, ele deverá propor mudanças nas regras trabalhistas previstas pela carteira verde e amarela, proposta pelo governo Jair Bolsonaro.
Marinho foi operário da Volkswagen e acumula passagem pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de ter presidido o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Hoje preside o diretório estadual do PT.
Em 2020, tentou retornar à prefeitura de São Bernardo do Campo, mas acabou derrotado por Orlando Morando (PSDB). No último pleito, foi eleito deputado federal por São Paulo.
Jorge Messias: Advocacia-Geral da União
Procurador da Fazenda Nacional, Jorge Messias integrou a equipe de transição de Lula. Ele participou do grupo técnico de transparência, integridade e controle.
Servidor público de carreira, o futuro ministro atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Educação, Casa Civil e Ciência e Tecnologia. Também atuou como subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência no governo de Dilma Rousseff.
Messias, à época, ficou conhecido por ter o nome citado em uma conversa por telefone vazada entre Lula e Dilma. Por causa da má qualidade do áudio, seu nome foi ouvido como “Bessias”. A conversa foi grampeada na Operação Lava Jato e divulgada pelo então juiz federal Sérgio Moro.
Vinicius Marques: Controladoria-Geral da União
Vinícius Marques é graduado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em Direito Comparado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne.
Especialista em políticas públicas e gestão governamental do Governo Federal, foi presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016.
Carvalho integrou a equipe de transição do novo governo como membro do grupo responsável pela área de infraestrutura.
Silvio Almeida: Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania
Silvio Almeida é professor, filósofo e advogado. Considerado um dos maiores especialistas em questões raciais no país, é doutor pela Universidade de São Paulo (USP).
É pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e também na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além disso, é presidente do Instituto Luiz Gama, uma associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos, juristas e militantes de movimentos sociais na defesa de pautas envolvendo minorias e direitos humanos.
Em seus trabalhos mais recentes tem abordado áreas como racismo estrutural, compliance e práticas antidiscriminatórias.
Nísia Trindade: Ministério da Saúde
Primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde, Nísia Trindade é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Ela é presidente da Fiocruz desde 2017 e também foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz, unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória.
Também exerceu a vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. Participou da elaboração do Museu da Vida, museu de ciência da Fiocruz. Produziu artigos e livros com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional.
Márcio França (PSB): Ministério de Portos e Aeroportos
Márcio França é formado em Direito e é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) há 34 anos. Começou sua trajetória política como vereador em São Vicente, no litoral paulista. Foi prefeito por dois mandatos da cidade no final dos anos 90.
Também foi deputado federal por dois mandatos. Foi nomeado secretário de Esporte, Lazer e Turismo de São Paulo. Foi vice-governador de São Paulo e assumiu o comando do estado entre 2018 e 2019, após Alckmin renunciar para concorrer à Presidência da República.
Nas últimas eleições, disputou uma vaga para o Senado Federal por São Paulo, na mesma chapa que tinha Lula e Alckmin como candidatos para o Executivo nacional, mas não foi eleito.
Márcio Macedo (PT): Secretaria-Geral da Presidência da República
Márcio Costa Macêdo é biólogo formado pela Universidade Federal do Sergipe. Foi presidente dos diretórios Municipal de Aracaju e Estadual de Sergipe do PT. Atualmente, é um dos vice-presidentes nacionais do partido, e também tem passagem pelo cargo de tesoureiro da sigla.
Exerceu o cargo de superintendente do Ibama em Sergipe. Entre 2007 e 2010, foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos na gestão do então governador Marcelo Déda. Foi deputado federal de 2011 a 2015. Na atual legislatura, foi eleito como suplente em mandato que chega ao fim em fevereiro.
À frente da Secretaria-Geral da Presidência da República, Macêdo manterá proximidade com Lula, despachando do próprio Palácio do Planalto. No cargo, ele deverá auxiliar diretamente o presidente no relacionamento com movimentos sociais, organizações do terceiro setor, governos estaduais e nas relações institucionais com o Congresso Nacional e o Poder Judiciário.
Também será responsável por avaliar a legalidade de atos presidenciais e a implementação de consultas públicas e instrumentos de participação popular no governo − retomados de outras gestões de Lula, conforme prometido pela campanha eleitoral.
Wellington Dias (PT): Ministério do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome
Senador eleito pelo Piauí, Wellington Dias foi governador do Estado por quatro mandatos e também já havia ocupado uma cadeira no Senado Federal anteriormente.
O político teve atuação destacada durante o período mais crítico da pandemia da Covid-19, participando como coordenador do Fórum de Governadores, na busca por vacinas e suprimentos.
No ministério de Desenvolvimento Social, pasta considerada prioritária pelo PT, será responsável por programas sociais de combate à fome e à pobreza, como o Bolsa Família, que será retomado no lugar do Auxílio Brasil e “turbinado” com o valor de R$ 600,00 mensais e um adicional de R$ 150,00 a famílias com crianças de até seis anos.
Durante os trabalhos de transição de governo, Dias foi indicado por Lula para acompanhar a adequação do Orçamento da União para 2023, junto ao relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), e foi um dos articuladores da PEC da Transição no Congresso Nacional.
Paulo Teixeira (PT): Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
Paulo Teixeira foi eleito para o quinto mandato como deputado federal nas eleições de 2022. Já foi vereador em São Paulo e também deputado estadual. Tem passagens pela secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano e pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy à frente da prefeitura da capital paulista.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores desde a década de 1980, o novo ministro é advogado, graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). O político é reconhecido pelo bom trânsito na área jurídica e é visto como um dos nomes mais próximos de Lula no parlamento.
Carlos Fávaro (PSD): Ministério da Agricultura e Pecuária
Nascido no Paraná, Carlos Fávaro é senador pelo Mato Grosso e foi um dos apoiadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva no Estado, que registrou esmagadora vitória do presidente Jair Bolsonaro (por 65% a 35% dos votos válidos no segundo turno).
Com boa interlocução entre representantes do agronegócio, Fávaro foi presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso. Ele é apontado como uma das principais pontes do governo eleito com o setor, que se tornou um dos pilares da base de apoio a Bolsonaro.
Em 2014, Fávaro foi eleito vice-governador e dois anos mais tarde foi nomeado secretário de Estado de Meio Ambiente. Assumiu a cadeira de Senador ao vencer as eleições suplementares de 2020, após afastamento de Selma Arruda.
André de Paula (PSD): Ministério da Pesca e Aquicultura
Deputado federal em seu sexto mandato, André de Paula é presidente do PSD em Pernambuco. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, foi secretário Estadual de Produção Rural e Reforma Agrária, e também tem passagem pela Secretaria das Cidades.
Em um dos últimos atos do Congresso Nacional na atual legislatura, o parlamentar votou a favor da proposta da PEC da Transição, tida como fundamental pelo governo eleito para viabilizar o Bolsa Família “turbinado” e outras promessas de campanha de Lula.
Experiente na política, André de Paula iniciou sua trajetória na vida pública ainda na juventude. Foi vereador, deputado estadual e deputado federal.
Durante a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), a Secretaria da Pesca – que teve status de ministério nos governos anteriores de Lula – foi incorporada pelo Ministério da Agricultura, desenho que permaneceu no governo de Jair Bolsonaro.
Paulo Pimenta (PT): Secretaria de Comunicação Social
Jornalista de formação, o deputado federal Paulo Pimenta é graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde iniciou sua trajetória política como presidente do Diretório Central dos Estudantes.
Pimenta foi vereador em Santa Maria e deputado estadual no Rio Grande do Sul. Chegou à Câmara dos Deputados em 2002, onde conquistou sucessivas reeleições. Em 2021, no cenário pré-eleições presidenciais, o deputado argumentou que os jornais não ofereciam espaço ao ex-presidente Lula.
Gonçalves Dias: Gabinete de Segurança Institucional
Conhecido como “G.Dias”, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, será o futuro ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Ele já ocupou o cargo de Secretário de Segurança da Presidência da República durante o governo Lula e de chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele também comandou a 6ª Região Militar do Exército Brasileiro, de onde saiu para ser diretor de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social.
Responsável pela coordenação da área de inteligência, o GSI continuará a ter status de ministério no novo governo Lula. Sediada no Palácio do Planalto, a pasta se reportará diretamente à Presidência da República.
Sônia Guajajara (PSOL): Ministério dos Povos Indígenas
Primeira deputada federal indígena eleita pelo estado de São Paulo, Sônia Guajajara nasceu na terra indígena de Araribóia, no estado do Maranhão, e faz parte do povo Guajajara/Tentehar.
Filha de pais analfabetos, aos 15 anos de idade Sônia recebeu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) para poder cursar o Ensino Médio em Minas Gerais. É formada em Letras e Enfermagem pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e pós-graduada em Educação Especial.
Ela atua como coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), uma das instituições que encaminhou a Lula uma lista tríplice com indicações para o Ministério dos Povos Indígenas. Com a nomeação, Guajajara será a primeira indígena a ocupar a Esplanada dos Ministérios no comando de uma pasta.
Por seu ativismo pelas causas ambiental e dos povos originários, Guajajara foi eleita, em maio de 2022, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.
Carlos Lupi (PDT): Ministério da Previdência Social
Presidente nacional do PDT − sigla que teve Ciro Gomes como candidato nas últimas duas eleições para a Presidência da República −, Carlos Lupi já comandou Ministério do Trabalho e Emprego durante o governo Lula e parte da gestão de Dilma Rousseff (PT).
À época, ele deixou o cargo durante um processo conhecido como “faxina”, no início do governo Dilma, sob denúncias de se beneficiar de convênios irregulares com ONGs. Sua saída foi recomendada pela própria Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Lupi sempre negou as acusações e, na ocasião, disse ter sofrido “perseguição política e pessoal da mídia (…) sem direito de defesa e sem provas”.
Natural de Campinas (SP), Lupi fez sua carreira política no Rio de Janeiro, estado pelo qual atuou como deputado federal de 1991 a 1995.
A nomeação para o Ministério da Previdência Social está abaixo das expectativas do PDT no novo governo. A pasta, embora tenha orçamento vultoso, é considerada no meio político como mais “burocrática”, sem espaços para a implementação de políticas.
Como ministro, Lupi diz que sua prioridade será acabar com as filas do INSS. Segundo ele, haveria ainda 1,3 milhão de pessoas aguardando para obter pensões e aposentadorias.
Ana Moser: Ministério do Esporte
Um dos ícones do vôlei feminino brasileiro, integrante da geração que trouxe a primeira medalha olímpica da categoria ao país, nos Jogos de Atlanta, em 1996, Ana Moser integrou o grupo de trabalho do Esporte na equipe de transição de governo.
A atleta não possui filiação partidária e é fundadora do Instituto Esporte e Educação, organizacão não-governamental que busca difundir o esporte e que já atendeu mais de 6 milhões de crianças no país. A iniciativa, voltada a jovens das periferias, utiliza as práticas esportivas como instrumento de promoção de diversidade, inclusão e coletividade.
Ela será a primeira mulher a comandar o ministério. Sua missão será reestruturar uma pasta que deixou de existir durante o governo de Jair Bolsonaro.
Jader Barbalho Filho (MDB): Ministério das Cidades
Filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA), um dos políticos mais tradicionais do país, e irmão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), Jader Barbalho Filho é empresário do setor de comunicação e presidente do MDB em seu Estado desde 2019.
O Ministério das Cidades foi fundido com o Ministério da Integração Nacional, durante o governo Jair Bolsonaro, para a criação do Ministério do Desenvolvimento Regional. A pasta será recriada na volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto.
Um dos principais desafios da pasta será a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com foco especial na volta do crédito à chamada “faixa 1”, formada por famílias de renda mais baixa, que dependem de condições especiais de crédito por parte do governo federal.
Sua nomeação para o Ministério das Cidades foi uma vitória de Helder Barbalho, que teve papel relevante na vitória de Lula na corrida presidencial ao garantir expressiva vantagem ao petista sobre Bolsonaro no Estado.
Waldez Góes (PDT): Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional
Atual governador do Amapá, Waldez Góes possui extensa carreira política. Filiado ao PDT desde 1989, sua indicação para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional foi fruto de articulação envolvendo o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.
A ideia é que o futuro ministro migre para o União Brasil para entrar na cota das indicações do partido para o governo Lula. O favorito para a indicação era o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), líder da bancada na Câmara dos Deputados, mas que teve seu nome vetado pelo PT.
Nascido em Gurupá (PA), Góes é técnico agrícola e formado em Políticas Públicas pela Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na política, ele já venceu por quatro vezes a disputa pelo governo do Amapá. Também já atuou como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Amapá.
O novo ministro já foi condenado a seis anos e nove meses de prisão pelo crime de peculato, em regime semiaberto, pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2019. Ele é acusado de desviar valores de empréstimos consignados dos servidores estaduais, para quitar despesas de outras áreas do governo estadual. A ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa.
Em 2010, concorreu ao Senado Federal, mas as duas vagas em disputa ficaram com Gilvam Borges (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede).
O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional está sendo recriado no novo governo Lula, após ter sido incorporado à pasta do Desenvolvimento Regional durante a gestão de Jair Bolsonaro. O ministério recriado terá sob seu guarda-chuva a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), posição cobiçada pelo mundo político.
Marina Silva (Rede): Ministério do Meio Ambiente
Uma das vozes mais respeitadas internacionalmente na luta pela preservação do meio ambiente, Marina Silva se reaproximou de Lula nas últimas eleições em razão do forte antagonismo ao governo de Jair Bolsonaro e sua gestão sobre o tema.
Ela nasceu no seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco (AC). Na infância, ajudava a família na coleta de látex e castanha, e na roça. Só aprendeu a fazer contas aos 14 anos. Aos 15, ficou órfã de mãe. Aos 16, contraiu hepatite e foi se tratar em Rio Branco. Acabou ficando. Chegou a trabalhar como emprega doméstica e durante dois anos morou no convento das irmãs Servas de Maria Reparadoras.
Formada em História, atuou nas causas ambientais ao lado do ícone Chico Mendes, líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, assassinado em 1988. Foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre, em 1984. Filiada ao PT, atuou como deputada estadual e senadora, além de ter comandado a pasta do Meio Ambiente em parte do governo Lula. Deixou o posto em meio a atritos com outros ministros, que a acusavam de travar o licenciamento ambiental de projetos.
Marina Silva retorna ao Ministério do Meio Ambiente com a crença de que Lula abraçou uma perspectiva transversal sobre a importância da preservação ambiental. Agora, ela tem a missão de garantir desmatamento zero na Amazônia e recuperar o protagonismo do Brasil na agenda ambiental.
A política e ativista também terá o desafio de recuperar instituições relevantes na área, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Saiba mais: Marina Silva: a história da ambientalista que volta a ser ministra ao lado de Lula
Renan Filho (MDB): Ministério dos Transportes
Governador de Alagoas por dois mandatos, Renan Filho é natural de Murici (AL). Ele é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos políticos mais conhecidos do país.
Formado em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), fez curso de extensão em Políticas Públicas na Universidade de Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos.
Na política, já foi prefeito por dois mandatos do município de Murici (AL). Também atuou como deputado federal e governador de seu Estado.
No setor dos transportes, onde atuará como ministro, sua gestão colocou Alagoas em posição de destaque em qualidade de rodovias no país, segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Alexandre Silveira (PSD): Ministério de Minas e Energia
Senador em fim de mandato, Alexandre Silveira participou da campanha de Lula em Minas Gerais e foi figura fundamental para a aprovação da PEC da Transição, tida como fundamental pelo novo governo para a garantia de programas sociais e outras promessas de campanha, no Congresso Nacional.
O parlamentar, inicialmente suplente de Antonio Anastasia (que deixou o Senado Federal em fevereiro para assumir o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União), foi coordenador do grupo de trabalho para a área de infraestrutura na equipe de transição de governo.
Técnico em contabilidade e advogado, já atuou como delegado da Polícia Civil.
Na política, candidatou-se à Câmara dos Deputados a convite do ex-presidente José de Alencar. Foi eleito para seu primeiro mandato em 2002 e reeleito nos dois pleitos seguintes.
Durante o primeiro mandato de Lula, chefiou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), posto cobiçado no meio político, também a convite de José de Alencar.
Atualmente é tido como figura próxima de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado Federal.
Juscelino Filho (União Brasil): Ministério das Comunicações
A escolha do deputado federal Juscelino Filho para o Ministério das Comunicações foi uma das movimentações de última hora de Lula para montar o quebra-cabeça dos aliados na Esplanada dos Ministérios. Inicialmente, a ideia era destinar a pasta ao deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Juscelino Filho é natural de São Luís (MA), formado em Medicina pelo Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma). Está em seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, onde é vice-líder da bancada do União Brasil, e foi reeleito no último pleito.
Daniela do Waguinho (União Brasil): Ministério do Turismo
Deputada federal eleita para seu segundo mandato, Daniela do Waguinho foi a segunda mais votada na disputa por um assento na casa legislativa pelo Rio de Janeiro.
Ela é esposa do prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner dos Santos Carneiro (União Brasil), o Waguinho, que se tornou importante cabo eleitoral para Lula nas eleições para a Presidência da República − uma exceção entre os gestores municipais da Baixada Fluminense.
Pedagoga, já atuou como professora do ensino fundamental e trabalhou na Secretaria Municipal de Educação do Rio. No meio político, atuou como secretária municipal de Assistência Social e Cidadania de Belford Roxo e passou pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Rio.
Atualmente, participa de três comissões na Câmara dos Deputados: de Educação, de Seguridade Social e Família e do Meio Ambiente. Também é coordenadora da região Sudeste da Frente Parlamentar Mista da primeira Infância do Congresso Nacional.
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