Guardando munição? Cunha fica calado em depoimento para a Polícia Federal

Especulações apontam que o ex-presidente da Câmara já entregou os anexos de sua delação premiada para a PGR

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Em depoimento para a PF (Polícia Federal) nesta sexta-feira (14) em Curitiba, Eduardo Cunha optou pelo silêncio e não respondeu as questões dos investigadores. Segundo Délio Lins e Silva, advogado do ex-presidente da Câmara, ele se calou porque as perguntas eram de um inquérito que Cunha já é réu – no caso, o suposto envolvimento nos crimes investigados na Operação Cui Bono.

“Ele ficou calado porque o depoimento era referente aos mesmos fatos que estão em apuração na ação penal lá em Brasília. Aí, ele ficou calado porque vai prestar os esclarecimentos lá”, justificou o advogado de Cunha. Além disso, a defesa do ex-presidente da Câmara negou a relação entre o silêncio a uma possível delação premiada, esperada para este mês e que pode afetar diretamente Michel Temer. Segundo informações do jornal Valor Econômico, Cunha já teria entregue os anexos de sua proposta de delação para a PGR (Procuradoria-Geral da República).

A Operação Cui Bono investiga um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal que teria ocorrido pelo menos entre 2011 e 2013. De acordo com as acusações, Geddel Vieira Lima atuava “em prévio e harmônico ajuste” com Eduardo Cunha para facilitar a liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal a empresas e, em troca, receber propina.

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