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Gladson Cameli, do Progressistas (PP), foi matematicamente reeleito governador do Acre em primeiro turno nas eleições realizadas neste domingo (2). Com 92,66% das urnas apuradas no estado até as 20h11, o atual governador tem 225.936 votos (56,52% do total).
Para vencer a disputa em primeiro turno, um candidato a governador deve ter 50% dos votos válidos no estado mais um — brancos e nulos não contam.
O ex-governador Jorge Viana (PT), principal concorrente de Cameli, está em segundo lugar na apuração do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com 24,28% dos votos válidos.
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A reeleição já era sinalizada pelas pesquisas. Cameli, que é apoiador de Jair Bolsonaro, já havia quebrado, em 2018, a hegemonia petista de 20 anos que predominava no estado, tendo a senadora Mailza Gomes, como vice.
O Progressistas (PP) faz parte da coligação de apoio ao Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro — além do Republicanos. Cameli é filiado ao PP desde 2005.
Jornada política
Natural de Cruzeiro do Sul, a 632 km da capital Rio Branco, o governador reeleito é formado em engenharia civil pelo Instituto Luterano de Ensino Superior de Manaus, da Universidade Luterana do Amazonas, e membro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA/AC).
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Seu primeiro mandato começou após vitória por 53,71% dos votos válidos no 1º turno das eleições de 2018. Ele concorreu em chapa com Major Rocha, e ganhou sobre os candidatos Marcus Alexandre (PT), Coronel Ulysses (PSL), Janaína Furtado (Rede) e David Hall (Avante).
Hoje com 44 anos, sua vida pública começou em 2006, quando foi eleito pela primeira vez deputado federal com 18.886 votos, aos 28 anos. Depois, em 2010, foi reeleito deputado federal com 32.623 votos.
Camelli se destacou em seu segundo mandato como deputado federal quando foi indicado pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) a relator da Comissão da Amazônia.
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Para assumir o governo do Acre depois das eleições de 2018, Cameli não concluiu seu mandato como senador, que começou em 2015 e iria até 2023. Enquanto senador, votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e da PEC do Teto dos Gastos Públicos, em 2016, e da Reforma Trabalhista, em 2017.
Camelli foi alvo da Operação Ptolomeu, deflagrada em dezembro de 2021 pela Polícia Federal, que investiga acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
O processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em junho, a defesa do governador reeleito pediu a anulação do inquérito da operação, que foi negado pelo STJ.
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Meio ambiente
Cerca de 85% do território do Acre é coberto por floresta, segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Políticas Indígenas (Semapi). Em seu plano de governo, Cameli afirma que o meio ambiente será o eixo estratégico de seu governo.
Também propõe ações relacionadas ao combate às queimadas, à proteção dos povos indígenas, à revisão das leis estaduais fundiárias, ao ordenamento territorial, à desburocratização do sistema de licenciamento ambiental e à expansão da prática de manejo florestal sustentável.
O que faz um governador?
Exerce o Poder Executivo no Estado e no Distrito Federal. Cabe a quem ocupa o cargo representar, dentro do país, a respectiva Unidade da Federação nas relações jurídicas, políticas e administrativas. Na chefia da administração estadual, é auxiliado pelas secretárias e secretários de Estado.
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Governadores podem propor leis e vetar ou sancionar leis aprovadas pelos deputados estaduais. Também respondem pela Segurança Pública dos Estados, da qual fazem parte as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros. Como no Brasil os Estados (e o DF) têm autonomia, as competências e responsabilidades do cargo são estipuladas pelas respectivas Constituições estaduais (e, no caso do DF, por sua Lei Orgânica).
O mandato de um governador é de quatro anos, com possibilidade de reeleição para mais um mandato de quatro anos. Caso reeleito, o governador tem como limite o período de oito anos no poder, ou seja, ele não terá o direito de se reeleger novamente de forma consecutiva para o mesmo cargo.
Votação para o Senado no Acre
Alan Rick, do União Brasil, foi eleito ao Senado pelo estado do Acre. O mandato começa em 2023 e termina em 2030.
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Natural de Rio Branco, o agora senador tem 45 anos. É administrador, jornalista e autor de dois livros de cunho religioso. Antes de assumir uma vaga no Senado, era deputado federal pelo segundo mandato consecutivo. Assim como Cameli, é apoiador de Jair Bolsonaro.
Rick se envolveu em uma polêmica recente: ele seria o vice-governador na chapa de Cameli, mas foi substituído pelo União Brasil um dia antes da convenção do partido. Após a decisão, ele fez duras críticas a Marcio Bittar, presidente do sigla.
Como deputado federal, votou a favor de um projeto de lei que aumentou o tamanho de terras da União passíveis de regularização sem vistoria prévia do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Ele também foi favorável a uma alteração na legislação para que alunos formados na Universidade Federal do Acre (Ufac) fiquem mais tempo no estado em vez de saírem para outras regiões.
Em outro projeto de lei, criado no contexto da pandemia, votou a favor do retorno das gestantes ao trabalho presencial.
Rick passa a ocupar no ano que vem uma das 27 cadeiras do Senado Federal que estavam em disputa nas eleições de 2022. A Casa tem, ao todo, 81 assentos.
O que faz um senador?
Senadoras e senadores são os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional. Assim como os integrantes da Câmara dos Deputados, têm a prerrogativa constitucional de fazer leis e de fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Além disso, a Constituição Federal prevê como competência privativa do Senado: processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, os que ocupam os cargos de presidente e vice-presidente, os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), os membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o advogado-geral da União.
O mandato de senador ou senadora tem duração de oito anos — e não quatro, como outros cargos eletivos, como de presidente da República ou governador. Por isso, é comum que ocupantes do cargo participem de outras disputas em anos em que não necessitem renovar o mandato.
A garantia do cargo funciona como um incentivo no meio político para que esses parlamentares busquem novas posições ou para que trabalhem na construção de suas imagens para disputas futuras, com o aproveitamento de recursos como do fundo eleitoral e sem riscos de perda de posição.
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