França é uma nação amazônica, diz Macron durante evento na ONU

Citando o departamento francês da Guiana na América do Sul como parte integrante da França, o presidente do país europeu disse na segunda-feira que sua nação tem um interesse direto no futuro da floresta

Bloomberg

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(Bloomberg) — O presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou sua intenção de debater sobre o futuro da Amazônia com uma lição de geografia – o último episódio de uma disputa com o presidente Jair Bolsonaro sobre as mudanças climáticas e a destruição da floresta sul-americana.

Citando o departamento francês da Guiana na América do Sul como parte integrante da França, Macron disse na segunda-feira que seu país tem um interesse direto no futuro da floresta. A Guiana Francesa compartilha uma fronteira de 730 quilômetros com o Brasil – cerca de 100 quilômetros a mais do que a fronteira da França continental com a Espanha – e é um dos seus cinco departamentos ultramarinos.

“Somos membros das nações amazônicas“, disse Macron em um evento à margem da Cúpula do Clima da ONU em Nova York na segunda-feira, ao lado de representantes da Bolívia, Colômbia e Peru e do ator Harrison Ford. Macron pediu que as nações não enfraqueçam seus esforços para salvar florestas tropicais e respondam melhor às necessidades daqueles que vivem nesses ecossistemas.

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Macron e Bolsonaro entraram em uma disputa em meio à reunião do G-7 na França, no mês passado, sobre as mudanças climáticas e o número recorde de incêndios na Amazônia. Antes do G-7, Macron ameaçou cancelar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul, com base no que descreveu como “mentiras” de Bolsonaro sobre seu compromisso com as mudanças climáticas.

Bolsonaro rapidamente rebateu o que seu governo considerou uma infração injusta à soberania do Brasil, e seu governo empreendeu uma campanha de relações públicas para afirmar o compromisso de proteger e desenvolver de forma sustentável a floresta.

O líder brasileiro planeja levar sua mensagem potencialmente conflitante de gestão ambiental e desenvolvimento da floresta à Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York nesta semana. Ele também prometeu evitar brigas pessoais, ao dizer que está preparando um discurso objetivo.

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Mas, em um sinal de quão controverso é o status do líder brasileiro em questões climáticas, Bolsonaro não está participando do evento sobre o tema realizado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta segunda-feira. O presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma aparição surpresa no evento, que não estava inicialmente em sua agenda.

“O elefante na sala é que o Brasil não está aqui”, disse Macron. “Estamos dispostos a trabalhar com o Brasil. Nosso objetivo é trabalhar com todos, com respeito por todos.”

Além da Guiana Francesa, os departamentos ultramarinos da França incluem as ilhas do Caribe de Guadalupe e Martinica e as ilhas do Oceano Índico de Mayotte e Reunião.

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