Estados querem aporte de R$ 75 bi para Fundo de Desenvolvimento Regional

Texto aprovado na Câmara prevê R$ 40 bilhões de repasse anual, mas valor é considerado insuficiente pelos governadores

Estadão Conteúdo

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Os estados vão aumentar a pressão e formalizar em carta aos senadores pedido para que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FDR), cuja criação está prevista na proposta de Reforma Tributária, receba um aporte anual de R$ 75 bilhões do governo federal. O teor dessa carta está sendo costurado pelo Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é contra o aumento, mas já foi avisado de que dificilmente o governo terá voto para impedir o aumento do fundo. Em evento na terça-feira (17), o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, chegou a dizer que a equipe econômica “não vê com bons olhos, em princípio, um incremento no fundo”.

No texto aprovado na Câmara, o repasse anual previsto é de R$ 40 bilhões, valor considerado insuficiente pelos governadores para financiar os investimentos que seriam direcionados para diminuir as desigualdades regionais.

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O aporte começaria em R$ 8 bilhões (a preços de hoje) em 2029, com aumento gradual até o valor anual de R$ 40 bilhões a partir de 2033. A cifra de R$ 75 bilhões já havia sido pleiteada pelos governadores durante as negociações na Câmara, mas não foi aceita.

O movimento cresceu depois que o relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), acenou na semana passada que vai aumentar o valor do fundo para buscar um acordo em torno do modelo de partilha dos recursos entre os estados. Para o relator, quanto maior o valor do fundo, menor a briga entre os governadores – e mais fácil será a aprovação da reforma. Ontem, o relator sinalizou com a possibilidade de esse aumento ser gradual ao longo dos anos.

‘Mix’ na partilha

Uma das soluções em discussão é fazer um “mix” para a partilha dos recursos, combinando, de um lado, uma fatia maior do dinheiro para os estados mais pobres e, de outro, uma divisão com base em critérios populacionais – o que beneficiaria os mais ricos, como São Paulo.

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Não há consenso ainda sobre o modelo. Um mix levando em conta 50% para cada um dos dois critérios foi apresentado, mas os estados do Norte e Nordeste não aceitam. Eles querem um modelo em que 80% dos recursos sejam divididos pelo critério de “PIB invertido” (quanto menor, maior o repasse); 10% pelo critério populacional e outros 10% igualmente entre eles. Na negociação, um meio-termo entre esses dois modelos é o mais provável que ocorra.

O relator pretende apresentar o seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima terça-feira (24) e a votação no plenário do Senado está prevista para acontecer entre os dias 8 e 9 de novembro.

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