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SÃO PAULO – Em novo depoimento prestado ao longo desta terça-feira (28) à Justiça Federal, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras (PETR3;PETR4), Paulo Roberto Costa, falou sobre os repasses de recursos desviados da Diretoria de Abastecimento para partidos além do PT, PP e PMDB, como o PSDB.
“Houve direcionamento pontual para o PSDB, para o PT e para o PMDB. Eu fiquei muito doente no final de 2006, em uma situação extremamente precária de saúde, e nesse período houve uma briga política muito grande para colocar uma outra pessoa no meu lugar”, disse Costa em sua delação.
O ex-diretor da Petrobras ainda afirmou que R$ 10 milhões foram repassados ao então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra – morto em março de 2014 – em 2009 ou 2010. “Fui procurado, não me recordo exatamente se foi em 2009 e 2010, pelo senador Sérgio Guerra, no Rio de Janeiro, junto com o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE)”, afirmou.
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E prosseguiu: “o Eduardo da Fonte me ligou, disse que queria ter uma conversa comigo e marcou uma reunião em um dos hotéis lá da Barra da Tijuca. Para surpresa minha, eu nunca tinha tido relacionamento nenhum com o Sérgio Guerra, o senador estava lá. Isso resultou, se não me engano, em duas ou três reuniões. O pleito do senador era que se repassasse para ele um valor de R$ 10 milhões para que não ocorresse ou não progredisse ou não tivesse consequências uma CPI da Petrobras neste período”, afirmou.
A empresa Queiroz Galvão teria sido a responsável pelo repasse. “Depois da terceira reunião, eu fiz um contato com a Queiroz Galvão, e a Queiroz Galvão honrou esse compromisso e foi pago. Não sei qual percentual que foi para Sérgio Guerra, se teve percentual do Eduardo da Fonte. Mas foi pago R$ 10 milhões para o senador nesse período”, afirmou.
Não foi a primeira vez que Costa fez denúncias referentes ao PSDB: ele já havia afirmado que Sérgio Guerra, ex-presidente do partido, morto em 2014, recebera propina para que não houvesse CPI da Petrobras, em 2009.
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E, ao longo de mais de seis horas de depoimento, Costa reafirmou que a maior parte das propinas pagas pela construtoras em obras comandadas pela área em que dirigia eram endereçadas ao PP por meio de um esquema liderado pelo ex-deputado José Janene e pelo doleiro Alberto Youssef. Depois da morte de Janene, em 2010, um terceiro operador, indicado pelo grupo político majoritário do PP, passou a compor o esquema.
E, segundo ele, em todos os contratos envolvendo as empresas do cartel “não houve nenhum que não houvesse pagamento de propina. Mas eu não tinha detalhes de todos os contratos. Quem fazia o controle era o Alberto Youssef”.
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