Em encontro com Lira, Lula diz que prefere PEC para resolver questão do Orçamento, diz líder do PT

Deputado Reginaldo Lopes diz que um caminho em avaliação seria retirar do teto de gastos todo o valor pago ao Bolsa Família, hoje em torno de R$ 105 bilhões

Reuters

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em Brasília (Foto: Marina Ramos/ Câmara dos Deputados)
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em Brasília (Foto: Marina Ramos/ Câmara dos Deputados)

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BRASÍLIA – Em sua primeira agenda oficial em Brasília após a vitória no segundo turno, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou que prefere uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para as mudanças que pretende fazer no Orçamento de 2023.

Segundo relato do líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), que participou do encontro de cerca de duas horas, tratou-se do caminho que pode ser usado para a aprovação da PEC.

“O presidente Lula tem preferência pela PEC e agora Geraldo Alckmin, junto com Aloizio Mercadante, vão construir um caminho para detalhar o texto e apresentá-lo”, disse Lopes. Vice-presidente eleito, Alckmin é o coordenador da transição de governo.

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Um caminho que vem sendo analisado, segundo o parlamentar, é retirar do teto de gastos todo o valor pago ao Bolsa Família, hoje em torno de R$ 105 bilhões. Fora das limitações do teto, seria possível ao próximo governo aumentar o investimento e manter o pagamento de R$ 600 por família. Além disso, defende o deputado, isso abriria espaço para a recomposição de outros programas que foram cortados na atual proposta orçamentária.

“Você volta para o Orçamento e o relator vai ver o que tem disponível para melhorar a merenda escolar, compra de alimentos, dar aumento para o salário mínimo… com esses 105 bilhões que já estão no Orçamento”, disse Lopes, acrescentando que, “se excepcionalizar alguns outros investimentos”, já haveria recursos para retomar o Minha Casa, Minha Vida e obras paradas.

A ideia, segundo o parlamentar, é iniciar a tramitação pelo Senado, que em poucos dias poderia aprovar a PEC e, na Câmara, apensar a uma outra PEC que já teria cumprido as 10 sessões necessárias numa comissão especial e poderia ir direto ao plenário. Trata-se de um texto que retirava do teto os custos das universidades federais.

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A intenção, disse Lopes, é ter a PEC aprovada até o final de novembro.

Depois do encontro com Lira, Lula seguiu para um almoço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em uma sequência de encontros institucionais nessa quarta que inclui ainda uma visita à presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

A sequência de encontros, segundo aliados do presidente eleito, serve para “retomar a institucionalidade e o diálogo entre os Poderes”.

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No caso de Lira, o encontro é uma tentativa de abrir um caminho de trabalho conjunto com um aliado e defensor do presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Câmara fez campanha para o presidente no primeiro turno, mas submergiu no segundo. A Aliados, têm dito que não terá problemas em trabalhar com Lula.

Lira, no entanto, quer apoio –ou pelo menos a não oposição– de Lula para seu segundo mandato à frente da Câmara. Aliados do presidente eleito têm dito que ele não pretende se envolver na disputa pelo comando da Casa.

O próprio Lula já chegou a dizer que se um presidente for inteligente não deve se envolver na disputa.

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