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A 33 dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pelo Palácio do Planalto entre os eleitores de ao menos 15 estados do país. É o que mostra um levantamento feito pelo InfoMoney com base nas pesquisas de intenção de voto mais recentes divulgadas em cada unidade da federação.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, aparece à frente em 6 estados e no Distrito Federal, e está em situação de empate ou empate técnico (diferença de intenções de voto dentro da margem de erro) com Lula em outras 5 UFs. Entre os outros 9 candidatos à Presidência da República, nenhum consegue superar a polarização sequer em nível regional.
Estados liderados por Lula (15): Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
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Estados liderados por Bolsonaro (7): Acre, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
Empate/empate técnico (5): Amapá, Espírito Santo, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro.
O InfoMoney considerou os cenários estimulados (quando os nomes dos candidatos são apresentados ao eleitor na entrevista) das pesquisas mais recentes, devidamente registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), feitas pelos principais institutos em atividade no país.
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Leia também: Pesquisas eleitorais são confiáveis? Entenda as diferentes metodologias adotadas pelos institutos
Ao todo, 6 empresas integraram o estudo, que não considerou levantamentos contratados por partidos políticos. Foram elas: Datafolha, Instituto Ideia, Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), Paraná Pesquisas e Quaest Pesquisas.
Os registros dos levantamentos usados estão na tabela a seguir.
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UF | Número de eleitores | Instituto | Registro | Data de divulgação | Lula | Jair Bolsonaro | Ciro Gomes | Simone Tebet | Outros | Brancos, nulos e indecisos | Margem de erro |
AC | 588.433 | Ipec | BR-01886/2022 | 29/08/2022 | 30% | 53% | 8% | 1% | 2% | 7% | 3,0 p.p. |
AL | 2.325.656 | Ipec | BR-08950/2022 | 02/09/2022 | 50% | 29% | 7% | 2% | 1% | 11% | 3,0 p.p. |
AM | 2.647.748 | Ipec | BR-09878/2022 | 24/08/2022 | 48% | 35% | 6% | 1% | 1% | 9% | 3,0 p.p. |
AP | 550.687 | Ipec | BR-08428/2022 | 24/08/2022 | 39% | 39% | 8% | 2% | 2% | 9% | 3,0 p.p. |
BA | 11.291.528 | Datafolha | BR-05675/2022 | 24/08/2022 | 61% | 20% | 7% | 1% | 1% | 9% | 3,0 p.p. |
CE | 6.820.673 | Ipespe | BR-04538/2022 | 25/08/2022 | 53% | 23% | 14% | 2% | 0% | 8% | 3,2 p.p. |
DF | 2.203.045 | Instituto Ideia | BR-06857/2022 | 18/08/2022 | 34% | 42% | 10% | 2% | 3% | 9% | 3,0 p.p. |
ES | 2.921.506 | Ipec | BR-07979/2022 | 17/08/2022 | 42% | 37% | 6% | 1% | 2% | 11% | 4,0 p.p. |
GO | 4.870.354 | Ipec | BR-01231/2022 | 25/08/2022 | 34% | 39% | 9% | 2% | 2% | 15% | 3,0 p.p. |
MA | 5.042.999 | Ipec | BR-03233/2022 | 23/08/2022 | 66% | 18% | 5% | 2% | 1% | 9% | 3,0 p.p. |
MG | 16.290.870 | Ipec | BR-05666/2022 | 16/08/2022 | 42% | 29% | 5% | 2% | 4% | 19% | 3,0 p.p. |
MS | 1.996.510 | Instituto Paraná Pesquisas | BR-07279/2022 | 19/08/2022 | 29% | 45% | 5% | 6% | 2% | 12% | 2,5 p.p. |
MT | 2.469.414 | Ideia | BR-09165/2022 | 26/08/2022 | 52% | 32% | 7% | 2% | 1% | 7% | 3,0 p.p. |
PA | 6.082.312 | Ipec | BR-08498/2022 | 03/09/2022 | 44% | 35% | 9% | 3% | 2% | 8% | 3, p.p. |
PB | 3.091.684 | Ipec | BR-05400/2022 | 29/08/2022 | 58% | 24% | 6% | 1% | 2% | 9% | 3,0 p.p. |
PE | 7.018.098 | Ipespe | BR-04466/2022 | 15/08/2022 | 61% | 23% | 5% | 1% | 0% | 10% | 3,2 p.p. |
PI | 2.573.810 | Ipec | BR-05787/2022 | 22/08/2022 | 69% | 15% | 7% | 1% | 1% | 6% | 3,0 p.p. |
PR | 8.475.632 | Ipec | BR-05619/2022 | 22/08/2022 | 35% | 41% | 7% | 2% | 2% | 13% | 3,0 p.p. |
RJ | 12.827.296 | Quaest | BR-08389/2022 | 18/08/2022 | 39% | 39% | 6% | 2% | 0% | 13% | 2,5p.p. |
RN | 2.554.727 | Ipec | BR-09911/2022 | 22/08/2022 | 59% | 25% | 7% | 1% | 1% | 7% | 3,0 p.p. |
RO | 1.230.987 | Ipec | BR-00004/2022 | 24/08/2022 | 27% | 54% | 5% | 2% | 2% | 10% | 3,0 p.p. |
RR | 366.240 | Ipec | BR-06019/2022 | 29/08/2022 | 16% | 66% | 6% | 2% | 2% | 8% | 3,0 p.p. |
RS | 8.593.469 | Ipec | BR-02047/2022 | 02/09/2022 | 42% | 34% | 7% | 4% | 3% | 10% | 3,0 p.p. |
SC | 5.489.658 | Ipec | BR-02226/2022 | 23/08/2022 | 25% | 50% | 6% | 3% | 4% | 12% | 3,0 p.p. |
SE | 1.671.801 | Ipec | BR-06021/2022 | 25/08/2022 | 54% | 26% | 6% | 2% | 2% | 11% | 3,0 p.p. |
SP | 34.667.793 | Ipec | BR-09506/2022 | 16/08/2022 | 43% | 31% | 7% | 3% | 4% | 13% | 3,0 p.p. |
TO | 1.094.003 | Ipec | BR-01321/2022 | 23/08/2022 | 46% | 39% | 4% | 1% | 0% | 9% | 3,0 p.p. |
Os números mostram Lula liderando em todos os estados do Nordeste – região em que é historicamente mais apoiado desde que venceu sua primeira eleição, em 2002.
As maiores vantagens de Lula estão no Piauí (69% contra 15% de Bolsonaro, segundo o Ipec), no Maranhão (66% a 18%, segundo o Ipec) e na Bahia (61% a 20%, de acordo com o Datafolha). Os três estados somam 18,9 milhões de eleitores, o equivalente a 12% do eleitorado brasileiro.
As pesquisas a nível estadual indicam que Lula poderia ter mais de 25 milhões de votos no Nordeste – o que corresponde a quase 60% do eleitorado da região. Este montante poderia superar o apoio total aos outros 9 candidatos de fora da polarização no país inteiro, estimado em algo próximo a 17 milhões, considerando o último Ipec.
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Lula também aparece à frente nos dois maiores colégios eleitorais do país: São Paulo (por 43% contra 31% para Bolsonaro, segundo o Ipec) e Minas Gerais (por 42% a 29%, de acordo com o mesmo instituto). Esses estados têm respectivamente 34,6 milhões e 16,3 milhões de eleitores, e concentram cerca de 1/3 de todo o público votante do país.
No Rio de Janeiro (39% a 39%, segundo a Quaest) e no Espírito Santo (42% a 37%, segundo o Ipec), os dois estados que completam a região Sudeste, o quadro é de empate ou empate técnico entre Lula e Bolsonaro − ou seja, pelas margens de erro, não é possível afirmar com precisão qual candidato estaria à frente na disputa no momento em que as pesquisas foram feitas.
Já Bolsonaro tem desempenho favorável em estados do Centro-Oeste, Norte e Sul. Suas maiores vantagens são vistas em Roraima (66% contra 16% de Lula), Rondônia (54% contra 27%), em Santa Catarina (50% a 25%) e no Acre (53% a 30%). Em todos esses casos, as pesquisas utilizadas foram feitas pelo Ipec. Os quatro estados reúnem 7,7 milhões de eleitores, menos de 5% do eleitorado brasileiro.
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O atual presidente também tem vantagem confortável em Mato Grosso (52% a 32%, segundo o Instituto Ideia) e em Mato Grosso do Sul (45% a 29%, segundo o Instituto Paraná Pesquisas). Os dois estados somam 4,5 milhões de eleitores.
Bolsonaro chega a aparecer numericamente à frente no Distrito Federal (42% a 34%, segundo o Instituto Ideia), em Goiás (39% a 34%, segundo o Ipec) e no Paraná (41% a 35%, conforme dados do mesmo instituto), mas a distância não supera os limites das margens de erro. Por isso, os casos configuram empate técnico.
O muro da polarização
O levantamento sobre a corrida presidencial nos estados reforça o quadro de dificuldades de crescimento para candidaturas fora da polarização mantida entre Lula e Bolsonaro.
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A dupla concentra algo entre 83% e 94% das intenções de votos válidos (ou seja, excluindo votos em branco, nulos e eleitores indecisos) nas unidades da federação, de acordo com as pesquisas consideradas.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas principais pesquisas, tem seu melhor desempenho no Ceará, estado em que construiu sua trajetória política. Mas nem lá lidera. O mais recente levantamento Ipespe mostra o candidato com 14% das intenções de voto, taxa insuficiente para fazer sombra sobre Lula (53%) ou Bolsonaro (23%).
Nas eleições de 2018, Ciro venceu a corrida presidencial no estado, com 41% dos votos válidos − 382 mil a mais do que o segundo colocado, Fernando Haddad (PT). Ele terminou a disputa geral na terceira posição, com o apoio de 12,47% dos eleitores que escolheram algum candidato. Ou seja, pela indicação das pesquisas, o quadro hoje é ainda mais complexo para o pedetista.
Já a senadora Simone Tebet (MDB), considerada outra aposta da chamada “terceira via” nestas eleições, chega a apenas 6% em seu próprio estado, o Mato Grosso do Sul, segundo o Instituto Paraná Pesquisas. Lá Lula aparece com 29% e Bolsonaro com 45%.
Considerando os resultados das pesquisas usadas no levantamento sobre os estados (portanto, ainda sem dados do Pará), Ciro Gomes teria cerca de 10,15 milhões de votos se a eleição fosse hoje. Já Simone Tebet, contaria com o apoio de 3,12 milhões de eleitores. Os números são menores do que Lula (14,91 milhões) e Bolsonaro (10,75 milhões) teriam apenas no estado de São Paulo.
A pouco mais de um mês das eleições, analistas políticos veem pouco espaço para candidaturas fora da polarização mantida entre Lula e Bolsonaro na corrida presidencial. A alta taxa de convicção dos eleitores capturada pelas pesquisas de intenção de voto reforçam a avaliação.
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