Delação da Odebrecht não vai afetar a governabilidade de Temer, diz consultoria

Por outro lado, eles dizem que possíveis "reações exacerbadas da opinião pública e protestos semelhantes aos que ocorreram em 2013 podem romper essa relativa pax politica"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A tão aguardada delação dos executivos da Odebrecht começou a ser fechada nesta quarta-feira (23) e ligou o alerta em Brasília sobre o que – e quem – eles irão falar. Notícias desta manhã apontam que pelo menos 130 políticos serão atingidos pelas denúncias que foram feitas, mas segundo a LCA Consultores, esta delação não irá afetar a governabilidade da administração Temer.

“As centenas de parlamentares eventualmente atingidos não serão cassados pelo Congresso nem julgados pelo STF antes do final de 2018″, afirmaram os analistas em relatório nesta quinta-feira (24). Por outro lado, eles dizem que possíveis “reações exacerbadas da opinião pública e protestos semelhantes aos que ocorreram em 2013 podem romper essa relativa pax politica”.

“Eles adotarão o discurso padrão dos políticos denunciados. Negarão veementemente. Dirão que as verbas recebidas foram declaradas, que suas contas de campanha foram aprovadas pela justiça eleitoral e seguirão agindo como se nada tivesse ocorrido. Isto é, continuarão discutindo, negociando e votando os projetos da agenda do Congresso”, explica a LCA.

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Para a consultoria, o maior risco para o governo é surgir algo muito forte contra o presidente Michel Temer, como aconteceu com Eduardo Cunha quando falaram de sua conta no exterior não declarada. “Se isso ocorrer, a governabilidade tende a ser drasticamente afetada e o governo Temer, por causa da pressão da opinião pública, pode não ter fôlego para chegar até o final de 2018″, afirmam os analistas.

Por enquanto, a LCA acredita que, se as eventuais acusações contra Temer se limitarem a ter pedido dinheiro para empreiteiras para financiar campanha, ele e os parlamentares envolvidos na Lava Jato, devem sobreviver até o final de seus mandatos.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.