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SÃO PAULO – Dois dos principais partidos do sistema político brasileiro, PT e PMDB deverão protagonizar relações contraditórias em nível nacional e regional nas próximas eleições, reeditando as complexas composições de alianças tradicionais nas últimas corridas às urnas. Rivais no plano federal, os dois partidos caminham para estreitar relações em diversos estados do Nordeste, embora outras regiões também não possam estar descartadas neste momento.
Para permitir as contraditórias relações, as lideranças de ambos os partidos já sinalizam afrouxar regras. O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), por exemplo, já indicou que liberará as bancadas para construírem suas próprias alianças no plano estadual, independentemente da posição do partido para a composição federal. Iniciativa nesse sentido também foi observada no PT, que caminha para rever a proibição de alianças com partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff. Até mesmo em palanques, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já abre as portas para essa possibilidade ao falar em “perdão aos golpistas”. Em ambos os casos, o pragmatismo naturalmente fala mais alto.
Um dos casos emblemáticos observados é o do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que já declarou “Sou Lula” e fez acenos importantes ao governador de seu estado, Camilo Santana (PT). O parlamentar deverá disputar reeleição em 2018 e espera contar com alguma aliança com Lula.
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Conforme noticia a imprensa nacional, além do Ceará, o PMDB deve buscar alianças com o PT em ao menos sete estados nas campanhas para governador do ano que vem: Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.
Além de Eunício, outro exemplo claro é Renan Calheiros (PMDB-AL), que deverá enfrentar dificuldades para se reeleger senador por seu estado. Desde o início do ano, o parlamentar tem adotado postura de distanciamento com relação ao atual governo, evitando maior contaminação com a impopularidade de Michel Temer.
A procura de peemedebistas em costurar alianças estaduais com Lula se deve aos elevados índices de popularidade do petista. É um caminho muito mais difícil ser eleito governador em um estado nordestino polarizando com a imagem do ex-presidente.
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A natureza do próprio PMDB favorece a costura de acordos, à primeira vista, contraditórios. Foi o que explicou o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos, no programa Conexão Brasília de 20 de outubro: “O PMDB funciona quase como franquias, tem grupos espalhados pelos estados. Uma das forças do partido é ter deixado cada estado ter sua autonomia e tocado sua agenda própria, tanto no campo econômico, quanto político. Hoje vemos Eunício acenando em direção a Lula, o que você jamais vai ver no Rio Grande do Sul acontecer, por exemplo”. [Clique aqui para assistir à íntegra]
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