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SÃO PAULO – Catapultada por uma tragédia, a ex-senadora e ex-ministra do meio ambiente Marina Silva foi escolhida nesta quarta-feira (20) para ser a candidata a presidente pelo PSB à presidência, sete dias após a morte de Eduardo Campos. Marina conseguiu vencer as divergências que ela tem com o partido – seu discurso mais combativo do que o de Campos, que sempre foi mais conciliador, levou a possíveis sinalizações de que a ex-senadora não seria candidata. A candidata já entra com bastante visibilidade na disputa pelo cargo máximo do País.
Marina nasceu com o nome de Maria Osmarina Silva de Lima, no Acre, em 1958. Filha de seringueiros, só aprendeu a ler aos 16 anos, mesma idade que ficou órfã de mãe. Trabalhou como doméstica e chegou a sonhar em ser freira antes de se converter à religião evangélica. Mesmo com todas as dificuldades, Marina acabou se formando em história na Universidade Federal do Acre em 1985 e começou a atuar nas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), da Igreja Católica.
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Também nessa época, ela foi ligada ao PRC (Partido Revolucionário Comunista), um grupo clandestino que lutava contra os governos militares. Em 1984, fundou a Central Única dos Trabalhadores no seu estado juntamente com o seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Em 1988 foi a vereadora mais votada em Rio Branco, capital do Acre, e, em 1990, eleita deputada estadual.
Quatro anos depois, Marina foi a mais jovem senadora eleita no Brasil, sendo reeleita em 2002 como a senadora mais votada do Acre. Em todos os mandatos, se destacou na defesa dos índios, meio-ambiente, direitos femininos e excluídos sociais. Entre suas bandeiras estão o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.
Foi membro titular da Comissão de Educação e Assuntos Sociais do Senado, na qual apresentou recentemente um projeto que regulamenta a publicidade oficial do governo. Participa também de comissões especiais, como a do Calha Norte, que avalia a ocupação desse local, no Rio Amazonas, pelo Exército, e a de Política de Desenvolvimento da Amazônia. Com quatro filhos, Marina Silva superou uma doença neurológica causada por contaminação de metais pesados.
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Nomeada ministra do meio ambiente no governo Lula em 1º de janeiro de 2003, ficando no cargo até 13 de maio de 2008. Desfiliou-se do PT no ano seguinte após conflitos com membros do governo e, em 2010, foi candidata à presidência da República pelo PV (Partido Verde), com mais de 19 milhões de votos e ficando com a terceira colocação no primeiro turno.
Em outubro de 2013, após lutar pela criação de seu partido Rede Sustentabilidade, mas o registro ter sido negado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marina abdica de sua candidatura à presidência e se alia a Eduardo Campos no PSB. A dupla confirmou a candidatura em 14 de abril de 2014, com Campos encabeçando a chapa tendo Marina como vice. Isso apesar de ter algumas divergências com o partido.
Após dez meses de intensa convivência com Campos, uma tragédia interrompeu a candidatura do ex-governador pernambucano, colocando ironicamente Marina Silva no caminho para a candidatura à presidência, apesar de estar num partido sem a sua identidade. Questionou-se muito se ela seria mesmo a candidata dada as divergências do partido, mas ela acabou se firmando no posto. O seu capital político e o legado emocional deixado após a morte de Campos são os novos fatores a movimentar uma já disputada campanha presidencial e fazer com que os adversários repensem as suas estratégias.
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(Com Agência Brasil)
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