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O Brasil pede às nações ricas para que paguem pela transição mundial para a energia sustentável, uma vez que estes países precisam de compromissos mais ousados para compensar a sua dependência de fontes de energia poluentes.
Os países em desenvolvimento “não podem financiar uma transição energética nos moldes da Europa e dos EUA” e precisam da assistência do mundo desenvolvido, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, numa entrevista em Nova York. As nações industrializadas deveriam enfrentar desafios maiores, pois “obtêm a sua energia de fontes muito menos limpas do que as do Sul Global”.
O pedido para que os países ricos invistam mais para ajudar o mundo a abandonar os combustíveis fósseis será provavelmente mencionado novamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando se dirigir a outros líderes mundiais na reunião da Assembleia Geral da ONU nesta próxima semana. Desde que regressou ao poder, em janeiro, Lula tem pedido mais apoio internacional para ajudar a salvar a Floresta Amazônica e criar soluções de financiamento climático.
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O Brasil tem sido um forte defensor de que as nações desenvolvidas cumpram as suas promessas de financiamento climático, que ficam aquém dos triliões de dólares necessários para realmente evitar que as temperaturas globais subam mais de 1,5 grau Celsius.
As nações em desenvolvimento do Hemisfério Sul alimentarão o mundo desenvolvido com energia limpa, o que alavancará a posição desses países no comércio global, segundo Silveira. O ministro espera que o Brasil atraia US$ 400 bilhões em investimentos na próxima década para a produção de biocombustíveis, incluindo combustível de aviação sustentável e diesel verde. Silveira vê a produção de biocombustíveis no Brasil como a sua “libertação do cartel da OPEP”.
O Brasil pode “exigir respeito dos países industrializados”, que dependerão cada vez mais da maior economia da América Latina para biocombustíveis e hidrogénio verde, disse ele. “É claro para todos que o hidrogénio verde, como fonte descarbonizada de energia nas nações desenvolvidas, virá de países do Sul Global. O Brasil sai na frente nessa agenda.”
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Silveira deseja que as gigantes brasileiras de commodities Petrobras e Vale liderem a transição energética no mercado interno, inclusive com a produção e uso de hidrogênio verde.
Embora o governo brasileiro tenha pressionado pela agenda climática globalmente, também procura aumentar a produção de petróleo internamente. A Petrobras continuará a aumentar a produção de combustíveis fósseis nas próximas décadas. A produção do país deverá atingir um recorde este ano e continuará a crescer até 2030.
A Petrobras também busca abrir novas bacias em outras partes do Brasil, incluindo a chamada Margem Equatorial, uma região offshore ecologicamente sensível no extremo norte do país. A pressão para inspecionar a área gerou protestos de ativistas ambientais e tensões entre os aliados de Lula.
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Silveira rejeitou as críticas de que a abordagem era contraditória, argumentando que o Brasil precisa encontrar formas de financiar a transição energética. O governo reconhece que a transição “precisa de exposição, potencial de desenvolvimento e financiamento”.
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