Bolsonaro critica reforma tributária e fala em ‘traíras’ após voto a favor de seus apoiadores

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) criticou a reforma tributária aprovada no Senado Federal durante discurso na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Ele recebeu homenagem da casa legislativa na sexta-feira (10).

“A nova reforma tributária vai empobrecer a todos. O presidente Lula está usando as armas da democracia, comprando alguns, para impor seu socialismo”, disse Bolsonaro.

Entre os parlamentares que apoiaram a reforma está o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI) e o senador Eduardo Gomes (PL-TO), que exerceu o cargo de líder do governo no Congresso entre 2019 e 2022.  Já Marcos Rogério (PL-RO), outro nome de destaque entre os aliados do ex-presidente nos últimos anos, esteve ausente da sessão.

Do outro lado, o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado e ex-ministro de Bolsonaro, teve uma participação intensa ao longo das mais de três horas de votação, com vários discursos de pressão sobre os aliados do governo.

Marinho criticou o atropelo do regimento e alertou para o risco de aumento da carga tributária. Ex-ministra da Agricultura, a senadora Tereza Cristina (MS), líder do PP,  também votou contra a reforma, assim como o Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que foi ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação durante o governo de Bolsonaro.

Na semana passada, Bolsonaro esteve no Congresso no dia da votação, ligou e mandou mensagens para os senadores da oposição. No fim, o placar terminou em 53 votos a favor (eram necessários 49) e 24 contrários. No Espírito Santo, sem citar nomes, Bolsonaro falou sobre “traíras” e criticou políticos que o apoiam e eram favoráveis ao projeto.

“No nosso meio aparecem alguns traíras, mas esses ficam para trás”, afirmou o ex-presidente.

Leia também

BastidoresReforma Tributária: como o governo caçou votos e reverteu articulação capitaneada por BolsonaroMovimentação intensa de ministros e lideranças do governo para buscar os votos marcaram as horas que antecederam a votação

(Com Agência Estado)