BRASÍLIA (Reuters) – O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), aposta no confronto direto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate na TV Globo nesta quinta-feira à noite para uma arrancada final nas eleições, segundo duas fontes da campanha do candidato ouvidas pela Reuters.
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No QG de campanha, conforme as fontes, o debate a três dias do primeiro turno é tido como a última chance para Bolsonaro tentar ampliar o seu eleitorado e falar para fora da bolha bolsonarista, uma vez que ocorrerá na emissora de maior audiência da TV aberta do país.
Segundo as fontes, o candidato à reeleição vai tentar fustigar o adversário abordando temas como a corrupção nos governos petistas e a comparação de biografias e realizações entre a gestão dele e a de Lula.
Assim como em eventos anteriores, o presidente não vai passar por um media training –treinamento que simularia o encontro–, mas tem repassado com assessores e aliados os principais pontos que podem surgir no debate da TV Globo e as sugestões de respostas que podem ser dadas.
Na agenda divulgada nesta quarta, o candidato à reeleição não terá outros compromissos oficiais no dia do debate e, segundo as fontes, deverá se preparar ao longo do dia para o encontro.
Uma das fontes admitiu que um bom desempenho de Bolsonaro no debate é vital para conquistar votos e levar a disputa para o segundo turno, em meio aos esforços da campanha petista nos últimos dias de garantir um voto útil em Lula para tentar liquidar a eleição já no domingo, dia 2 de outubro.
Essa fonte considerou que o presidente não se saiu tão bem no debate do SBT no sábado passado, que não contou com a presença de Lula. Bolsonaro foi duramente questionado por outros adversários, em especial as candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
Mulheres
Uma das fontes disse que Bolsonaro pretende focar suas atenções no debate nas mulheres, a maior fatia do eleitorado brasileiro em que ele tem tido piores índices de votação. O presidente quer focar especialmente nas mulheres das classes C e D, mostrando ações de cunho social de seu governo, como o Auxílio Brasil.
Desde antes do início da campanha, aliados têm tentado fazer um trabalho específico para diminuir a rejeição e melhorar o apoio do presidente entre as mulheres. Contudo, segundo fontes da campanha, o próprio Bolsonaro cometeu ao longo da corrida erros ao ter tido embates com jornalistas e presidenciáveis mulheres.
A campanha chegou a escalar a primeira-dama Michelle Bolsonaro na tarefa de conquistar apoios para o candidato à reeleição. Contudo, uma das fontes reconhece que o efeito de Michelle é limitado e depende bastante da atuação do próprio Bolsonaro.
“O difícil é saber se o presidente vai acertar o tom no debate”, resumiu essa fonte, após mencionar todo o esforço durante a corrida eleitoral.
A orientação da campanha, segundo as fontes, é que Bolsonaro não faça qualquer tipo de questionamento ao sistema eleitoral, discurso que é muito comum quando prega para a militância bolsonarista. A avaliação é que esse tipo de fala não ajuda a trazer votos dos indecisos.
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