Biden pressiona McCarthy a entregar ajuda à Ucrânia omitida em projeto de lei

Horas depois de o Congresso aprovar um projeto de gastos dos EUA sem financiamento adicional para a Ucrânia – a fim de evitar uma paralisação do governo – o presidente Joe Biden instou o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, a agir rapidamente em apoio.

“Eu espero totalmente que o presidente da Câmara cumpra sua promessa de garantir a aprovação e o apoio necessários para ajudar a Ucrânia enquanto eles se defendem contra a agressão e brutalidade”, disse Biden no domingo (1) na Casa Branca. “Há uma esmagadora quantidade de republicanos e democratas tanto na Câmara quanto no Senado que apoiam a Ucrânia. Vamos votar nisso.”

A luta por gastos em Washington ocorre em uma fase crítica na guerra da Ucrânia para repelir a invasão da Rússia. Kiev intensificou os ataques com mísseis e drones na Crimeia ocupada pela Rússia, visando bases e linhas de abastecimento, enquanto a contraofensiva de quatro meses faz progressos intermitentes no terreno.

Mas a assistência adicional não é certa e está se tornando mais difícil de alcançar, especialmente à medida que questões como a segurança da fronteira dos EUA se tornam mais proeminentes.

No sábado, o Congresso aprovou uma medida bipartidária que manteria o governo dos EUA financiado até 17 de novembro com US$ 16 bilhões em financiamento para desastres. No entanto, a falta de US$ 6 bilhões em ajuda à Ucrânia é um golpe para Biden e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, que visitou Washington no mês passado para pleitear por novos sistemas de armas. Zelenskiy instou os aliados a manterem seu apoio financeiro e militar a Kiev.

Quando perguntado sobre o que diria a Zelenskiy e outros aliados da Ucrânia, Biden afirmou: “Eu posso tranquilizá-los. Olhem para mim: vamos conseguir.”

Os líderes do Senado disseram que começarão a trabalhar na aprovação da ajuda.

“Nas próximas semanas, esperamos que o Senado trabalhe para garantir que o governo dos EUA continue a fornecer apoio crítico e sustentado à segurança e à economia da Ucrânia”, disse o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, em um comunicado conjunto no sábado, com o líder da maioria do Senado, Mitch McConnell.

No entanto, McCarthy deseja vincular a ajuda à Ucrânia às propostas republicanas de segurança na fronteira dos EUA, que são contrárias aos democratas, afirmando que a fronteira é “a minha prioridade” e que as duas políticas devem ser tratadas em conjunto.

“Eu apoio a garantia de que a Ucrânia tenha as armas de que precisa, mas apoio firmemente a segurança na fronteira em primeiro lugar”, disse McCarthy no programa “Face the Nation” da CBS no domingo. “Então, temos que encontrar uma maneira de fazer isso juntos.”

A Ucrânia “não receberá um grande pacote se a fronteira não estiver segura”, e a Casa Branca deve estar ciente disso, disse ele, citando um projeto de lei de fronteira aprovado pela Câmara que ainda não se tornou lei.

O acordo bipartidário de financiamento do governo de curto prazo evitou uma paralisação que ameaçava afetar a economia dos EUA.

Uma quebra no financiamento teria interrompido muitas funções federais e pagamentos, enquanto economistas previam que uma paralisação mais longa poderia prejudicar os esforços do Federal Reserve para combater a inflação sem perdas generalizadas de empregos. Os mercados estavam atentos a quaisquer ações das agências de classificação de crédito apenas meses após a Fitch Ratings retirar dos EUA sua classificação de alto nível, citando preocupações persistentes com a governança dos EUA.