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SÃO PAULO – O deputado federal (PT) e ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, comentou nesta terça-feira (22) o caso envolvendo um possível pagamento de propina na construção da Arena do time. O 1º vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, foi apontado como suspeito de ter recebido R$ 500 mil em propinas da Odebrecht durante as obras do “Itaquerão”.
“Não é verdade que houve propina na Arena Corinthians para mim ou quem quer que seja. O Corinthians é vítima”, disse Andrés ao jornal O Estado de S. Paulo. Já para a Folha de S. Paulo, o deputado afirmou que “não é verdade, ou eu pelo menos nunca soube. E para mim nunca teve [propina]. E se teve também quero saber, para conseguir um desconto no valor da obra. A arena vai custar menos”.
“Espero que se investigue logo tudo para pôr fim nessas especulações. Se alguém fez merda, que se pague”, acrescentou o dirigente. “Não tenho nada a temer, nem o Corinthians, nem a arena”, completou.
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De acordo com o Ministério Público Federal, um diretor da Odebrecht aparece em planilhas da empresa responsável pelas obras da Arena Corinthians como autor de solicitações de pagamento de R$ 500 mil para uma pessoa identificada como “Timão”.
O estádio do Corinthians custou R$ 1,1 bilhão. Desde o ano passado, o clube tem pago parcelas mensais de R$ 5 milhões referentes ao financiamento feito com o BNDES durante as obras. Um fundo é responsável por gerir toda a arrecadação de bilheteria e comercialização de produtos do estádio e fazer esse pagamento.
O Corinthians se posicionou por meio de um comunicado oficial. O clube não considera a obra da Arena encerrada e disse que já enviou nota à Odebrecht questionando diferenças da obra entre o que foi contratado pelo Corinthians e executado pela construtora. Por fim, os valores correspondentes ao contrato de construção do estádio também estão em fase de verificação.
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Prisão de dirigente
Mais cedo, o vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, foi levado pela Polícia Federal para prestar depoimento na 26ª fase da operação Lava Jato. “André Negão”, como é conhecido o dirigente, foi um alvos dos 110 mandados judiciais da nova operação da PF emitidos em 8 estados e no Distrito Federal. No fim, ele acabou preso em flagrante por porte ilegal de armas quando a PF foi buscá-lo em sua residência às 6 horas da manhã.
Segundo o Estadão, a citação de pagamento a um suposto “André” na planilha vem seguida do endereço Rua Emílio Mallet, em São Paulo, “a ser liquidado no dia 23 de outubro de 2014, no valor de R$ 500 mil, com a anotação do telefone”. O relatório da PF mostra que, com consulta em uma base de dados restrita, verificou-se que André Negão reside no mesmo endereço de entrega, “tratando-se muito provavelmente do ANDRÉ mencionado na planilha”.
A 26ª fase da Operação Lava Jato foi denominada Xepa e mira executivos da Odebrecht e pessoas ligadas à empresa que receberam algum benefício indevido, explicaram os investigadores da Polícia Federal em coletiva concedida nesta manhã. Diretores da empresa foram ligados ao aeroporto de Goiás e ao estádio do Corinthians em Itaquera e também há indicativos de pagamentos para o Porto Maravilha. Os recebedores destes pagamentos, de acordo com a PF, foram alvo de condução coercitiva e entre os 10 mandados de prisão cumpridos, alguns incluem prisões preventivas de executivas da empreiteira.
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Confira a [integra da nota oficila do Corinthians:
SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA vem a público, por meio da presente NOTA OFICIAL, esclarecer que:
1 – Até o momento, o SCCP ainda não assinou o Certificado de Aceitação Final da Obra (CAF) da Arena Corinthians, o que significa dizer que a Obra não foi, inclusive contratualmente, dada por concluída pelo SCCP;
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2 – O SCCP solicitou e recebeu Relatório de Acompanhamento da Obra das empresas de arquitetura para confrontação entre o contratado pelo Clube e o efetivamente executado pela construtora; Relatório este que já foi enviado à construtora para que preste esclarecimentos;
3 – O SCCP vem executando uma verificação de engenharia com profissionais técnicos e independentes, e encontra-se na fase final da contratação de uma auditoria completa em relação às áreas de elétrica, hidráulica, TI e infraestrutura total da Arena Corinthians;
4 – Os valores correspondentes a itens previstos no Contrato de Construção – EPC e que não tenham sido realizados pela construtora serão objeto de abatimento junto ao SCCP, estando os mesmos, ainda, em fase de verificação final, observando-se que servirão de motivação para o ressarcimento dos prejuízos causados à Arena Corinthians e, consequentemente, ao Clube;
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5 – O Sport Club Corinthians Paulista atesta por meio desta que quaisquer irregularidades ou desvios de conduta, constatados por autoridades ou não, serão devidamente apurados, e a Instituição tomará todas as providências a si cabíveis para punir os responsáveis, bem como diligenciar para que todos os prejuízos causados ao Clube e à Arena Corinthians sejam ressarcidos.
O que for justo e correto, sempre será a busca do Corinthians, em respeito ao seu torcedor e ao Brasil.
São Paulo, 22 de Março de 2016.
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