Ao lado de Lula, Simone Tebet promete “total apoio” à campanha e a eventual governo

Ex-presidente diz que proposta apresentada pela senadora é “totalmente assimilável” e que ela fará “o que quiser” para ajudar na eleição

Fábio Matos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado da senadora Simone Tebet (MDB) em campanha (Foto: Ricardo Stuckert)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado da senadora Simone Tebet (MDB) em campanha (Foto: Ricardo Stuckert)

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A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sacramentaram nesta sexta-feira (7), em um ato em São Paulo (SP), a união para o segundo turno das eleições, em que o petista terá como adversário o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tebet, que terminou em terceiro lugar na corrida pelo Palácio do Planalto com quase 5 milhões de votos, prometeu empenho e “total apoio” à campanha do PT e até a um eventual governo, a partir de 2023.

“Fica o compromisso não apenas do meu voto, mas do meu total apoio à sua campanha e ao seu governo”, disse a senadora. “Este não era um encontro agendado pela história, mas é exigido por ela. Temos nossas diferenças políticas e econômicas, mas elas são infinitamente menores do que aquilo que nos une. O que está em jogo aqui é algo muito maior”, justificou Tebet.

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Segundo a ex-candidata ao Planalto, todas as propostas apresentadas à campanha de Lula foram aceitas. “O presidente Lula e sua equipe econômica acabaram de receber e incorporar todas as sugestões que nós fizemos ao seu programa de governo. Estamos unidos porque o que está em jogo é um Brasil que precisa ser reconstruído”, afirmou.

Lula, que fez um discurso repleto de elogios à senadora, se comprometeu a levar adiante os projetos de Simone. “A proposta que você apresentou é totalmente assimilável. Pode ficar certa de que nós vamos colocar em prática. Espero que você esteja junto para ajudar a executar cada uma dessas coisas que você propõe”, disse o petista.

“O Brasil ganhou com a sua campanha. As mulheres ganharam com a sua campanha. Eu aprendi muito com a sua campanha. Nunca vi você como adversária. Acho que você ainda não tem noção do que despertou na cabeça de milhões de mulheres neste país”, prosseguiu Lula.

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Ministério

Após o pronunciamento de Tebet e Lula, os dois responderam a perguntas dos jornalistas. Uma delas foi sobre a possível participação da senadora no primeiro escalão de um eventual governo do PT. Tanto Simone quanto Lula desconversaram.

“Eu primeiro preciso ganhar as eleições para depois a gente discutir a composição do governo e quais forças políticas vão participar”, despistou o petista, sem deixar de fazer uma sinalização a Tebet. “Este país não será governado por um único partido ou uma única ideologia. Nós precisamos juntar muitas pessoas para montar um governo.”

Questionado sobre qual seria o papel de Tebet em sua campanha no segundo turno, Lula respondeu: “Ela vai fazer o que ela quiser”.

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Teto de gastos

Durante a entrevista coletiva, Tebet e Lula foram indagados a respeito do teto de gastos – mecanismo criado no governo de Michel Temer (2016-2018) e que, segundo o petista, não será mantido em uma eventual nova administração.

“Entendo a posição do PT, que é contra o teto de gastos, mas entendemos que é preciso uma âncora fiscal mínima, até para que o orçamento público possa voltar para o comando do Executivo”, disse Tebet.

“O Orçamento secreto de R$ 19 bilhões só não virou R$ 30 bilhões porque quando bateu no Ministério da Fazenda eles viram que furaria o teto de gastos e não tinha condições de liberar”, completou a senadora.

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Para Tebet, a âncora fiscal daria “conforto para o mercado e tranquilidade para os investidores”. Lula, por sua vez, voltou a insistir que o teto não é necessário para que se tenha responsabilidade fiscal. Ele relembrou o período em que esteve à frente do Executivo e afirmou que um possível novo governo do PT será responsável na economia.

“O Brasil foi o único país do G20 que fez superávit primário todos os anos [do governo Lula]. Eu passei a vida inteira contra o superávit primário e, quando cheguei à Presidência, percebi que era preciso fazer e fizemos”, disse o petista. “Responsabilidade fiscal é uma coisa que a gente tem e não precisamos de uma lei garantindo isso.”

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