Aneel registra 7 ataques a torres de transmissão em 3 Estados desde atos golpistas em Brasília

Ataque mais recente ocorreu em Vilhena (RO), registrada no último sábado; Polícia Federal investiga relação entre ocorrências e os atos de 8 de janeiro

Marcos Mortari

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Desde os atos golpistas de 8 de janeiro, que culminaram na invasão às sede dos Três Poderes em Brasília, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou 7 casos suspeitos de vandalismo em torres de transmissão, sendo 4 com queda das instalações.

As informações levam em conta relatos das empresas responsáveis pela concessão da transmissão de energia em diversas regiões do país e foram encaminhadas à imprensa na tarde de segunda-feira (16). No comunicado, a agência informou manter contato com o Ministério de Minas e Energia e interagido com autoridades de segurança pública.

Três torres caíram em Rondônia, sendo duas da Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, nas cidades de Cujubim (Torre 219) e Vilhena (Torre 277), e uma do grupo Evoltz, em Rolim de Moura (Torre 724), informou a agência.

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A queda em Vilhena foi a mais recente, registrada no último sábado (14). Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a causa da ocorrência ainda está em apuração, mas o proprietário teria apontado “indícios de vandalismo”.

Também houve a queda de uma torre de Furnas, subsidiária da Eletrobras, em Medianeira (Torre 114), no Paraná. As informações têm sido atualizadas pela Aneel, que coordena a força-tarefa criada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para monitorar os casos.

Furnas informou, ainda, sobre suspeita de ato de vandalismo, sem queda, em uma segunda torre em Tupãssi (Torre 311), também no Paraná. Outros eventos, sem queda, foram registrados pelas empresas Taesa, em Rio das Pedras (Torre 649), e ISA Cteep, em Palmital (Torre 71) – ambos municípios do interior de São Paulo.

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“As empresas estão atuando nas avarias detectadas e os eventos estão sendo monitorados e fiscalizados pela Agência”, destacou a Aneel.

De acordo com a agência, até o momento não houve interrupção no fornecimento de energia em razão das ocorrências. Veja as áreas atingidas e detalhes de cada caso no mapa abaixo:

Os eventos vêm sendo registrados desde a invasão ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro, por manifestantes que defendiam uma intervenção militar para destituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Polícia Federal investiga a possível relação entre os eventos.

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Os ataques suspeitos foram tema de reunião, na última segunda-feira, entre os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, para discutir ações para evitar novos eventos e buscar punir os responsáveis.

“É importante reforçar que todo o sistema elétrico nacional, diga-se de passagem referência para o mundo, é fruto das tarifas de energia que todos nós pagamos”, disse Silveira em nota.

“Portanto, cabe às autoridades e à toda a sociedade o ato de vigilância daquilo que nos pertence e que é fundamental para o desenvolvimento nacional, geração de emprego e renda, competitividade e atração de investimentos”, prosseguiu.

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“Vamos agir com o rigor da lei, punir e cobrar ressarcimento dos vândalos”, assegurou.

Entre as ações em análise, a pasta apontou a participação de forma integrada de agentes de segurança Estadual e Federal, com o reforço do patrulhamento em áreas estratégicas e o reforço do monitoramento das linhas de transmissão, com o uso de novas tecnologias como câmeras e drones.

O Ministério de Minas e Energia também informou que foram encaminhados ofícios aos governos de São Paulo, Rondônia e Paraná – onde foram registrados casos suspeitos de sabotagem – para a adoção de “medidas preventivas e investigativas”.

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(com Reuters)

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.