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Com frequência, o presidente Jair Bolsonaro critica o fato de os governadores tirarem proveito da alta do petróleo para arrecadar mais com o ICMS, mas a valorização do preço do barril no mercado internacional também reforçará o caixa do governo federal, especificamente com mais R$ 37,2 bilhões ao longo de 2022.
O salto de arrecadação ocorre porque o governo recebe receitas que estão diretamente relacionadas ao preço do petróleo, entre elas tributos e royalties (pagos pelas empresas como uma compensação financeira à União pela produção no país).
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Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços internacionais dispararam, o que levou ao megarreajuste do preço de diesel, gasolina e GLP (gás de cozinha) pela Petrobras.
O governo terá também um aumento de R$ 1,8 bilhão em receitas vinculadas à exploração de minério de ferro, cujo preço também subiu no rastro do conflito na Europa. Com a guerra, as receitas com exploração de recursos naturais previstas para 2022 deram um pulo de R$ 95,8 bilhões para R$ 134,5 bilhões.
Ideia de subsídio
Essa arrecadação vem reforçando os argumentos de integrantes do governo que defendem a adoção de um subsídio temporário aos combustíveis, com custo de até R$ 37 bilhões. Esse mesmo valor vem sendo, inclusive, citado nos bastidores do governo por integrantes do Ministério de Minas e Energia e do Palácio do Planalto como um limite para uma política temporária de subsídio.
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Para calcular a previsão de receita com a renda do petróleo, o governo usou um preço médio do petróleo de US$ 103,40 por barril (US$ 26 acima da estimativa anterior de US$ 77,40).
As estimativas entraram no primeiro relatório de avaliação de receitas e despesas do Orçamento deste ano, que previu bloqueio de R$ 1,7 bilhão em despesas para recompor gastos de órgãos do governo que sofreram cortes na votação do Orçamento pelo Congresso (que preferiu aumentar as emendas parlamentares em ano eleitoral).
Arrecadação maior
O relatório é uma “fotografia” do Orçamento no momento e serve de baliza para a gestão das verbas nos próximos meses. Ele apontou um crescimento extraordinário de receitas, mesmo com a economia ainda em ritmo lento e a decisão do governo de abrir mão de R$ 49,8 bilhões com cortes de tributos.
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A previsão de receitas ficou R$ 87,5 bilhões maior, puxada pela arrecadação com petróleo, pagamentos de dividendos pelas estatais e receitas de concessões. O governo estimou uma receita de mais de R$ 12,9 bilhões de dividendos e R$ 11,2 bilhões de concessões (no caso dos dividendos, o ingresso maior de receitas também é influenciado pelo lucro maior da Petrobras, proporcionado pela alta de preços).
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