Aécio contou com aliado inesperado para se “livrar” do caso Furnas: o ex-presidente Lula

Em depoimento à PF em 28 de junho, Lula fez declarações isentando o atual senador de ter pedido cargos em seu governo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Federal informou que não conseguiu recolher provas de que Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu propina de contratos em Furnas, inocentando o senador. Segundo o  delegado Alex Levi Resende, não é possível atestar que senador realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas’.

“A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas”, diz a conclusão do inquérito.

Aécio passou a ser investigado  após dois delatores  – o doleiro Alberto Youssef e o senador cassado Delcídio do Amaral – terem dito que o parlamentar era beneficiário de um esquema de corrupção que desviava recursos de Furnas.  Aécio era investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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Segundo o relatório, a PF apontou que os fatos narrados pelos delatores chegaram ao conhecimento deles  por “ouvir dizer” e “não foram embasados com nenhum outro elemento de colaboração”.

E, conforme ressalta o jornal O Estado de S. Paulo de hoje, durante o inquérito, Aécio contou com um “aliado” inesperado: o ex-presidente Lula, seu rival político. Em depoimento à PF em 28 de junho, Lula declarou que ‘Aécio Neves não pediu nenhum cargo em nenhum de seus mandatos (2003/2010)’.  Suas informações tiveram peso importante na conclusão do delegado federal Alex Levi para que inocentasse Aécio, aponta a publicação. 

Lula afirmou “que nao acredita que Aécio Neves possa ter pedido qualquer cargo a algum de seus ministros em seus governos, e se pediram nunca deram ciência ao declarante sobre este pleito.”

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O inquérito Furnas tinha como ponto de partida os depoimentos dos deltatores que apontam que o elo de supostas propinas para Aécio em Furnas seria um “antigo amigo” do senador, Dimas Fabiano Toledo. Mas todos os delatores foram ‘vagos’, destacou a PF. 

Confira a nota da defesa de Aécio sobre o fim da investigação:

“Após a realização de inúmeras e detalhadas diligências, incluindo a oitiva de empresários, políticos de oposição e delatores, durante um ano e três meses, a Polícia Federal concluiu que inexistem elementos que apontem para o envolvimento do Senador Aécio Neves em supostas atividades ilícitas relativas a Furnas.

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“A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que Ihe são imputadas”, diz a conclusão do inquérito.

Assim, estando comprovada a falta de envolvimento do Senador Aécio Neves com os fatos que lhe foram atribuídos, a Defesa aguarda a remessa dos autos à PGR e para que, na linha do que concluiu o denso relatório policial, seja requerido o arquivamento do Inquérito, com sua posterior homologação.

Alberto Zacharias Toron e Luísa Oliver
Advogados

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.