Abstenção deve crescer no segundo turno: como isso afeta o desempenho de Lula e Bolsonaro na eleição presidencial?

Números indicam que Lula tende a ser o mais afetado, mas variações não seriam suficientes para sozinhas garantirem uma virada a Bolsonaro

Marcos Mortari Anderson Figo

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As indicações de que a eleição para a Presidência da República de 2022 poderá ser a mais apertada da história do país desde a redemocratização têm levado as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pensar nos mínimos detalhes para garantir alguma vantagem sobre o adversário na disputa, enquanto analistas avaliam quais variáveis serão decisivas para o resultado.

Um dos assuntos que têm dominado a campanha no segundo turno é a abstenção eleitoral, que, assim como ocorreu na última votação de 2 de outubro, pode atingir de forma desigual as candidaturas – e, portanto, influenciar o resultado do processo. Mas qual deve ser o verdadeiro peso do não comparecimento de eleitores na hora de votar? Nas últimas semanas, diversos estudos foram feitos tentando responder a este questionamento.

No primeiro turno, 32.770.982 brasileiros deixaram de votar, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O contingente representa 20,95% do eleitorado apto a exercer o direito no país – marca levemente acima da média registrada nas últimas três eleições majoritárias, de 19,18%.

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Embora o voto seja obrigatório no Brasil, é comum que cerca de 1/5 dos eleitores não compareça às urnas pelos mais diversos motivos, que vão do desinteresse no pleito ao fato de terem mudado de município e não transferido o título de eleitor. Em alguns casos, bases de cadastro desatualizadas também podem dificultar uma melhor compreensão do fenômeno.

Considerando o histórico nacional, a tendência é que a abstenção cresça neste 30 de outubro, a despeito das campanhas de incentivo ao comparecimento dos eleitores. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou decisão que autoriza prefeituras e empresas concessionárias de todo o país a oferecerem transporte público gratuito durante o horário da votação. A medida foi acatada por diversas prefeituras e pode desafiar as estatísticas.

“Vamos diminuir essa abstenção e o transporte público gratuito ajudará. Quanto mais transporte público e quanto mais eleitores comparecerem, mais democracia”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE na quinta-feira (27), ao encerrar a última sessão plenária da Corte eleitoral antes da votação.

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Nos últimos 12 anos, o Brasil passou por três eleições presidenciais. Em todos os casos, a disputa foi para o segundo turno e as abstenções cresceram. O índice médio de eleitores que não foram votar no segundo turno neste período girou em torno de 21,22% em nível nacional. Em comparação com a abstenção média em primeiro turno, o salto é de 9,81% − ou 1,83 ponto percentual. O mesmo fenômeno foi observado, em maior ou menor grau, em todas as Unidades da Federação nos pleitos de 2010 a 2018.

Para não dizer que a regra é infalível, no período analisado verificou-se uma única vez em que o comparecimento aumentou de uma votação para outra. Isso ocorreu entre os eleitores estrangeiros, em 2018 (+0,15%).

Neste caso, valem duas ponderações: 1) a abstenção geralmente é muito alta nesse grupo (acima de 50%) e; 2) brasileiros residentes no exterior respondem por menos de 0,5% do eleitorado (hoje são 697.078), portanto têm peso muito limitado sobre o resultado das eleições.

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Eleições para governador atraem eleitores?

Na avaliação de especialistas, o fato de haver ou não segundo turno para governador em uma Unidade da Federação também pode influenciar o comparecimento de eleitores na votação.

Ao todo, 12 Estados decidirão o chefe do Poder Executivo local para os próximos quatro anos neste domingo: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

A expectativa é que o salto das abstenções do primeiro para o segundo turno nessas localidades seja menor em comparação com os demais Estados.

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Em 15 Unidades da Federação não haverá disputa em segundo turno para governador – o que, em tese, pode ser variável a desmobilizar o eleitorado e promover um salto maior de abstenção. Nessas localidades, Lula recebeu 27 milhões de votos, e Bolsonaro, 24 milhões.

Lula foi vencedor em 8 Estados (Amapá, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte e Tocantins), e Bolsonaro, em 6 (Acre, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Roraima) e no Distrito Federal.

Juntos, os Estados em que Lula liderou acumulam 41 milhões de eleitores. Já os que deram vantagem a Bolsonaro somam 31,8 milhões de eleitores.

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UF População Eleitorado Vencedor Votos em Lula Votos em Bolsonaro
AC 906.876 588.433 Bolsonaro 129.022 275.582
AP 877.613 550.687 Lula 197.382 187.621
CE 9.240.580 6.820.673 Lula 3.578.355 1.377.827
DF 3.094.325 2.203.045 Bolsonaro 649.534 910.397
GO 7.206.589 4.870.354 Bolsonaro 1.454.723 1.920.203
MA 7.153.262 5.042.999 Lula 2.603.454 983.861
MG 21.411.923 16.290.870 Lula 5.802.571 5.239.264
MT 3.567.234 2.469.414 Bolsonaro 633.748 1.102.866
PA 8.777.124 6.082.312 Lula 2.443.730 1.884.673
PI 3.289.290 2.573.810 Lula 1.518.008 406.897
PR 11.597.484 8.475.632 Bolsonaro 2.363.492 3.628.612
RJ 17.463.349 12.827.296 Bolsonaro 3.847.143 4.831.246
RN 3.560.903 2.554.727 Lula 1.264.179 622.731
RR 652.713 366.240 Bolsonaro 68.760 207.587
TO 1.607.363 1.094.003 Lula 434.303 379.194

“A tendência é de que onde não há votação de segundo turno para governador as abstenções sejam um pouco maiores. Mas, de qualquer forma, esse efeito tende a ser de 1 ou no máximo 2 pontos percentuais [em relação à taxa de abstenção no primeiro turno]”, observa Adriano Laureno, gerente de análise política e econômica da Prospectiva Consultoria.

“Nos Estados onde não haverá segundo turno para governador, pode haver uma abstenção maior. Mas a grande diferença entre o primeiro e o segundo turno nas eleições gerais são os cargos de deputados federais. Eles mobilizam uma base importante para o voto. E não há segundo turno para deputado federal, logo estimula um não comparecimento maior às urnas na segunda etapa do pleito”, avalia o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.

Considerando o histórico das últimas três eleições gerais, as diferenças no comportamento da taxa de abstenção do primeiro para o segundo turno entre Estados com e sem disputa para os governos estaduais são modestas e não indicam sentidos tão claros.

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Em 2010, a média das abstenções em UFs com votação para o Executivo local subiu de 18,38% para 22,23%. Já naquelas localidades em que o governador já estava eleito, a taxa saiu de 18,53% no primeiro turno para 22,78% no segundo turno.

Em 2014, o salto foi de 17,37% para 19,92% nas UFs com disputa para governador em segundo turno. Nas demais localidades, o movimento foi de 19,22% para 21,29% em média. Já em 2018, os movimentos foram, respectivamente, de 19,27% para 21,12%, e de 19,21% para 21,38%.

Confira as variações por Unidade da Federação em que houve segundo turno para governador no último pleito:

UF Abstenção – 1T % Abstenção – 2T % Eleitorado apto Dif. abstenção Variação (%) Variação (-)
AM 469.940 19,35% 519.266 21,39% 2.428.098 49.326 10,50% 2,04
AP 85.473 16,69% 117.171 22,88% 512.110 31.698 37,09% 6,19
DF 390.075 18,71% 394.537 18,93% 2.084.356 4.462 1,14% 0,22
MG 3.484.457 22,19% 3.631.708 23,13% 15.700.966 147.251 4,23% 0,94
MS 398.391 21,21% 427.749 22,78% 1.877.982 29.358 7,37% 1,57
PA 1.097.417 19,96% 1.280.858 23,29% 5.499.283 183.441 16,72% 3,33
RJ 2.927.399 23,59% 2.985.406 24,06% 12.408.340 58.007 1,98% 0,47
RN 406.189 17,11% 430.506 18,14% 2.373.619 24.317 5,99% 1,03
RO 262.291 22,31% 293.433 24,96% 1.175.733 31.142 11,87% 2,65
RR 46.440 13,93% 62.903 18,86% 333.464 16.463 35,45% 4,93
RS 1.515.192 18,14% 1.576.012 18,86% 8.354.732 60.820 4,01% 0,72
SC 826.904 16,31% 855.240 16,87% 5.070.212 28.336 3,43% 0,56
SE 296.840 18,82% 312.400 19,81% 1.577.058 15.560 5,24% 0,99
SP 7.111.614 21,52% 7.194.113 21,77% 33.040.411 82.499 1,16% 0,25

Confira as variações por Unidade da Federação em que não houve segundo turno para governador no último pleito:

UF Abstenção – 1T % Abstenção – 2T % Eleitorado apto Dif abstenção Variação (%) Variação (-)
AC 103.967 18,98% 148.465 27,11% 547.680 44.498 42,80% 8,13
AL 494.440 22,60% 543.294 24,83% 2.187.967 48.854 9,88% 2,23
BA 2.154.841 20,73% 2.191.301 21,08% 10.393.170 36.460 1,69% 0,35
CE 1.099.216 17,33% 1.185.570 18,69% 6.344.483 86.354 7,86% 1,36
ES 530.459 19,26% 575.952 20,91% 2.754.728 45.493 8,58% 1,65
GO 899.781 20,20% 962.625 21,61% 4.454.497 62.844 6,98% 1,41
MA 931.489 20,53% 1.059.469 23,35% 4.537.237 127.980 13,74% 2,82
MT 572.083 24,55% 611.132 26,23% 2.330.281 39.049 6,83% 1,68
PB 431.117 15,03% 460.741 16,07% 2.867.649 29.624 6,87% 1,04
PE 1.176.167 17,90% 1.191.942 18,14% 6.570.072 15.775 1,34% 0,24
PI 372.441 15,71% 423.470 17,86% 2.370.894 51.029 13,70% 2,15
PR 1.351.750 16,96% 1.376.101 17,26% 7.971.087 24.351 1,80% 0,30
TO 207.625 19,97% 258.148 24,84% 1.039.439 50.523 24,33% 4,87

Caso a tradição da abstenção maior no segundo turno se mantenha, a expectativa é que Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora tenham disputa para governador, registrem seus maiores níveis de eleitores ausentes do processo em um recorte de menos dos últimos quatro pleitos.

As duas UFs já registraram no primeiro turno destas eleições níveis mais elevados de abstenção do que no segundo turno de outros pleitos com ou sem disputa para governador em aberto. Em 2022, 19,78% dos gaúchos e 18,43% dos catarinenses não foram votar. Mesmo assim, os números ficaram abaixo da média dos demais Estados e do DF (20,22%).

O perfil das abstenções

No Brasil, eleitores de menor renda e escolaridade historicamente registram as maiores taxas de abstenção. Entre as justificativas indicadas por especialistas aparecem a maior dificuldade (seja por custo ou disponibilidade) de deslocamento até as seções eleitorais, a não transferência do título de eleitor em caso de mudança de localidade, e um menor acesso a informações sobre o processo eleitoral.

No primeiro turno, mais da metade das abstenções registradas (54%) foi de pessoas que, no máximo, completaram o Ensino Fundamental, apesar de elas representarem 40% do eleitorado brasileiro, segundo dados do TSE.

O ex-presidente Lula é o candidato mais prejudicado pela abstenção desproporcional entre essas faixas do eleitorado, já que elas costumam garantir uma vantagem a ele na disputa. As mais recentes pesquisas de intenção de voto divulgadas mostram que o petista tem ampla vantagem sobre Bolsonaro entre eleitores com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (61% a 33%, segundo o Datafolha) e com até o Ensino Fundamental completo (57% a 36%, de acordo com o Ipec).

“A campanha de Lula tem insistido mais na estratégia de chamar os eleitores para irem às urnas, porque a maior abstenção se dá entre os mais pobres, a maior parte do eleitorado brasileiro e que hoje tende a votar nele. Mas vai ser uma surpresa se a abstenção cair. A tendência é se manter ou até crescer um pouco, como normalmente acontece no segundo turno”, avalia Melo.

“A campanha de Bolsonaro está distribuída em estratos de 3 a 5 salários mínimos e de 5 a 10. Então, ele não tem um grande problema com a abstenção e nem se preocupa em fazer campanha chamando as pessoas para votarem. Tanto é que Bolsonaro questionou a medida do Supremo que autorizou que prefeitos estabelecessem tarifa zero para o transporte público no dia da eleição”, lembra o especialista.

Laureno, da Prospectiva Consultoria, trabalha com um cálculo de que, a cada 4 pontos percentuais a mais de abstenção, a distância entre Lula e Bolsonaro na disputa cede 1 ponto. Nesse sentido, a abstenção teria que superar a marca de 30% para permitir uma virada, mantidas outras variáveis.

“O candidato que está na frente quer que mude pouco as condições de eleitores em relação ao turno anterior. Então, para o Bolsonaro, um aumento de abstenção significa oportunidade de que os eleitores que forem votar variem e que, portanto, isso acabe o fortalecendo de alguma forma. Fora isso, está relativamente consolidada a impressão de que os eleitores mais pobres são os que tendem a se abster mais nas eleições, até pela dificuldade de transporte, o custo de locomoção”, destaca.

Diversas pesquisas indicam um nível maior de engajamento de eleitores de Bolsonaro na disputa. Levantamento Ipespe/Abrapel, divulgado na terça-feira (25), por exemplo, mostra que 73% dos eleitores do atual presidente dizem ter muito interesse no processo, contra 65% entre os que declaram voto em Lula. Do eleitorado geral, o grupo representa 65%. Essa também pode ser outra pista do risco maior que o petista corre do lado das abstenções em comparação com seu adversário.

Eleição apertada mobiliza eleitores

O fato de esta ser a eleição mais apertada pelo menos desde 2014, por outro lado, pode jogar contra um crescimento mais acentuado nas abstenções. Eleitores mais mobilizados por uma campanha polarizada podem estar mais dispostos a ir às urnas neste domingo.

“A tendência é que as abstenções aumentem nesse segundo turno”, observa Adriano Laureno, gerente de análise política e econômica da Prospectiva Consultoria.

“Não sei se a campanha [especialmente feita por Lula para os eleitores irem votar] vai fazer diferença – talvez faça alguma. Mas mais importante do que isso, e comprovado por estudos de ciência política, é o fato de ser uma eleição acirrada”, pontua.

“Há uma percepção geral de que esta é uma eleição aberta, de que vai ser pequena a distância entre os candidatos. Isso geralmente motiva as pessoas a irem votar, o que pode influenciar o nível de abstenções. Talvez por isso, no segundo turno, pode ser que a abstenção aumente, mas não aumente tanto quanto a média histórica. No pleito de 2018, por exemplo, que foi uma eleição acirrada, a abstenção aumentou só 1 ponto percentual no segundo turno”, complementa.

Avaliação similar tem Carlos Melo. Para ele, o elevado nível de polarização destas eleições deve mais atrair eleitores para as urnas do que afastá-los. Com uma intensa batalha de rejeições, o eleitorado se mobiliza para derrotar aquele candidato que não deseja ver no comando do Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos.

“A abstenção tem sido alta em quase todas as eleições nos últimos anos, acima dos 20%. E no segundo turno historicamente ela cresce um pouquinho. Ela não está sendo motivada nestas eleições pela polarização. Pelo contrário, a polarização tende a atrair mais votantes, justamente por conta de ser um embate mais acirrado”, sustenta.

Impactos limitados

Embora as abstenções tenham potencial de afetar mais o desempenho de Lula do que o de Bolsonaro na disputa, especialistas consultados pelo InfoMoney acreditam que este elemento sozinho não seria capaz de alterar o resultado do processo.

“A abstenção tem efeito limitado. Bolsonaro precisaria que ela ficasse acima de 30% para poder ganhar as eleições só com base nela. Mas o nível não vai chegar a esse ponto, então ele precisa conquistar eleitores que votaram em Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), ou ainda virar alguns votos que votaram em Lula no primeiro turno”, estima Laureno.

“As abstenções não são sozinhas capazes de inverter o resultado das eleições em relação ao primeiro turno. Mas elas são, sim, importantes para reduzir a distância e tornar a tarefa de Bolsonaro de virar as eleições mais factível”, avalia.

Um levantamento feito pelo InfoMoney mostra que, considerando o maior nível de abstenção de cada Unidade da Federação nas últimas quatro eleições (2010, 2014, 2018 e primeiro turno de 2022), um contingente adicional de pouco menos de 3,1 milhão de eleitores deixaria de votar no próximo domingo.

O número equivale a apenas metade da vantagem que Lula construiu sobre Bolsonaro no primeiro turno (6.187.159 votos). Isso significa que, nem se tal taxa de abstenção se confirmasse e todos os eleitores que deixassem de votar fossem apoiadores do ex-presidente, o movimento por si garantiria uma virada ao candidato à reeleição. Neste caso, outras variáveis precisariam estar presentes.

“A única forma de o nível de abstenção influenciar o resultado da eleição é se ele explodir. Se não, ele pode afetar um pouco os números de Lula, mas não o suficiente para virar o jogo”, afirma Melo.

Especialistas destacam que, nesse sentido, variáveis como a migração de votos de eleitores de outros candidatos − especialmente de Simone Tebet e Ciro Gomes −, além daqueles que votaram em branco e nulo no primeiro turno devem ter maior relevância para o processo. Além da difícil mudança de voto entre os dois candidatos, que, na prática, teria peso duplo na disputa.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.