Efraim Horn: dedicação intensa no comando compartilhado da Cyrela

Nome completo:Efraim Schmuel Horn
Ocupação:Administrador de empresas e copresidente da Cyrela
Local de nascimento:São Paulo
Data de nascimento:5 de junho de 1980
Fortuna:não informada

Quem é Efraim Horn

Efraim Horn, 40, sempre defendeu que as pessoas se dediquem com intensidade ao que se propuseram a fazer, independentemente da área de atuação, e tirem disso uma experiência única.

O administrador de empresas viveu um cenário intenso ao assumir a copresidência da incorporadora fundada pela família, a Cyrela. Isso ocorreu em meados de 2014, quando ele e seu irmão, Raphael, passaram a comandar a incorporadora em substituição ao pai e fundador da companhia, Elie Horn.

O primeiro desafio começou poucos meses depois. A economia brasileira já dava sinais de desaceleração, o que acabou culminando em uma forte recessão. O mercado imobiliário esteve entre os setores mais afetados pela crise.

Primeiro, a receita da empresa caiu. Junto a isso, cresceram também os distratos (nome dado ao total de contratos de clientes que desistem de uma compra feita) e, por fim, a companhia passou a apresentar prejuízos. Foram dois anos, 2017 e 2018, com resultados negativos. A retomada começou no ano seguinte, também sob o comando dos dois irmãos.

A trajetória profissional de Efraim Horn na Cyrela (CYRE3) começou em 2004. O executivo passou pelas áreas de negócios e operações. Já na copresidência da incorporadora, passou a liderar a empresa na busca por inovação. Função que cabe bem a uma pessoa descrita pelo pai como criativo.

Teologia e administração

Nascido em São Paulo, o filho do fundador da Cyrela frequentou o Colégio TTH Bar-Ilan, localizado no bairro paulistano de Higienópolis.

Judeu ortodoxo, Efraim, ao sair da adolescência, optou por frequentar uma universidade americana destinada à comunidade. A escolhida foi a Talmudic University of Florida (TUF), onde se formou em administração e teologia.

Na sequência, viveu por um ano e meio em Israel, também com o intuito de aprofundar os estudos religiosos. Foi lá que, segundo ele, aprendeu a “sonhar sem desistir”.

Já na Cyrela, passou a fazer incursões constantes a diferentes capitais do Nordeste, como Salvador (BA) e Recife (PE). Mais tarde, esteve à frente da expansão da companhia para o Norte e o Nordeste.

Além da graduação em administração e filosofia, Efraim tem possui um MBA pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Alicerce profissional

Antes de chegar ao comando compartilhado da Cyrela, Efraim atuou em diferentes setores da empresa desde 2004. Nesses 16 anos, passou pelas áreas de desenvolvimento do banco de terrenos, financeiro e também cuidou da expansão da companhia nas regiões Norte e Nordeste.

Atualmente, Efraim é responsável pela unidade de negócios de São Paulo. Também está sob sua alçada a concepção e o design dos principais lançamentos da companhia no país, entre eles, os realizados em parceria com os escritórios de design Pininfarina e Yoo Studio.

Efraim ocupava o cargo de diretor de operações da Cyrela quando Elie Horn decidiu que os filhos passariam a comandar a empresa.

Em uma entrevista, Elie contou que levou em conta as características dos dois filhos para decidir-se sobre o comando compartilhado. Na ocasião da troca de comando, contou que via em Raphael uma maior predisposição para as áreas de finanças e recursos humanos e, em Efraim, vocação para a incorporação e o desenvolvimento de negócios.

Passada a recessão, os irmãos – com s supervisão do pai, que é presidente do conselho – levaram a Cyrela de volta ao lucro. Em 2019, a empresa lucrou R$ 415,8 milhões, ante prejuízo de R$ 84,4 milhões em 2018.

Essa recuperação também se mostra no valor de mercado da Cyrela. No momento da mudança de comando, a empresa valia pouco menos de R$ 5 bilhões. Atualmente, é avaliada em R$ 9,5 bilhões, o que a coloca no posto de maior incorporadora da B3.

Entre os fatores que contribuíram para a recuperação da Cyrela está a gestão financeira. De um lado, uma das saídas adotadas por Efraim foi abrir mão de negócios que não eram necessários, fazendo uma seleção mais criteriosa dos terrenos.

A baixa alavancagem da empresa também permitiu enfrentar o período de cancelamentos de contratos (distratos).

Retrocesso

O país atualmente passa por uma nova crise, dessa vez causada pela pandemia do novo coronavírus. O setor imobiliário em quase todo o país teve de frear as vendas feitas em estandes e adiou os lançamentos de novos empreendimentos.

Não foi diferente com a Cyrela. Mas se é verdade o ditado sobre toda crise trazer uma oportunidade, a incorporadora tem aproveitado o momento para se tornar mais eficiente e adotar novas tecnologias inclusive no processo de venda dos imóveis.

Parcerias com startups como o Quinto Andar têm feito parte dos negócios liderados por Efraim.

Para o copresidente da Cyrela, a sociedade tem avançado nas mais diferentes áreas, mas quando se olha apenas o aspecto da moradia, o que houve foi um retrocesso. Com os preços mais elevados dos imóveis, as famílias começaram a buscar alternativas mais distantes das regiões centrais – ou mesmo locais inapropriados.

A solução, segundo ele, seria buscar o adensamento habitacional nas regiões mais centrais e, para isso, o custo da outorga para a construção (pago às prefeituras) deveria ser menor.

A Cyrela é reconhecida no mercado como uma empresa que atende o público que demanda imóveis de médio e alto padrão, mas a empresa nos últimos anos tem atuado também no segmento popular, que tem se mostrado mais resiliente, desenvolvendo empreendimentos dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Foi esse segmento que levou a Cyrela a desenvolver a subsidiária Cury, focada em imóveis de baixa renda nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa está em meio a um processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Lavvi e Plano & Plano, também do grupo Cyrela, estão fazendo o mesmo.

Para saber mais