Nome completo: | Alexander Soros |
Data de nascimento: | 27 de outubro de 1985 |
Local de nascimento: | Nova York, EUA |
Formação: | Bacharel em História pela New York University (2008), PhD em História pela University of California (2018) |
Ocupação: | Presidente do Conselho de Administração da Open Society Foundations (OSF) |
Em junho de 2023, George Soros, o polêmico investidor, bilionário e filantropo, anunciou que passaria ao filho Alexander Soros o controle de seu império de US$ 25 bilhões, hoje sob administração do Soros Fund Management.
A declaração surpreendeu quem acompanhava de perto os negócios do magnata, pois esperava-se que o filho mais velho, Jonathan Soros, advogado com formação em finanças, fosse seu sucessor natural. No entanto, um “desentendimento e uma mudança de opinião”, motivaram a decisão, segundo publicado pelo Wall Street Journal (WSJ) na época.
Em dezembro de 2022, Alex – como é chamado normalmente – havia sido eleito presidente do Conselho de Administração da Open Society Foundations (OSF), pertencente a George. A organização sem fins lucrativos, que atua em quase 120 países, distribui cerca de US$ 1,5 bilhão por ano a grupos ligados a causas humanitárias, como direitos das minorias, apoio a refugiados, reformas econômicas e liberdade de expressão.
À frente do império, o herdeiro afirma que continuará conduzindo a OSF com o mesmo viés democrático e humanitário. Porém, embora se identifique com os valores do pai, considera-se “mais político” em relação à intensidade com que defende essas pautas.
Em entrevista ao WSJ, Alex disse que se sente mais comprometido com causas progressistas, como direito ao voto, aborto, liberdade de expressão, equidade racial e de gênero e mudanças climáticas.
Quem é Alexander Soros?
Nascido em Nova York, em 27 de outubro de 1985, Alexander Soros é o mais velho de dois filhos que George teve em seu segundo casamento, com Susan Weber.
Formou-se em História pela New York University em 2008, e se tornou PhD em 2018 pela University of California. Também atuou na direção de organizações educacionais, como o Bard College e o Centro de História Judaica, em Nova York, e a Central European University, na Áustria.
De bon vivant a filantropo
Atualmente, o nome de Alex é tão associado a causas humanitárias quanto o de George Soros, mas suas primeiras aparições na mídia não tiveram nada a ver com a filantropia. Ainda estudante, com vinte e poucos anos, estampou a manchete de tablóides ao dar uma festa na luxuosa casa de veraneio do pai, em Southampton. O incidente envolvendo o herdeiro, que apareceu em fotos rodeado de mulheres e bebidas, trouxe certo constrangimento à família, e o forçou a ser mais discreto em sua vida pessoal.
Mas a tentativa de anonimato não adiantou muito. Em 2009, Alex fugiu do circuito habitual e foi comemorar o Réveillon com um grupo de amigos em Florianópolis, Santa Catarina. Dessa vez, foi o New York Post quem publicou fotos da festa em uma coluna de fofocas.
Finalmente longe dos holofotes, o herdeiro retornou à mídia mundial somente em outubro de 2011, quando criou a Fundação Alexander Soros, que se dedica a promover direitos humanos e justiça social. Entre as instituições que se beneficiaram inicialmente da fundação, está a Bend the Arc, associação que representava cerca de 2,5 milhões de empregadas domésticas latinas na ocasião. Um ano depois, uma parceria da Fundação Alexander Soros com a Fundação Ford e OSF publicou o primeiro estudo estatístico dos EUA sobre trabalhadores domésticos, chamado “Economia doméstica: o mundo invisível e não regulamentado do trabalho doméstico”.
Para não dizer que abandonou por completo todas as frivolidades, Alex declara que só uma tem lugar em sua vida hoje: o futebol americano – mais especificamente, a torcida pelo New York Jets.
O início da projeção e a oposição a Trump
O nome de Alexander Soros no mundo da filantropia passou a ter mais visibilidade em 2015, quando ele atuou ao lado do conselheiro de seu pai na Open Society. Simultaneamente, chegou a integrar o conselho da Global Witness, organização que tem como objetivo verificar relações entre abusos de direitos humanos.
A atuação de Alex se intensificou no conglomerado da família em 2016, a partir das eleições norte-americanas. Na época, atuou fortemente em campanhas incentivando o comparecimento às urnas, em especial no estado da Georgia, contando com o apoio de Stacey Abrams, ex-deputada democrata.
Em entrevistas, o novo gestor do império Soros já manifestou sua preocupação com a possibilidade de que Donald Trump possa voltar à Casa Branca em 2024. Inclusive, deu a entender que, se necessário, a Open Society apoiaria financeiramente a próxima eleição presidencial contra o republicano.
“Eu adoraria que o dinheiro não desempenhasse um papel tão importante na política. Mas enquanto a outra parte o fizer (por meio de contribuições), nós também teremos que continuar fazendo”, disse ao Wall Street Journal.
Em outubro de 2018, a casa da família Soros foi alvo de uma suposta bomba, encontrada na caixa de correio pela polícia norte-americana. Na ocasião, Alexander fez um artigo intitulado “O ódio que está nos consumindo”, publicado pelo New York Post, no qual afirmava que as bombas são uma ameaça à democracia do país.
“Meu pai reconhece que seu trabalho filantrópico, embora não partidário, é ‘política’ em sentido amplo, pois procura apoiar aqueles que promovem sociedades em que todos têm voz”, escreveu ao jornal.
Ele também declarou que Trump na presidência havia fortalecido grupos de antissemitas e supremacistas brancos da extrema-direita, e que esse movimento era mundial, inclusive na Hungria, país de seu pai.
Apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia
Desde o início do conflito, Alexander demonstrou conhecer profundamente a situação da Ucrânia, segundo o diretor do Conselho Europeu de Relações Externas, Mark Leonard.
“Ele manteve contato diário com a Fundação Soros no país e com diferentes governos para mostrar o que estava acontecendo”, disse Leonard ao The Washington Post.
De acordo com o jornal, a própria OSF se considera a maior financiadora de grupos de cidadãos – entre eles, a sociedade civil ucraniana – há mais de trinta anos. Segundo declarações da fundação, suas doações apoiaram desde material médico e evacuação de civis do país até a proteção de jornalistas e investigações de crimes de guerra.
Apoio a lideranças políticas brasileiras
No Fórum de Davos de 2023, Alex se encontrou com Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente do terceiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião foi divulgada em seu Twitter, no qual afirmou ter tido uma “excelente discussão” sobre o Fundo Amazônia, estrutura que capta recursos para investir em projetos de uso sustentável e conservação da região.
“Apoiar o desenvolvimento das áreas de floresta da Amazônia beneficiará quem vive lá e é crucial para o futuro de nosso planeta”, declarou na época.
Também durante o evento, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com representantes da Open Society, no intuito de traçar estratégias que permitam ao Brasil atrair investidores e retomar o crescimento.