Desde março do ano passado, a taxa Selic utilizada como referência na economia passou de 2% ao ano para os atuais 12,75%, com perspectiva de permanecer em dois dígitos pelo menos até o inicio de 2023. A tradicional Renda Fixa (RF) voltou a chamar a atenção dos investidores que buscam reduzir os riscos e elevar os ganhos.
Na Previdência Privada, com carteiras montadas para horizonte de 10 ou 15 anos, este movimento de curto prazo, ou tático, precisa ser feito com muita cautela e nem sempre vale a pena.
O alerta é feito pelo sócio e diretor de produtos da XP Vida e Previdência S/A, Amâncio Paladino, que vê na falta de informação o motivo para investidores trocarem uma alocação estratégica, cuja carteira é montada para ganhos no longo prazo, por uma tática que busca retornos de curto prazo.
“Quem em 2018 ou 2019, pré-pandemia, ingressou em fundos de previdência pensando em 15 ou 20 anos já está em produtos Multimercados ou Ações cujos gestores organizam um portfólio para ganhos neste prazo e que, se preciso, reorganizam as carteiras de acordo com o cenário”, explica Paladino.
“Faz sentido que o investidor estimulado pelo juro alto monte algumas posições táticas, para ganhar no curto prazo, mas não faz sentido que ele se desfaça de alocações estratégicas que são as que garantem ganhos em horizontes maiores de tempo.”
O executivo lembra outro fator que joga contra as trocas de alocações estratégicas por táticas em previdência privada, afirmando que é quase impossível acertar o timing correto de entrada e de saída de um fundo para aproveitar oscilações do mercado.
“Mesmo na portabilidade, que não tem custos para o investidor, o processo entre pedir o resgate em um fundo até ingressar em outro pode levar meses, dependendo do prazo de resgate do produto de origem. Se for um fundo de prazo de cotização de 90 dias, por exemplo, e o investidor pedir o resgate hoje, quando sair já estaremos às portas da eleição e muita coisa pode ter mudado.”
A orientação da XP Seguros, destaca Paladino, é que as alocações estratégias visando o longo prazo permaneçam nas carteiras dos investidores, mesmo que uma parte dos recursos, ou mesmo novos aportes, visem produtos mais táticos.
“O que não faz sentido é ficar tomando medidas drásticas de seis em seis meses que pode levar a mais prejuízo do que ganhos.”
O executivo lembra, citando a prateleira de fundos da XP Seguros – líder em receber recursos via portabilidade – que mesmo na Renda Fixa há opções mais interessantes e que buscam bater o CDI no longo prazo. “Na seguradora, vem crescendo o aporte em fundos que têm crédito privado na composição e oferecem um retorno superior ao CDI.”
A XP Vida e Previdência fechou 2021 com um captação de R$ 18,44 bilhões nos fundos de previdência, sendo que R$ 16,85 bilhões foram recursos que chegaram pela via da portabilidade, vindo de outras seguradoras, informa a companhia. “A empresa é líder em portabilidade e um dos motivos é este tipo de assessoria, de orientação adequada ao investidor.”
A XP mantém neste ano o mesmo desempenho. Até março, ingressaram na seguradora R$ 3,20 bilhões via portabilidade, ou seja, 60% de todos os recursos que trocaram de seguradora foram parar na companhia.
Na visão de Paladino, este movimento se explica também pela oferta diferenciada de produtos. Enquanto no mercado em geral, a distribuição de ativos por classe de investimento é 70% em RF, 29% em Multimercado e perto de 1% em Ações, na XP 43% dos recursos estão em Crédito Privado, 36% em Multimercado, 9% em Ações e 12% em RF tradicional, segundo consta no Relatório da XP Seguros de Abril de 2022.
“Faz sentido o investidor em previdência ter mais opções de produtos e uma carteira mais diversa, olhando o longo prazo. Há uma gama enorme de produtos, incluindo Fundos de Fundos, que facilitam a vida do investidor.”
Ele se refere aos FOFs que permitem ao investidor com um único aporte investir em vários fundos diferentes de acordo com seu perfil. A XP tem parcerias com mais de 60 gestores independentes, mais de 250 produtos previdenciários estruturados e mais de 34 estratégias de renda fixa, 55 multimercados e 60 de ações destinadas ao varejo.
A importância de que o investidor em previdência mantenha seus recursos em alocações mais estratégias também se justifica pela tendência de longo prazo da Selic.
“A taxa de juros é como uma neblina, quando ela surge você só enxerga o que está perto. Esquece de ver as outras coisas”, comenta Paladino se referindo à tendência de Selic menor que se verifica desde 1996. “Tiveram alguns picos, como o atual, mas na sequência ela volta a cair. E isto ocorrerá novamente daqui a um tempo.”
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