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Como Chieko Aoki enfrentou uma crise e um drama familiar e se tornou umas das principais empresárias do país

Chieko Aoki é a primeira personagem da série Mulheres Empreendedoras

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A vida de Chieko Aoki parecia resolvida. Junto ao marido, administrava duas das principais redes de hotéis do mundo: Caesar Park e Westin Hotels. No entanto, alguns eventos fizeram tudo mudar. O Japão entrou em recessão econômica e, para piorar, o marido de Chieko teve um AVC, ficando com graves sequelas.

“Meu marido teve um derrame muito forte logo no começo da crise [econômica no Japão], em que ele ficou entre a vida e a morte, e decidimos vender os hotéis. Então, com a venda e meu marido doente, eu pensei que eu não ia mais trabalhar”, conta.

Porém, o que poderia ser motivo suficiente para qualquer um desistir, foi o que a motivou a reinventar a hotelaria brasileira e se tornar uma das empresárias mais importantes do Brasil.

“Eu tinha uma equipe muito boa e ela me motivou a continuar. Eu vi que o mercado no Brasil era de hotéis cinco estrelas, mas um Brasil em crescimento merecia ter hotéis de outro padrão, mas com serviço de hotelaria de cinco estrelas. Foi assim que eu comecei a criar a Blue Tree”, explica.

Chieko destaca que mesmo com a experiência na hotelaria, ela enfrentou algumas dificuldades por ser uma mulher à frente de uma rede. “Tinha poucas mulheres ainda na hotelaria quando eu comecei”.

A situação, porém, não a intimidou. Chieko, inclusive, incentivou outras mulheres do setor. “Fui eu que criei a primeira guest relation no Brasil, acho que até no mundo não tinha, porque havia poucas mulheres trabalhando. Com as dificuldades que enfrentei, eu tive a oportunidade de criar oportunidades”, explica.

Como uma das principais empresárias do país, ela acredita que agora a é hora das mulheres. “Eu acho que chegou o momento de as mulheres tomarem a liderança dessa transformação, que é tão importante para termos uma sociedade igualitária”, destaca.

Chieko Aoki

A mulher brasileira empreendedora

Assim como Chieko Aoki, outras 9,3 milhões de mulheres estão à frente de uma empresa, de acordo com o Sebrae. Elas representam 34% de todos os donos de negócios do país.

Nos últimos dois anos, a proporção de mulheres empreendedoras consideradas “chefes de família” passou de 38% para 45%, ou seja, são elas as responsáveis pelo provimento da casa.

No entanto, apesar de as mulheres estarem cada vez mais ocupando espaço no empreendedorismo, ainda são discretas as ações de incentivo para elas. Pelo contrário. Empreendedoras são mais jovens e com nível de escolaridade 16% superior ao dos homens, mas recebem menos.

Elas também sentem dificuldades na hora de conseguir crédito, mesmo o mercado mostrando que empresas com mulheres no comando são mais perenes e apresentam inadimplência menor, menor risco e maior retorno.

Empresárias são melhor pagadoras do que homens: 3,7% dos inadimplentes são do sexo feminino contra 4,2% do masculino. Porém, elas conseguem um valor médio de empréstimos de aproximadamente R$ 13 mil a menos do que é concedido aos homens. Para piorar, elas pagam taxas de juros 3,5% maior que o sexo masculino.

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