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O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, defendeu a necessidade de aprovação das reformas tributária, previdenciária e política, além da abertura da economia brasileira, independente de quem vença as eleições gerais deste ano. “Não há saída sem a continuidade das reformas”, preconizou. A declaração do ministro ocorreu durante Almoço-Debate promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, nesta segunda-feira, 18 de junho, no Hotel Grand Hyatt, na capital paulista. Com a presença de 310 CEOs, presidentes, demais lideranças corporativas e autoridades, o evento abordou “A construção de uma economia forte” e foi conduzido pelo vice-chairman do LIDE, Roberto Giannetti da Fonseca.
Para Giannetti, Guardia reúne vasta experiência tanto na esfera pública como na privada. “Embora a taxa de desemprego continue elevada, assistimos a uma recuperação da economia brasileira. Esperamos que ainda neste ano tenhamos uma reforma tributária, que ajudará a concretizar esta retomada. Ainda dá tempo”, disse.
Segundo o ministro, além da reforma da Previdência, é imprescindível o enfrentamento à questão tributária, com – pelo menos – a simplificação na cobrança de determinados impostos, como o PIS-Cofis, tendo em vista que, no seu parecer, é mais remota a aprovação de uma reforma de facto no próximo semestre. “Todo mundo quer pagar menos impostos, mas a conta tem de fechar. Qualquer reforma tributária mais ampla, que inclua por exemplo a adoção de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) nacional, tem de antes discutir o PIS-Cofis, por isso, a defesa de uma simplificação tributária neste primeiro momento”, salientou. Como prioridades da atual gestão, além das reformas, o ministro também elencou a privatização de seis subsidiárias da Eletrobras e o leilão de excedentes do Pré-Sal.
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Antes de focar na gestão iniciada pelo seu predecessor Henrique Meirelles, Guardia fez um retrospecto dos fatos que levaram à recessão vivida recentemente, atribuída por ele, principalmente, ao desiquilíbrio fiscal. “Tivemos também um grande crescimento da dívida pública, que ajudou a deteriorar as contas do governo”, completou.
Para Guardia, antes da greve dos caminhoneiros, os dados apontavam a retomada da economia em todos os setores, impulsionada principalmente pelo agronegócio. “A agenda de reformas microeconômicas está trazendo resultados. Porém, neste ano, três questões afetaram o crescimento econômico: 1) o fator externo traz a marca de ajustes da economia norte-americana, com alta de juros e valorização do dólar, além de questões geopolíticas, como a disputa comercial EUA-China; 2) os efeitos secundários da greve dos caminhoneiros, que paralisou o Brasil por dez dias – os primários, transitórios, afetaram principalmente os preços ao consumidor; 3) e, finalmente, as incertezas do processo de transição política”, detalhou.
Segundo o ministro, as soluções do governo no pós-greve dos caminhoneiros preservaram a política fiscal, baseada no controle da inflação, câmbio flutuante e disciplina fiscal. “O Ministério da Fazenda e o Banco Central vão atuar para diminuir a volatilidade neste momento de incertezas”, afirmou, em relação ao aumento do valor do dólar e da taxa de juros.
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Mesmo diante deste cenário, Guardia salientou que há robustez nas contas internas, com um colchão de liquidez de R$ 586 bilhões e, por isso, são fortes e diferentes os fundamentos da economia brasileira em relação à administração anterior, sob o comando da ex-presidente Dilma Rousseff. “Também avançamos na agenda legislativa, aprovando projetos de extrema relevância, como o cadastro positivo e a desoneração da folha de pagamento”, afirmou.
Tema correlato à recente greve dos caminhoneiros, quanto à política de preços definida pela Petrobras, Guardia defendeu as mudanças trazidas pela nova legislação à governança e gestão profissional na estatal. “A empresa tem de ter total liberdade de política de preços”, preconizou. Com isso, segundo o ministro, haverá mais sucesso no leilão de excedentes do Pré-Sal, previsto para o segundo semestre.
Confira a palestra na íntegra:
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Pesquisa – Ao final do evento, Fernando Meirelles, presidente do LIDE Conteúdo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou a 131ª edição do Índice LIDE-FGV de Clima Empresarial, realizado com as lideranças empresariais presentes nesta edição do Almoço-Debate. O índice, calculado pela FGV em parceria com o LIDE, é uma nota de 0 a 10, resultante de três componentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos.
Em relação ao levantamento realizado em maio último, para 24% dos empresários consultados melhorou a situação de negócios (ante 53%); para 52% está igual (versus 30%); e para 24%, piorou (ante 17%). Para 64%, o Cenário Político (63%) é o que mais impede o crescimento das empresas, seguido pela Carga Tributária (26%). O Cenário Político, por sinal, é o tema que mais preocupa o empresariado (90%), seguido do Câmbio (6%). Finalmente, o Índice LIDE-FGV de Clima Empresarial (4,3) registrou uma queda em relação a maio (5,0).
Sobre o LIDE
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O LIDE – Grupo de Líderes Empresariais é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em diversos países. O LIDE debate o fortalecimento da livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social, assim como a defesa dos princípios éticos de governança corporativa no setor público e privado. Fundado no Brasil, em 2003, o LIDE é formado por líderes empresariais de corporações nacionais e internacionais, que se preocupam em sensibilizar o empresariado brasileiro para a importância de seu papel na construção de uma sociedade ética, desenvolvida e consciente. Atualmente, o Grupo conta com unidades regionais, internacionais e setoriais, totalizando 26 frentes de atuação. Para informações adicionais, basta acessar: www.lideglobal.com.