Títulos públicos do Tesouro Direto desvalorizam até 5% em abril

Vale lembrar, contudo, que as perdas ou os ganhos apontados só acontecem se o investidor decidir vender os papéis antecipadamente

Bruna Furlani

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Impulsionada pela manutenção da guerra entre Rússia e Ucrânia e pelos reajustes nos preços dos combustíveis, a persistência do quadro inflacionário no Brasil ajudou a dar o tom aos negócios dentro do Tesouro Direto em abril. Pesaram também o avanço do dólar e as trocas de farpas entre o governo e membros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre cassações de mandatos parlamentares.

Diante de uma série de incertezas no radar global com relação à política monetária americana e ao controle da covid-19 na China, os títulos públicos negociados no Tesouro Direto apresentaram desvalorização de até quase 5% no mês passado, revertendo a valorização registrada um mês antes.

Entre os papéis que mais sofreram com o recuo nos preços está o Tesouro IPCA+2045, com queda de 4,79%. No ano, o papel acumula uma desvalorização de 6,63%, e de 20,43% nos últimos 12 meses. Os dados são do Tesouro Direto.

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Na sequência entre as maiores desvalorizações está o Tesouro Prefixado 2029, em que o preço do título caiu 3,4% em abril. Tal papel não possui dados anuais ou dos últimos 12 meses porque passou a ser negociado neste ano.

Apenas para se ter uma ideia, a taxa oferecida por esse papel no início de abril era de 11,46%. No último dia de negócios, em 29 de abril, o retorno entregue pelo título era de 12,10%.

O fenômeno em que a elevação das taxas tem como consequência a queda nos preços – e, portanto, a desvalorização dos papéis – está relacionado à chamada marcação a mercado. Os juros oferecidos por um título de renda fixa têm uma relação inversa com o seu valor de negociação pelos investidores. Quando as taxas sobem, como foi o caso agora, seu preço tende a cair. O contrário também é verdadeiro.

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Tirando os papéis que são atrelados à taxa básica de juros (Tesouro Selic), apenas um dos títulos que estão disponíveis para negociação agora no Tesouro terminou o mês passado sem grandes alterações nos preços: o Tesouro IPCA+2026.

Segundo os dados do Tesouro, o preço do papel subiu 0,07% em abril. Um mês antes, esse título tinha apresentado valorização de 0,43%.

Vale lembrar, contudo, que as perdas ou os ganhos apontados só acontecem se o investidor decidir vender os papéis antecipadamente.

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Se carregá-los até o vencimento, a remuneração vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.

Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em abril e no acumulado dos últimos 12 meses: 

Títulos Vencimento Últimos 30 dias (%) No ano (%) 12 meses (%) Taxa de compra (%) Taxa de venda (%)
Tesouro Prefixado 01/01/2025 -1,16 -0,51 -2,58 12,19 12,31
Tesouro Prefixado 01/01/2029 -3,4 12,11 12,23
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 01/01/2033 -3,21 12,25 12,37
Tesouro Selic 01/03/2025 0,56 3,38 7,98 0,14 0,15
Tesouro Selic 01/03/2027 0,67 3,66 8,25 0,19 0,2
Tesouro IPCA+ 15/08/2026 0,07 3,67 5,71 5,43 5,55
Tesouro IPCA+ 15/05/2035 -1,96 -1,37 -6,2 5,63 5,75
Tesouro IPCA+ 15/05/2045 -4,79 -6,63 -20,43 5,63 5,75
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2032 -0,23 5,56 5,68
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2040 -1,5 0,53 -1,45 5,65 5,77
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/05/2055 -2,59 -1,49 -4,24 5,77 5,89

Fonte: Tesouro Direto