Títulos de dívida corporativa crescem 47% em 2017

Debêntures representaram 60% do volume total de emissões do ano

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Os títulos de renda fixa corporativos (debênture, CRA, CRI, FIDC e Nota Comercial) registraram crescimento de 47% no volume de emissões em 2017 em relação ao ano anterior. As emissões somaram R$ 149,5 bilhões em novos registros, segundo levantamento da Unidade de Títulos e Valores Mobiliários da B3, e o estoque – montante total na carteira de investidores – dos instrumentos de dívida corporativa depositados na companhia totaliza atualmente R$ 460 bilhões.

Entre os destaques, a debênture foi o título mais emitido, somando R$ 90 bilhões, 48% superior ao observado em 2016. Do montante captado, R$ 7,3 bilhões foram destinados a debêntures de infraestrutura, com destaque para as ofertas da Petrobras (R$ 1,4 bilhão) e da Concessionária CCR AutoBAn (R$ 716 milhões). O estoque de debêntures corporativas fechou o ano em R$ 302 bilhões.

A Nota Comercial também teve crescimento significativo no ano, atingindo estoque de R$ 25 bilhões, soma 3 vezes maior do que em 2016, quando registrava R$ 8 bilhões.

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O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), por sua vez, manteve desempenho semelhante a 2016, se consolidando como um importante instrumento de captação para as empresas. O volume emitido em 2017 somou R$ 12 bilhões, o que contribuiu para a marca de R$ 30 bilhões em estoque. 

“O bom desempenho do mercado de capitais de dívida em 2017 tem como pano de fundo o ciclo de redução da taxa de juros e a restrição tanto na concessão de linhas de crédito bancário para as empresas, quanto nos financiamentos do BNDES que se tornaram proporcionalmente mais caros com a convergência entre a TJLP e Selic. Temos expectativa de que em 2018 o mercado de capitais continue sendo protagonista na captação de recursos das empresas”, avalia Fábio Zenaro, superintendente de Produtos de Balcão da B3.

Os investidores institucionais, segmento onde estão incluídos os fundos de investimento, mostraram apetite na compra de títulos corporativos, representando 53% do total distribuído em 2017.

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