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Os olhares dos agentes financeiros estão voltados para o exterior nesta terça-feira (30), com especial atenção ao acordo sobre o teto da dívida americana e sua tramitação no Congresso americano. Há uma expectativa de que a votação na Câmara ocorra amanhã (31).
Em dia de noticiário mais fraco no Brasil, o foco do mercado está nos dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que voltou a registrar deflação em maio, ao cair 1,84%, contra 0,95% em abril. Nos últimos 12 meses, o recuo é de 4,47%. O resultado veio mais forte do que o esperado pelo consenso da Bloomberg, que esperava uma queda de 1,70% na comparação mensal e de 4,33% na base anual.
Agentes também acompanham os acordos políticos para evitar que oito Medidas Provisórias (MPs) caduquem até o fim desta semana, após não terem sido analisadas pelo Congresso. Uma delas envolve o pagamento adicional de 50% no Auxílio Gás.
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No Tesouro Direto, o mercado de títulos públicos opera com queda nas taxas na tarde desta terça. Na última atualização do dia, os juros oferecidos pelo Tesouro Prefixado 2026 voltavam para o patamar de 10,97%, abaixo dos 11,02% da sessão anterior. Com isso, o retorno entregue por esse título se aproxima de níveis vistos na última quinta-feira (10,95%) – e, antes disso, só em fevereiro de 2022.
Já o maior recuo na taxa real de papéis atrelados à inflação era registrado pelo título com vencimento em 2029. Na última atualização dos negócios, a rentabilidade real chegava a 5,36%, contra 5,39% registrados na segunda-feira (29).
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (30):
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Campos Neto e a inflação
Novas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a respeito da inflação também são destaque na cena local. Em palestra durante evento ontem (29) no Ceará, Campos Neto disse que havia uma “boa notícia” na economia com a inflação cheia cedendo, ainda que em ritmo lento.
“A gente tem uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, ainda que lenta. Ao mesmo tempo a atividade vem surpreendendo para cima. Índices de confiança melhoraram, mas ainda baixo da média”, disse o presidente do BC.
Segundo Campos Neto, as notícias são positivas, mas ainda há um “trabalho a ser feito”. “É a primeira vez que há um surto inflacionário mundial e o Brasil está abaixo. Isso se deveu porque o BC entendeu que precisava subir juros. Subiu rápido e antes”, observou.
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Na quinta-feira passada (25), dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxeram certo alívio ao mercado, ao mostrar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) voltou a desacelerar ao subir 0,51% em maio. O número ficou abaixo da estimativa dos analistas do mercado financeiro, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,64% no mês.
Nas últimas semanas, as estimativas para a inflação deste ano apresentam recuo. De acordo com o Boletim Focus divulgado ontem (29), a projeção para o IPCA de 2023 caiu de 5,80% na pesquisa divulgada na semana passada para 5,71%. Já para 2024, a previsão da inflação oficial foi mantida em 4,13%. As estimativas para 2025 e 2026 também continuaram no mesmo patamar, de 4,0%.
Emissão líquida da dívida
Também na cena local, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, afirmou ontem (29), em entrevista coletiva à imprensa sobre os números de abril, que a emissão líquida da Dívida Pública Federal (DPF) realizada pelo Tesouro no mês, de R$ 92,30 bilhões, foi a maior desde junho de 2021. No ano, o resgate líquido acumulado é de R$ 125,82 bilhões.
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Em relação às emissões, que foram de R$ 127,59 bilhões, o coordenador-geral da Dívida também considerou que foi um volume grande, ainda que menor do que o de março, de cerca de R$ 169 bilhões. Desconsiderando o mês anterior, foi a maior emissão desde agosto de 2022.
Vital ainda comentou que houve a primeira emissão externa desde junho de 2021 no mês de abril. A captação foi de R$ 11,08 bilhões do novo benchmark de 10 anos (Global 33).
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