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O mês de março começa com aumento no preço dos combustíveis. O Ministério da Fazenda anunciou nesta segunda-feira (27) que vai voltar a cobrar impostos da venda de combustíveis no país.
O objetivo é arrecadar R$ 28,8 bilhões neste ano. Ainda não se sabe qual deverá ser o índice de reajuste ou o valor por litro de cada combustível. Os combustíveis fósseis, como a gasolina, porém, receberão os maiores reajustes; os menos onerados serão os biocombustíveis, como o etanol.
Foi uma queda de braço entre a área econômica e a “ala política” do governo, que defendia a continuidade da desoneração de impostos. É que, no entendimento dessa ala, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria colocada em risco, já que o aumento dos combustíveis deve pesar sobre a inflação.
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A desoneração dos combustíveis tinha validade até 31 de dezembro de 2022 e foi estendida por Lula, quando tomou posse, até esta terça-feira (28). A ação estava prevista no conjunto de medidas anunciadas pelo ministro Fernando Haddad para equilibrar as contas públicas e reduzir o déficit previsto para 2023.
Outro tema que será monitorado de perto é o fim dos mandatos dos diretores de fiscalização e de política monetária do Banco Central, que encerram também amanhã. Segundo o jornal Valor Econômico, alguns nomes já foram sugeridos a Lula, mas não há ainda uma definição.
As indicações ganham os holofotes em um momento em que há um embate entre Lula e o Banco Central sobre o nível dos juros e sobre as metas de inflação.
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Novamente as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023, 2025 e 2026 subiram nesta semana, conforme o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã. Dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também estão no radar.
Às 16h04, no Tesouro Direto, a maioria dos juros dos títulos públicos apresentava queda. O piso entre os prefixados era entregue pelo Prefixado 2026, com retorno de 12,74% ao ano, abaixo dos 12,92% da sexta-feira (24).
Os juros dos papéis atrelados à inflação recuavam também no mesmo horário. O juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ 2045 caía de 6,46% ao ano, na sessão anterior, para 6,39% ao ano. Já o IPCA+2029 tinha retorno de 6,06%, bem abaixo dos 6,13% ao ano da sexta-feira.
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“O mercado de juros está refletindo o movimento positivo do exterior. O mercado de câmbio também reflete esse movimento e somente a bolsa está na direção contrária. O mercado lá fora tem uma correção depois do pessimismo da semana passada. Ainda permanece a perspectiva de que o Fed (Banco Central dos Estados Unidos) vai continuar sendo duro com a política monetária”, diz Bruno Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (27):
Focus e IGP-M
As projeções de inflação para 2023, 2025 e 2026 foram mantidas em alta pelo analistas do mercado financeiro nesta semana, mas a de 2024 ficou estável, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (27) no Relatório Focus, do Banco Central. A expectativa para IPCA para este ano subiu de 5,89% para 5,90%, na 11ª semana seguida de elevação.
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A projeção de inflação oficial de 2024 foi mantida em 4,02%, mas estimativa para 2025 avançou de 3,78% para 3,80%, já a de 2026 subiu de 3,70% para 3,75%.
Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA também manteve a expectativa de alta na semana, passando de 9,01% para 9,04, na 13ª semana de elevação. Há um mês, a projeção estava em 8,39%. Para 2024, subiu de 4,39% para 4,43%. A de 2025 avançou de 3,94% para 4,0% e a de 2026 foi de 3,96% para 4,0%.
A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 subiu de 0,80% para 0,84%, enquanto a de 2024 foi mantida em 1,50% e a de 2025 permaneceu em 1,80%. A de 2026, por sua vez, continuou em 2,0%.
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A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,75% em 2023, assim como a de 2024 permaneceu em 10,0%. A de 2025 foi mantida em 9,0%, e a de 2026 caiu de 8,75% para 8,50%.
A estimativa para o dólar foi mantida em R$ 5,25 para este ano (na 4 ª semana seguida de estabilidade), mas subiu de R$ 5,29 para R$ 5,30 em 2024. A projeção para 2025 está em R$ 5,30 há dez semanas. A de 2026 avançou de R$ 5,30 para R$ 5,35.
Dentro da cena econômica, também foram apresentados os números do IGP-M de fevereiro, que caiu 0,06% em fevereiro após alta de 0,21% no mês anterior. Com o resultado, o índice acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pela FGV/Ibre.
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Em fevereiro de 2022, o índice tinha mostrado variação positiva de 1,83% e acumulava alta de 16,12% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,20% em fevereiro, após variar 0,10% em janeiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 0,29% em fevereiro. No mês anterior, a taxa do grupo havia caído 0,05%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro, inferior à alta de 0,61% em janeiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,21% em fevereiro, ante 0,32% em janeiro. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (-0,26% para 0,16%), Serviços (0,53% para 1,10%) e Mão de Obra (0,77% para 0,10%).
Reforma tributária
Após 11 dias sem atividades por causa do Carnaval, nesta semana, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado os gabinetes devem voltar a ficar movimentados com as últimas articulações em torno do comando das principais comissões permanentes.
A escolha das presidências desses colegiados — pelos quais passam as propostas legislativas antes da votação final em plenário — quase sempre respeita critérios de proporcionalidade com o tamanho das bancadas dos partidos e blocos.
Na Câmara, as atenções do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão voltadas para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, além de outras como Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC).
Já no Senado, o PL tenta garantir ao menos a presidência da Comissão de Infraestrutura. Apesar de ter a maior bancada na Casa, com a derrota do bloco da minoria — PL, PP e Republicanos — para a presidência, a expectativa é de que o PL fique com a Comissão de Assuntos Socais (CAS), que tradicionalmente não é alvo de disputa acirrada.
Em relação as pautas prioritárias, o destaque é o grupo de trabalho criado com 11 deputados para tentar destravar a reforma tributária, que há anos se arrasta sem avanços no Congresso. Liderado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e com relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), nesta semana – na terça-feira (28) e na quarta-feira (1) –, o grupo deve se reunir para iniciar as atividades oficialmente com a apresentação do plano de trabalho e, no dia seguinte, para dar andamento à discussão.
Tesouro Nacional
O Tesouro Nacional divulgou o resultado de janeiro. Nesse mês, o Governo Central apresentou superávit primário de R$ 78,326 bilhões. Comparado a janeiro de 2022, o resultado primário observado em janeiro de 2023 decorre da combinação de aumento real de 2,4% (R$ 5,1 bilhões) da receita líquida e aumento real de 6,0% (R$ 8,1 bilhões) das despesas totais, informa o Tesouro Nacional.
Investidor estrangeiro
O investidor estrangeiro acumula saídas de R$ 696 milhões na B3 em fevereiro, até o dia 23. No acumulado de 2023, porém, há ingressos líquidos positivos de R$ 11,853 bilhões. Dia 23, o estrangeiro ficou positivo em R$ 501 milhões. Os institucionais registram saídas líquidas de R$ 621 milhões em fevereiro e de R$ 10,587 bilhões em 2023. Apenas no dia 23/02, os saques somaram R$ 156 milhões. Os investidores individuais, por sua vez, acumularam ingressos de R$ 1,838 bilhões em fevereiro e de R$ 45 milhões em 2023, enquanto no dia 23 ficaram positivos em R$ 44 milhões. No dia 23, a bolsa avançou 0,41%.
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