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O foco do mercado está voltado para esta quarta-feira (3), chamada Super Quarta, quando acontece a decisão com relação aos juros no Brasil e também nos Estados Unidos. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne hoje e amanhã com um quadro semelhante ao dos últimos encontros. Como a manutenção da taxa em 13,75% é praticamente certa, segundo analistas, toda a atenção será dada a eventuais mudanças na comunicação, que possam antecipar as decisões futuras, em junho, agosto e setembro. Por enquanto, afirmam economistas, o balanço de riscos observado pelos diretores do BC praticamente permanece o mesmo desde o início do ano.
O J.P.Morgan também avalia que o Copom deve manter essa semana taxa de juros inalterada em 13,75%. O banco destaca que o cenário para esse ano segue inalterado e as mudança se referem às expectativas de inflação, que desancoraram ainda mais para 2024, o que só reforça a abordagem cautelosa do Banco Central.
Outro destaque de hoje é a projeção de inflação para 2023, feita pelo analistas de mercado, voltou a subir pela quinta semana seguida, de 6,04% para 6,05%, enquanto as estimativas para 2024, 2025 e 2026 foram mantidas, de acordo com o Relatório Focus, do Banco Central.
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Outro dado de inflação é o IPC-S da quarta quadrissemana de abril de 2023, que subiu 0,50% e acumula alta de 3,44% nos últimos doze meses.
No Tesouro Direto, às 15h18, os prefixados apresentavam queda. O piso, detido pelo Tesouro Prefixado 2026, tinha juro real de 11,79%, menor do que os 11,83% da sexta-feira (28). O Tesouro Prefixado 2033 oferecia retorno de 12,31%, inferior aos 12,33% da sessão anterior.
Entre os títulos atrelados à inflação, o IPCA+2029 tinha retorno de 5,72%, maior do que os 5,70% da sexta-feira. Já o IPCA+2045 entregava 6,03% de rentabilidade acima da inflação, igual valor da sessão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (2):
Super Quarta
O Copom se reúne pela terceira vez este ano para decidir sobre o da taxa de referência da economia brasileira. O Governo Federal tem pressionado o regulador a baixar os juros para estimular a economia e criou um embate direto com Roberto Campos Neto, presidente do BC. Na semana passada, Campos Neto afirmou que os núcleos da inflação continuam elevados e cortes na Selic devem ser feitos de maneira responsável.
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Assim, há praticamente um consenso de que o Copom manterá os juros inalterados mais uma vez. “Acreditamos que o Copom vai manter a Selic estável, em 13,75%, para assegurar a convergência da inflação à meta no horizonte monetário relevante”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Para Mesquita, ainda que o anúncio de um novo arcabouço fiscal reduza incertezas e riscos, o BC deve continuar expressando preocupações com evolução da dívida pública e piora nas perspectiva da inflação nos horizontes mais longos. Por outro lado, o comunicado do Copom poderá fazer menção à desaceleração da economia global, queda no preço de commodities e uma redução maior que a esperada no crédito doméstico – motivos para uma redução nos juros.
“Acreditamos que o Banco Central manterá a taxa de juros inalterada em 13,75%, de modo que todas as atenções dos mercados estarão voltadas para os detalhes do comunicado”, afirma o Bradesco, em nota semanal.
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O BC americano também decide sobre a taxa de juros do país esta semana. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc) inicia a reunião na terça-feira, com desfecho na quarta, seguida pelo tradicional discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
O monitor de juros do CME Group mostra que uma fatia de mais de 80% do mercado acredita que os juros americanos serão elevados mais uma vez, em 25 pontos-base, para o intervalo entre 5% e 5,25%. Apenas 16% dos economistas preveem uma manutenção da taxa.
“O Fed deve decidir por mais uma alta de juros de 0,25 p.p. e as dúvidas se concentram nas decisões seguintes”, destacou o Bradesco.
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A autoridade monetária precisa de sinais mais concretos de que a inflação está desacelerando para pisar no freio. O mercado de trabalho tem sido visto pelo Fed como origem da escalada de preços nos EUA. Os dados de emprego de abril vão ser divulgados na sexta-feira (5) e o consenso Refinitiv aponta para a criação de 180 mil vagas no período. A taxa de desemprego, que sofreu uma ligeira queda em março, deve voltar a 3,6%. A evolução dos salários é um ponto importante a se observar.
Focus
A projeção de inflação para 2023 feita pelo analistas de mercado voltou a subir pela quinta semana seguida, de 6,04% para 6,05%, enquanto as estimativas para 2024, 2025 e 2026 foram mantidas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Relatório Focus, do Banco Central.
A previsão para o IPCA de 2024 foi mantida em 4,18%, enquanto as de 2025 e a de 2026 permaneceram em 4,0%.
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Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA para 2023 manteve a tendência de alta verificada há 22 semanas e passou de 10,71% para 10,73%. Há um mês, a projeção estava em 9,65%. A estimativa para 2024 foi mantida em 4,50% e as de 2025 e 2026, continuaram em 4,0%.
Para o PIB, a estimativa para 2023 subiu de 0,96% para 1,0% na semana. A projeção para 2024 foi mantida em +1,41% e a de 2026 continuou em 1,80%, enquanto a estimativa para 2025 avançou de 1,70% para 1,80%
A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) para o fim deste ano segue em 12,50% há duas semanas. A de 2024 foi mantida em 10,0% pela 11ª semana seguida e a de 2025 está 9,0% há 12 semanas.
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Apesar do recente recuo para patamar inferior a R$ 5, a estimativa para o dólar em 2023 foi mantida em R$ 5,20. A projeção para 2024 continuou em R$ 5,25, enquanto a expectativa para 2025 está em R$ 5,30 há 19 semanas. Para 2026, se manteve em R$ 5,32.
As projeções do resultado primário foram mantidas para 2023 (-1,0% do PIB) e 2024 (-0,80% do PIB), mas a de 2025 mostrou ligeira piora, de -0,37% do PIB para -0,40% do PIB. A de 2026, no entanto, melhorou, passando de -0,20% do PIB para -0,15% do PIB).
Para a dívida líquida do setor público, a projeção para este ano foi reduzida de 61,0% do PIB para 60,55%, enquanto a de 2024 foi mantida em 64% do PIB. Para 2025, a estimativa caiu de 67,10% para 67,0% e a de 2026 recuou de 67,20% para 67,0% do PIB.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, na segunda-feira (1º), a taxa Selic, hoje em 13,75%.
Lula associou o patamar atual da Selic ao desemprego e disse que a taxa de juros é parcialmente “responsável” pela situação do país. “A gente não poder viver mais em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego nesse país porque ela é responsável por uma parte da situação que nós vivemos hoje”, disse.
A fala do presidente é mais uma de uma série de outras críticas contra o patamar elevado da Selic e ocorreu em evento realizado com a participação das centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador, em São Paulo.
Tebet
“O arcabouço tem o objetivo de controlar o gasto público e estabilizar a dívida pública no médio prazo, explicou a ministra Simone Tebet, em entrevista ao Valor. E com a reforma tributária, a partir de 2025, o PIB, em 15 anos, pode crescer 20%”, destacou o Ministério do Planejamento e Orçamento em uma rede social.
BCE
Na quinta-feira (4), agentes de mercado estão de olho em mais uma decisão sobre juros, desta vez pelo Banco Central Europeu. O consenso do mercado aponta para mais uma elevação na taxa, em 25 pontos-base.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 0,7% em abril ante março e atingiu 7,0% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com estimativa divulgada nesta terça-feira (2) pelo Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia. A taxa anualizada ficou dentro do esperado pelo consenso Refinitiv e está acima dos 6,9% registrados em março.
O núcleo da inflação, que exclui as variações de energia, alimentos e tabaco, ficou em 1% na comparação mensal e em 5,6% na anual, pouco abaixo dos 5,7% contabilizados em março.
A inflação anualizada de alimentos, bebidas e tabaco experimentou redução, de 15,5% em março para 13,6% em abril, enquanto os preços de energia saíram de deflação de 0,9% para alta de 2,5% na mesma comparação.
“Nação caloteira”
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu, nesta segunda-feira, que o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, tire da mesa a possibilidade de um default sem precedentes da dívida norte-americana, alertando que isso resultaria em taxas disparadas de cartões de crédito e hipotecas.“A América não é uma nação caloteira. Nunca, jamais deixamos de pagar a dívida”, disse Biden em um pequeno evento empresarial na Casa Branca.
Ele afirmou que a ameaça de calote de alguns republicanos no Congresso era “totalmente irresponsável” e que era essencial tirar essa ameaça “da mesa”.
“Isso levaria a taxas de juros mais altas, taxas de cartão de crédito mais altas, taxas de hipotecas em disparada”, disse Biden.
“A coisa mais imediata que podemos fazer é garantir a confiança contínua de nossa economia e do sistema financeiro. A coisa mais importante que temos a fazer nesse sentido é garantir que a ameaça do presidente da Câmara de default da dívida nacional esteja fora da mesa”, acrescentou.
First Republic
Justo quando parecia que as pressões sobre os bancos regionais dos EUA estavam começando a diminuir, o First Republic Bank voltou às manchetes, reacendendo preocupações sobre o aumento das dificuldades no sistema de empréstimos. Os bancos aumentaram o empréstimo de emergência do Federal Reserve pela segunda semana consecutiva, indicando o estresse contínuo no sistema. Na semana passada, o Fed de Nova York relatou que as condições financeiras em sua região haviam se deteriorado rapidamente.
Os problemas estão reacendendo a preocupação de que uma crise de crédito esteja em curso. E isso complica ainda mais o plano para a próxima reunião de política do Fed nesta semana, momento em que os técnicos do BC americano têm que descobrir como equilibrar os riscos de condições mais rígidas de crédito em relação à inflação persistentemente alta.
O JPMorgan Chase superou ofertas de pelo menos três credores menores para comprar o First Republic Bank, de acordo com fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal.
O banco – o maior dos Estados Unidos – seria o único com apetite para comprar todo o First Republic a um preço competitivo, incluindo as hipotecas que os outros interessados não queriam, elas disseram.
Essa seria uma prioridade para a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, na sigla em inglês), porque eliminaria a incerteza sobre qualquer ativo que pudesse ficar para trás.
Tributação de rendimentos no exterior
A taxação de rendimentos no exterior das pessoas físicas residentes no Brasil, regra incluída na medida provisória (MP) do Imposto de Renda (IR) publicada pelo governo na segunda0-feira, tem potencial de arrecadação de R$ 3,25 bilhões em 2023.
Para o ano que vem, o valor é próximo de R$ 3,59 bilhões e R$ 6,75 bilhões em 2025, disse o Ministério da Fazenda em nota. A tributação vale para aplicações financeiras, entidades controladas e trusts no exterior.
Já com a atualização dos valores da tabela mensal do IRPF, a Fazenda estima que haverá uma diminuição de receitas em 2023 de aproximadamente R$ 3,20 bilhões (referente a sete meses). Para 2024, a redução prevista é de R$ 5,88 bilhões e, em 2025, de R$ 6,27 bilhões.
G7
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não confirmou participação no G7, que acontece no final deste mês no Japão. “Não sei se vou. Estou querendo ir ao Ceará e estou querendo ir a Bahia inaugurar escola de tempo integral”, disse Lula ao ser perguntado sobre a viagem. Até agora, ele vinha dizendo que participaria da cúpula. No entanto, fontes ouvidas pela Reuters já vinham dizendo que a participação não estaria mais garantida, porque Lula se incomodou por não ter sido convidado para o fórum principal, em que participam os sete países do grupo. (Reuters)
Diretores BC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (2), que a definição dos dois novos diretores do Banco Central deve ser feita ainda nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A indicação foi dada durante conversa com jornalistas na sede da pasta, em Brasília.
Há uma semana, Haddad já havia dito que as indicações para as diretorias de Política Monetária, antes ocupada por Bruno Serra, e Fiscalização, por Paulo Souza, seriam feitas assim que Lula retornasse da viagem oficial à Europa, que ocorreu na noite da última quarta-feira (27).
As duas posições na diretoria do Banco Central estão abertas para uma indicação do atual governo desde o fim de março, quando encerraram os mandatos formais dos incumbentes, nomeados ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
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