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As taxas dos títulos públicos avançam na tarde desta segunda-feira (26). Nos prefixados, as taxas sobem até 36 pontos-base, enquanto nos papéis de inflação a alta é de até 13 pontos-base.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, o dia foi marcado pela volatilidade nos mercados globais, a proximidade das eleições e a ressaca internacional com o novo pacote fiscal britânico.
Borsoi destaca que no exterior, os investidores seguem digerindo a promessa de uma postura dura dos Bancos Centrais globais diante da inflação corrente. Enquanto os juros britânicos disparam, após anúncio de um pacote de estímulos em situação de inflação elevada e forte deterioração das contas públicas.
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No cenário local, Borsoi cita a influência dos juros internacionais e a valorização do dólar, em um cenário de aversão ao risco dos investidores e cautela com as eleições no final de semana.
Por volta das 16h, o dólar comercial apresentava alta de 2,64%, cotado a R$ 5,3817. “As divulgações da ata do Copom (Comitê de Política Monetária) amanhã e do relatório trimestral de inflação na quinta-feira (29) elevam a cautela dos investidores”, afirma Borsoi.
O economista-chefe da Nova Futura destaca que a semana deve ser volátil, além da ata do Copom e o relatório de inflação tem a divulgação do IPCA -15 (prévia da inflação oficial) nesta terça-feira (27), e o IGP-M , índice utilizado em alguns contratos de aluguéis imobiliários, na quinta-feira (29). Na sexta-feira (30), tem dados do mercado de trabalho.
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No exterior, Borsoi destaca o índice de preços para gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, um dos indicadores preferidos da autoridade monetária para monitorar a escalada de preços. A previsão é de que saia na sexta-feira (30). Além de dados de inflação na zona do euro.
Dentro do Tesouro Direto, a maior alta era na taxa do título prefixado de longo prazo. O Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, oferecia às 15h25 um retorno anual de 12,10%, superior aos 11,74% vistos na sexta-feira (23).
Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029 apresentavam uma rentabilidade anual de 11,86% e 11,92%, respectivamente, acima dos 11,60% e 11,61% da sessão anterior.
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Nos títulos atrelados à inflação, a maior alta nas taxas era do Tesouro IPCA+ 2026. O título público oferecia um ganho real de 5,71%, superior aos 5,58% da semana passada.
As outras taxas subiam entre 6 e 9 pontos-base. O maior ganho real registrado era do Tesouro IPCA+ 2055 de 5,84%.
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (26):
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Libra e China
Um dos destaques da cena externa está no enfraquecimento da libra esterlina sobre o dólar. Na mínima desta segunda-feira (26), a moeda do Reino Unido chegou a ser cotada a US$ 1,0384, menor patamar da história. O recuo ocorreu após Kwasi Kwarteng, novo ministro das Finanças do País, ter prometido mais cortes de impostos, além do pacote de 45 bilhões de libras anunciado na sexta-feira (23).
Já na Ásia, o Banco Popular da China (BPoC) anunciou hoje (26) que aumentará a exigência de reserva de risco sobre vendas a prazo de câmbio para 20% de 0%, a partir de 28 de setembro. A medida torna a venda do yuan mais cara.
Focus e setor externo
No noticiário doméstico, o mercado financeiro reduziu levemente a projeção para a inflação em 2023 nesta segunda-feira, com a estimativa passando de 5,01% para 5,00%. Já a projeção do IPCA para 2024 foi mantida em 3,50%, segundo o Focus.
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Por outro lado, o mercado voltou a elevar as projeções para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 2,65% para 2,67%. São 13 semanas seguidas de projeções de alta para a estimativa do PIB. Também houve alteração nas estimativas para 2024, que agora estão em 1,75%, contra 1,70% na semana anterior. Já para 2023, os economistas consultados pelo BC mantiveram as expectativas para o crescimento do PIB em 0,50%.
A estimativa para o dólar também segue estável há nove semanas, com cotação prevista em R$ 5,20 por US$ 1, tanto para 2022 como para 2023. Para 2024, ela caiu de R$ 5,11 para R% 5,10.
As projeções para a Selic, por sua vez, se mantiveram iguais pela décima quarta semana seguida, em 13,75% ao ano. Para 2023, a expectativa foi mantida em 11,25% pela terceira semana seguida.
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O Banco Central também divulgou hoje os números do setor externo, que registrou um déficit de US$ 4,1 bilhões em julho, ante resultado negativo de US$ 1,2 bilhão no mesmo mês de 2021.
O déficit em transações correntes nos doze meses até julho de 2022 somou US$ 36,6 bilhões (2,08% do PIB), ante US$ 33,6 bilhões (1,92% do PIB) no mês anterior e US$ 20,9 bilhões (1,37% do PIB) em julho de 2021.
A balança comercial de bens registrou superávit de US$4,2 bilhões em julho de 2022, ante saldo positivo de US$6,3 bilhões em julho de 2021. As exportações de bens totalizaram US$30,2 bilhões, enquanto as importações somaram US$26,1 bilhões, alta de 17,4% e de 33,8% em comparação a julho de 2021, respectivamente.
Eleições
Por aqui, as atenções estão voltadas para as eleições, que entram na reta final. No último sábado (24), o segundo debate entre candidatos à Presidência da República foi marcado por críticas à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e por cobranças ao presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o chamado orçamento secreto.
Ao ser questionado sobre os cortes orçamentários, Bolsonaro afirmou que a “responsabilidade de governar é do Executivo e do Legislativo” e que a candidata Simone Tebet (MDB), como senadora, poderia sugerir mudanças no Orçamento.
“O Orçamento é feito a quatro mãos, Executivo e Legislativo. Não é justa, não é verdadeira essa acusação de cortar dinheiro para merenda porque o Orçamento não foi votado ainda”, afirmou.
O evento foi realizado por um pool de veículos de comunicação formado por SBT, CNN Brasil, Estadão/Eldorado, Veja, Rádio Nova Brasil e Terra. Investidores agora aguardam o debate na TV Globo na próxima quinta-feira (29).
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