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O mercado está em compasso de espera pela entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Roda Viva no fim desta segunda-feira (13). O dirigente deve ser amplamente questionado por jornalistas sobre possíveis mudanças nas metas de inflação após duras críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
E há muito a comentar no programa. A “campanha” que Lula tem feito contra o patamar elevado da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, e as metas de inflação, está crescendo e ganhando adeptos.
Um grupo de economistas lançou um manifesto em apoio ao presidente, com críticas à política monetária contracionista do BC. O movimento é puxado por economistas como Luiz Carlos Bresser Pereira, Monica de Bolle, Luciano Coutinho, Luiz Gonzaga Belluzzo e Antônio Corrêa de Lacerda e contava, até esta segunda-feira (13), com mais de 2.400 assinaturas.
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Outro destaque está no encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN), que se reúne nesta quinta-feira (16). Será a primeira reunião após a eleição de Lula. O órgão é responsável por estabelecer as metas que devem ser seguidas pelo Banco Central.
Para o J.P. Morgan, a revisão da meta de inflação já pode acontecer na reunião desta quinta. Ou seja, seria antecipada para evitar mais desgastes entre o Banco Central e o governo. O banco reconhece, no entanto, que é “incerto” o percentual para o qual irá a meta e por quanto tempo.
As dúvidas em torno das metas de inflação têm ajudado a acelerar a deterioração das expectativas do indicador. Nesta semana, o Relatório Focus, do Banco Central, voltou a mostrar uma elevação das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano e nos próximos dois. A pesquisa trouxe ainda uma piora nas projeções para a Selic de 2023 e 2024.
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Ainda no cenário local, Simone Tebet afirmou hoje que a reforma tributária é a única “bala de prata” e uma espécie de “vacina econômica” do governo para garantir a estabilidade econômica.
Segundo a ministra do Planejamento, a equipe econômica vai entregar, até abril, um novo arcabouço fiscal, que seria o substituto do antigo teto de gastos, para estabilizar a dívida pública.
No cenário internacional, Michelle Bowman, membro do Conselho do Federal Reserve, o banco central norte-americano, disse que o Fed será obrigado a continuar o aumento das taxas de juros para levá-las a um nível “alto o suficiente” e mantê-las por lá por um tempo para trazer a alta inflação de volta à meta.
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Os investidores aguardam ainda os dados do Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), que serão apresentados amanhã (14). O consenso Refinitiv prevê que o indicador tenha avançado 0,4% em janeiro na comparação com dezembro. Na base anual, a alta deve ser de 6,2%.
No Tesouro Direto, às 15h30, a maior parte dos títulos públicos opera com queda nas taxas, movimento visto desde a manhã de hoje. O piso mínimo de juro real oferecido por papéis atrelados à inflação era de 6,19%. Percentual que era entregue pelo Tesouro IPCA+2029. Na sexta-feira passada, a remuneração real oferecida pelo título era de 6,21%.
No mesmo horário, apenas um título prefixado apresentava alta nos retornos: o papel com vencimento em 2026. O valor oferecido por ele era de 13,07% ao ano, acima dos 13,00% vistos na sexta-feira anterior.
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Desde a última quinta-feira (9), dois títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+2032 e 2040) estão com as negociações suspensas, devido ao pagamento do cupom semestral, que ocorre nesta quarta-feira (15).
Por regra do Tesouro Direto, o investimento em títulos que têm cupom de juros é suspenso quatro dias úteis antes da data do pagamento. Da mesma forma, há mudanças nos resgates, que são interrompidos dois dias úteis antes do pagamento do cupom.
“Um dos pontos mais importantes de hoje foi a declaração da ministra Simone Tebet, sobre a reforma tributária, que pode sair ainda neste ano. A consequência disso é uma queda nas curvas de juros”, diz Helder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos.
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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta segunda-feira (13):
Manifesto em apoio às críticas de Lula ao BC
Endossando as críticas feitas pelo presidente Lula, à política monetária contracionista do BC, economistas representantes do pensamento econômico desenvolvimentista encabeçaram e assinaram o manifesto “Taxa de Juros para a Estabilidade Duradoura: manifesto de economistas em favor do desenvolvimento do Brasil”.
As críticas do presidente Lula à política monetária do BC ganharam força na segunda-feira da semana passada, durante a cerimônia de posse do petista Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, um dia antes de o BC divulgar a ata do Copom. Desde então se instalou no mercado financeiro um acalorado debate entre defensores do discurso de Lula e os apoiadores da política monetária.
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Focus, salário mínimo e Lei das Estatais
Os analistas do mercado financeiro mantiveram nesta semana a tendência de alta nas projeções para a inflação tanto de 2023 como de 2024, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (13) no Relatório Focus, do Banco Central. A expectativa para o IPCA para este ano subiu de 5,78% para 5,79%, na nona alta seguida.
A projeção de inflação oficial de 2024 também avançou, de 3,93% para 4,0% (quarta semana seguida de elevação), enquanto a de 2025 subiu de 3,50% para 3,60% e a de 2026 permaneceu em 3,50%.
Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA também manteve a expectativa de alta na semana, passando de 8,44% para 8,53%, na 11ª semana de alta. Há um mês, a projeção estava em 6,95%. Para 2024, subiu de 4,24% para 4,29. Já as estimativas para 2025 e 2026 foram mantidas em 3,67% e 3,50%, respectivamente.
Na esteira de altas nas projeções de inflação, a previsão para a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) subiu, de 12,50% para 12,75% em 2023, enquanto a de 2024 avançou para 9,75% para 10,0%. Ao mesmo tempo em que a de 2025 foi mantida em 9,0% e a de 2026 permaneceu em 8,50%.
Por outro lado, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 caiu de 0,79% para 0,76%, enquanto a de 2024 foi mantida em 1,50%, Já a de 2025 recuou de 1,89% para 1,85%. A de 2026 continuou em 2,0%.
A estimativa para o dólar também foi mantida em R$ 5,25 para este ano, e em R$ 5,30 para 2024, 2025 e 2026. Por outro lado, a projeção subiu de R$ 5,30 para R$ 5,33 em 2026.
Também na cena econômica, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, deve passar por aumento ainda este ano. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro.
“Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (12), na TV Brasil.
Além do novo reajuste, a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo é uma das prioridades da pasta. De acordo com o ministro, a política mostrou bons resultados nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marinho foi ministro do Trabalho, entre 2005 e 2007.
Olhar atento também para a notícia de que o governo e a cúpula do Senado chegaram a um acordo e o projeto que altera a Lei das Estatais deve avançar. A apuração é do jornal Valor Econômico.
Segundo o periódico, a ideia é que mudanças no texto sejam costuradas em acordo pelas duas Casas do Congresso Nacional e a matéria retorne para que os deputados confirmem o texto final sem maiores dificuldades.
Salário mínimo e FGTS
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reafirmou que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, deve passar por aumento ainda este ano — mas não voltou a mencionar valores. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro.
“Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (12), na TV Brasil.
O ministro disse também hoje que o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um “engodo”. O dirigente da pasta foi alvo de críticas ao defender o fim da modalidade.
“Acho que o saque-aniversário é um engodo porque atrapalha a lógica da indústria, porque vai enfraquecendo o fundo para investimento”, disse o ministro durante reunião de diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os recursos do FGTS são utilizados pelo governo federal para financiar programas de habitação e obras de saneamento e infraestrutura.
EUA X China
Investidores também seguem atentos à escalada do conflito geopolítico entre os EUA e a China. Os americanos derrubaram no domingo (12) mais um objeto voador não-identificado, dessa vez sobre o Lago Huron, perto da fronteira com o Canadá. Esse é o quarto incidente do tipo desde o dia 4 de fevereiro.
No início deste mês, um balão atravessou a América do Norte, chamando a atenção global e provocando um impasse diplomático entre os dois países.
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